08/05/2011
Obama e Osama, uma dupla infernal
Do Direto da Redação - Publicado em 08/05/2011

A verdade é que Osama Bin Laden caiu do céu para as pretensões do presidente à reeleição, no exato momento em que sua popularidade despencava e os republicanos se preparavam para tomar de assalto a Casa Branca.
Obama, um politico maneiroso, sabe que esse é o melhor momento dele no cargo e tenta tirar o máximo proveito da situação. Na quinta-feira, foi até o Ground Zero, estrategicamente, em plena hora do almoço em Manhattan. Por onde passava, a comitiva presidencial era reverenciada pela multidão aos gritos de U-S-A, U-S-A.
Com a Big Apple debaixo de um rigoroso aparato de segurança, que incluiu até barcos militares no Rio Hudson, Obama fez o que qualquer politico em campanha faz. Homenageou bombeiros e policiais mortos nos atentados de 11 de setembro de 2001, colocou flores no memorial em homenagem aos quase 3 mil mortos e teve um encontro reservado com familiares das vítimas. Tudo regado a muitos sorrisos, abraços e apertos de mãos. São inegáveis a simpatia e o carisma do presidente.
Passou por uma saia justa pouco comentada pela mídia. Ouviu um não, do ex-presidente George Bush, a quem convidara para ir com ele até o local onde as torres gêmeas sucumbiram. Bush recusou o convite, segundo explicação de seu assessor, por ter assumido um compromisso consigo mesmo de se manter longe dos holofotes públicos depois que deixou o cargo. A Casa Branca se apressou em dizer que não tomou como ofensa a decisão de Bush de não atender ao convite.
Na trilha do sucesso, Obama caiu na estrada na sexta-feira e foi confraternizar com os militares treinados para matar, o pessoal da Marinha que executou fria e sumariamente o inimigo número dos Estados Unidos, em uma caçada que durou dez anos e consumiu quase cinco mil vidas de soldados estadunidenses e alguns trilhões de dólares.
Obama jogou uma cartada decisiva. Deu certo, pelo menos por enquanto, embora o temor da retaliação não possa ser descartado. Resta saber por quanto tempo mais o efeito Bin Laden será capaz de ajudá-lo na tarefa de administrar um país atolado em problemas econômicos, onde banqueiros em dificuldade são socorridos com o dinheiro público, enquanto a pobreza se alastra e o governo nada faz para impedir que proprietários em dificuldade sejam expulsos de suas casas.
O episódio Osama Bin Laden serviu, pelo menos, para confirmar o que para muitos era ainda uma dúvida: o homem que ganhou o prêmio Nobel da Paz não passa de um governante estadunidense como outro qualquer, que mobiliza sua máquina de guerra para invadir países e fazer justiça com as próprias mãos.
Eliakim Araujo. Ancorou o primeiro canal de notícias em língua portuguesa, a CBS Brasil. Foi âncora dos jornais da Globo, Manchete e do SBT e na Rádio JB foi Coordenador e titular de "O Jornal do Brasil Informa". Mora em Pembroke Pines, perto de Miami. Em parceria com Leila Cordeiro, possui uma produtora de vídeos jornalísticos e institucionais.
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Assim como o Bush se reelegeu o atentado das Torres Gêmeas, o Obama, parece, vai se eleger com a execução do planejador do atentado a duas torres. Como funciona a coisa, é como está em Marx: o criminoso trás ajuda o capitalismo a produzir, dando emprego a advogados, juizes, imprensão do codigo penal, etc. Não existe uma ética nesse sistema.
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