domingo, 3 de janeiro de 2010

Contraponto 1087 - "Eros Grau não tem a única edição da Satiagraha"


03/02/2010
"Eros Grau não tem a única
edição da Satiagraha"

Na foto, o Ministro Eros Grau, ao mandar queimar os arquivos da Escravidão

Conversa Afiada - 1/janeiro/2010 13:13

Como se sabe, o Ministro do Supremo Eros Grau sequestrou de dentro da investigação sobre a Satiagraha as provas obtidas pela Satiagraha.

Nunca antes, na História deste país, se viu tanta violência contra a Justiça.

Clique aqui para ler o que o Conversa Afiada disse sobre o assunto na época.

As provas recolhidas pelo ínclito delegado Protógenes Queiros e sob julgamento do corajoso Juiz Fausto de Sanctis foram apropriadas pela Suprema Corte.

Foi a falência de um dos sinais vitais que levou a Justiça brasileira à UTI, como disse, em agudo artigo, a Procuradora Janice Ascari.

Foi operação que fez parte de um cerco que Daniel Dantas inspirou para destituir De Sanctis e escolher seu próprio Juiz (de preferência na Suprema Corte ).

Com a decisão do Ministro Eros Grau e outra do Superior Tribunal de Justiça, que congelou qualquer ação de De Sanctis contra Dantas, a elite consumou seu Golpe do Estado de Direita: um Golpe desfechado pelo Judiciário, com o silencio cúmplice do PiG (*).

(O Governo Lula, aparentemente, não percebeu ainda em que fria pode se meter com esse Golpe do Estado de Direita – clique aqui para ler “Jobim vazou a ‘crise’ para criá-la” )

Porém, os tempos são outros.

Se Dantas, Gilmar Dantas (**), Eros Grau e os outros juízes de “instâncias superiores” onde Dantas tem “facilidades” pensam que serão capazes de sepultar a Satiagraha, estão enganados.

A Satiagraha adquiriu vida própria.

Não tem edição príncips nem única.

São muitas as Satiagrahas.

Ela deu frutos.

É tão inútil tentar podá-la quanto cortar galhos das árvores da Floresta Amazônia.

Ela vai reaparecer.

Como apareceu o disco rígido da Ministra Ellen Gracie, que não os abriu porque defendia a tese de que “Dantas não é Dantas, mas Dantas”.

A Satiagraha um dia vai aparecer da tribuna da Câmara.

No Blog do Azenha.

Do Nassif.

Na capa da Carta Capital.

No Huffingtonpost, nos Estados Unidos, como prova indelével da inconfiabilidade da Justiça brasileira.

Um dia, quando um ministro da Suprema Corte estiver aposentado, a reler a obra de Henry Miller, será convidado a dar entrevista à Folha (***) sobre o sequestro das provas da Satiagraha (que a Folha, mais tarde, será obrigada a publicar …).

A Satiagraha não é uma investigação policial.

Ela é o “Retrato do Brasil”.

E, dessa vez, Ruy Barbosa não vai queimar os documentos da escravidão.

Ruy Barbosa não conheceu a internet, ministro Grau.

Paulo Henrique Amorim

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PITACO DO ContrapontoPIG.
Uma historinha:
Minha netinha Lívia (do editor do ContrapontoPig), quando tinha 1 ano e oito meses foi para umas das praias daqui do Ceará com os pais, os tios, primos e amigos. Lá pelas tantas ficou observando um cachorro que entrava no mar, saia e sujava-se de areia para em seguida voltar ao mar. Fez isto várias vezes até que Livia no alto dos seu 1 ano e oito meses, e para espanto de todos exclamou: " Ô putaria"... Ninguém sabe onde ela aprendeu tal expressão, mas ela bem que se presta para definir o que acontece no STF.
Em tempo. Lívia acaba de completar 2 anos e aprendeu com a mãe a substituir a antiga expressão de espanto por "Ô comédia" ...


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