Virgílio é denunciado no Conselho de Ética pelo PMDB
por Laryssa Borges direto de Brasília
Uma das primeiras retaliações concretas contra defensores do afastamento do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), foi formalizada nesta quarta-feira com a apresentação de uma reclamação contra o principal crítico de Sarney, o senador tucano Arthur Virgílio (PSDB-AM). A denúncia foi entregue ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, a mesma instância que deverá avaliar, a partir das 15h, questionamentos contra o presidente do Senado.
Arthur Virgílio é acusado de quebra de decoro por ter mantido como funcionário de seu gabinete uma pessoa que fazia mestrado na Espanha. O parlamentar teria pagado com dinheiro público os custos da especialização do servidor.
"A representação é um fato consumado, mas (isso não significa que) o PMDB faz política com sangue", explicou o senador Wellington Salgado (PMDB-MG), integrante da tropa de choque de Sarney. "O PMDB é um partido conciliador, mas isso tem um limite. São sempre os mesmos senadores que não votaram no presidente Sarney (como presidente do Senado) que vão à tribuna criticar. Nós, o grupo que elegeu o Sarney, teremos uma postura diferente", completou o parlamentar.
A denúncia contra Virgílio é uma clara resposta do PMDB às 11 acusações contra Sarney que estão no Conselho de Ética. O senador amazonense confessou em Plenário a irregularidade e disse estar ressarcindo os cofres públicos em cerca de R$ 210 mil.
A denúncia contra o senador tucano abre a temporada das retaliações dos defensores do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), contra o PSDB, que insiste em tentar defenstrá-lo do cargo. Até agora, era tudo ameaça. Não é mais. Virgílio é réu confesso e a probabilidade de perder o mandato não é pequena.
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