As empresas mais admiradas
Mino Carta: 'Lula vai ganhar mais uma batalha'
Da Carta Capital - 31/10/2011
Em seu discurso de abertura na 14ª edição do prêmio “As Empresas Mais Admiradas no Brasil”, promovida por CartaCapital, o diretor de redação da revista, o jornalista Mino Carta, fez uma homenagem ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deu início nesta segunda-feira 31 ao tratamento de um câncer recém-descoberto na laringe.
Mino, que há um ano dividiu o mesmo palco com o então presidente, de quem é amigo há 34 anos, disse lamentar a ausência de Lula no evento. Mas previu: “Tenho a convicção absoluta de que ele será vitorioso pela enésima vez. Ele vai ganhar mais uma batalha”.
O diretor de redação lembrou de um caso relacionado ao ex-presidente para anunciar o novo parceiro da revista, o empresário Eduardo da Rocha Azevedo, que adquiriu 30% da revista e se tornou sócio da publicação ao lado de Mino Carta e do economista Luiz Gonzaga Belluzzo, consultor editorial de CartaCapital.
Há exatos 32 anos, contou o jornalista, o então presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema, Luiz Inácio Lula da Silva, lamentava a ele uma “pane fatal” que não mais imprimia as páginas de João Ferrador, o jornal da entidade. “Ele estava acabrunhado com isso”, lembrou Mino, que sugeriu uma solução para o problema.
À época, Mino acionou o amigo Rocha de Azevedo, então vice-presidente da Bolsa de Valores de São Paulo, dizendo: “Precisamos arranjar uma grana para comprar um mimeógrafo (espécie de impressora) para o Sindicato dos Metalúrgicos. Vai ser uma obra realmente importante. É uma aposta, porque ouviremos falar realmente desse senhor Lula”.
Segundo o jornalista, logo em seguida um mimeógrafo “moderníssimo, o mais moderno da época”, aportou na sede do sindicato para imprimir o João Ferrador, que em suas páginas pregaria uma greve geral que ocorreria dali a poucos meses – e que, de fato, lançou Lula à vida pública.
“Este meu amigo acaba de adquirir 30% das ações de CartaCapital. Ou melhor, da empresa que a produz, e que se chama Editora Confiança”, anunciou. “É mais uma aposta que ele fez, 32 anos depois”.
Mino afirmou também, antes da premiação, que um amigo empresário comentou que há um ano ele parecia “muito bravo” em razão da temperatura das eleições presidenciais. “Não estava bravo”, justificou o jornalista. “Estava indignado, para usar uma palavra que está na moda, com o que a imprensa e a mídia em geral dizia a respeito da candidata de Lula à Presidência da República”.
“Aquilo se distanciava brutalmente daquilo que eu respeito, sobretudo na prática do jornalismo e na vida de todos os dias, ou seja, da verdade factual, aquela que não se contesta, da qual não se duvida.”
Mino lembrou que Dilma Rousseff já esteve no evento de premiação das melhores empresas do País em outras duas ocasiões, como ministra do governo Lula. A presença da hoje presidenta, disse Mino Carta, “nos honra demais”. “Nós apoiamos a candidatura dela desde o começo da campanha eleitoral do ano passado. Escrevi em 2005 que Dilma Rousseff reunia qualidades para ser a sucessora perfeita de um grande presidente, que representou um divisor de águas na história do Brasil”.
Em dez meses de governo, afirmou o diretor de CartaCapital, Dilma “provou de sobejo que realmente correspondia aos nossos anseios e esperanças”.
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