12/11/2011
Por Altamiro Borges
A mídia hegemônica é cruel. Ela não dá trégua. Seu “jornalismo investigativo” mais parece com sessões de tortura. Antes mesmo da apuração rigorosa dos fatos, a mídia já condenou e promoveu o linchamento. No caso do ministro Carlos Lupi, do Trabalho, a artilharia pesada foi reforçada neste final de semana por duas revistonas – a murdochiana Veja e a mercenária IstoÉ.
Veja mira num jatinho
A primeira revela que Lupi voou num jato particular alugado por um empresário beneficiado por convênios com o Ministério do Trabalho. O episódio teria ocorrido em dezembro de 2009. No jato King-Air, de prefixo PT-ONJ, o pedetista teve a companhia do ex-governador do Maranhão, Jacson Lago, já falecido, e do então secretário de Políticas Públicas de Emprego, Ezequiel Souza.
Também participou da visita a sete municípios maranhenses o empresário gaúcho Adair Meira. Segundo a Veja, ele não é filiado ao PDT, “mas comanda uma rede de ONGs que têm contratos milionários com o Ministério do Trabalho”. A matéria editorializada conclui, então, que o caso confirma a existência “daquelas clássicas confraternizações entre interesses públicos e privados, cuja despesa acaba sempre pendurada na conta do contribuinte”.
A escandalização seletiva
A denúncia da sinistra publicação da famiglia Civita deve ser apurada – a exemplo de todas as denúncias sobre corrupção. Mas os fatos apresentados ainda não justificam tanto escarcéu. Vôos de mandatários em jatinhos particulares são comuns – mesmo que imorais. Até grãos-tucanos evitam explorar este tema, temendo que os seus nomes também surjam em algum “reporcagem”.
Será que nenhum demotucano nunca viajou em jatos alugados pelo Grupo Abril? Na eleição 2002, por exemplo, um dos quartéis-generais de José Serra foi na sede central deste império midiático em São Paulo. As relações da famiglia Civita com o tucanato são conhecidas. Será que há algum tipo de privilégio, de “mensalão”, nos contratos de publicidade com o governo estadual?
IstoÉ criminaliza o sindicalismo
Já a revista IstoÉ trouxe na edição desta semana uma longa reportagem sobre os convênios do ministério com a Força Sindical. No episódio do linchamento do ministro Orlando Silva, do Esporte, a central preferiu se omitir – alguns de seus dirigentes até fizeram coro com a mídia. Agora, a Força Sindical é a bola da vez, o que comprova que ninguém está imune ao denuncismo midiático.
Segundo a publicação, conhecida por sua história mercenária, “uma acusação pesada bate às portas do gabinete do ministro do Trabalho, Carlos Lupi. Além das denúncias envolvendo o desvio de dinheiro público por meio de ONGs, agora o seu gabinete é acusado de extorquir sindicatos para desviar recursos do imposto sindical à central controlada pelo PDT e por assessores de Lupi”.
Dois objetivos sinistros
A reportagem é baseada nas denúncias do presidente do Sindicato de Trabalhadores em Bares e Restaurantes da Baixada Santista, Litoral Sul e Vale do Ribeira, João Carlos Cortez. Sem apresentar qualquer prova concreta, ele garante que existe um esquema de venda de cartas sindicais montado no Ministério do Trabalho, que é “operado por pessoas ligadas diretamente ao ministro”.
A mídia hegemônica nunca tolerou duas iniciativas do ex-presidente Lula favoráveis ao sindicalismo. A primeira, histórica, garantiu a legalização das centrais sindicais. A segunda viabilizou o custeio destas entidades através dos recursos da contribuição sindical. Além de alvejar o ministro Lupi, a “reporcagem” da IstoÉ visa criminalizar o sindicalismo, asfixiando-o financeiramente.
Divisão e passividade. Até quando?
É difícil saber qual será o futuro do ministro Carlos Lupi diante de ataques tão persistentes e destrutivos. Os “calunistas” da mídia apostam, numa loteria macabra, que “ele já caiu”. Ironizam a sua “declaração de amor à Dilma” e a sua retórica de resistência.
Também é difícil saber até quando os movimentos sociais, em especial o sindicalismo, continuarão divididos e passivos diante da ditadura midiática.
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Veja e IstoÉ bombardeiam Carlos Lupi
Por Altamiro Borges
A mídia hegemônica é cruel. Ela não dá trégua. Seu “jornalismo investigativo” mais parece com sessões de tortura. Antes mesmo da apuração rigorosa dos fatos, a mídia já condenou e promoveu o linchamento. No caso do ministro Carlos Lupi, do Trabalho, a artilharia pesada foi reforçada neste final de semana por duas revistonas – a murdochiana Veja e a mercenária IstoÉ.
Veja mira num jatinho
A primeira revela que Lupi voou num jato particular alugado por um empresário beneficiado por convênios com o Ministério do Trabalho. O episódio teria ocorrido em dezembro de 2009. No jato King-Air, de prefixo PT-ONJ, o pedetista teve a companhia do ex-governador do Maranhão, Jacson Lago, já falecido, e do então secretário de Políticas Públicas de Emprego, Ezequiel Souza.
Também participou da visita a sete municípios maranhenses o empresário gaúcho Adair Meira. Segundo a Veja, ele não é filiado ao PDT, “mas comanda uma rede de ONGs que têm contratos milionários com o Ministério do Trabalho”. A matéria editorializada conclui, então, que o caso confirma a existência “daquelas clássicas confraternizações entre interesses públicos e privados, cuja despesa acaba sempre pendurada na conta do contribuinte”.
A escandalização seletiva
A denúncia da sinistra publicação da famiglia Civita deve ser apurada – a exemplo de todas as denúncias sobre corrupção. Mas os fatos apresentados ainda não justificam tanto escarcéu. Vôos de mandatários em jatinhos particulares são comuns – mesmo que imorais. Até grãos-tucanos evitam explorar este tema, temendo que os seus nomes também surjam em algum “reporcagem”.
Será que nenhum demotucano nunca viajou em jatos alugados pelo Grupo Abril? Na eleição 2002, por exemplo, um dos quartéis-generais de José Serra foi na sede central deste império midiático em São Paulo. As relações da famiglia Civita com o tucanato são conhecidas. Será que há algum tipo de privilégio, de “mensalão”, nos contratos de publicidade com o governo estadual?
IstoÉ criminaliza o sindicalismo
Já a revista IstoÉ trouxe na edição desta semana uma longa reportagem sobre os convênios do ministério com a Força Sindical. No episódio do linchamento do ministro Orlando Silva, do Esporte, a central preferiu se omitir – alguns de seus dirigentes até fizeram coro com a mídia. Agora, a Força Sindical é a bola da vez, o que comprova que ninguém está imune ao denuncismo midiático.
Segundo a publicação, conhecida por sua história mercenária, “uma acusação pesada bate às portas do gabinete do ministro do Trabalho, Carlos Lupi. Além das denúncias envolvendo o desvio de dinheiro público por meio de ONGs, agora o seu gabinete é acusado de extorquir sindicatos para desviar recursos do imposto sindical à central controlada pelo PDT e por assessores de Lupi”.
Dois objetivos sinistros
A reportagem é baseada nas denúncias do presidente do Sindicato de Trabalhadores em Bares e Restaurantes da Baixada Santista, Litoral Sul e Vale do Ribeira, João Carlos Cortez. Sem apresentar qualquer prova concreta, ele garante que existe um esquema de venda de cartas sindicais montado no Ministério do Trabalho, que é “operado por pessoas ligadas diretamente ao ministro”.
A mídia hegemônica nunca tolerou duas iniciativas do ex-presidente Lula favoráveis ao sindicalismo. A primeira, histórica, garantiu a legalização das centrais sindicais. A segunda viabilizou o custeio destas entidades através dos recursos da contribuição sindical. Além de alvejar o ministro Lupi, a “reporcagem” da IstoÉ visa criminalizar o sindicalismo, asfixiando-o financeiramente.
Divisão e passividade. Até quando?
É difícil saber qual será o futuro do ministro Carlos Lupi diante de ataques tão persistentes e destrutivos. Os “calunistas” da mídia apostam, numa loteria macabra, que “ele já caiu”. Ironizam a sua “declaração de amor à Dilma” e a sua retórica de resistência.
Também é difícil saber até quando os movimentos sociais, em especial o sindicalismo, continuarão divididos e passivos diante da ditadura midiática.
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