12/11/2011
Foto: Antonio Cruz/ABr
Da Carta Capital - 12/11/2011
Maurício Dias
Pelas funções que ocupou, Fernando Henrique Cardoso é o mais conhecido e ilustre integrante da oposição aos governos do PT. Criticar é um direito natural do cidadão e no caso de FHC é, além de tudo, tarefa partidária.
No artigo que escreve semanalmente para o jornal O Globo ele atacou, no domingo 6, o problema da corrupção a partir da demissão de ministros do governo decididas por Dilma, a partir de denúncias veiculadas pela imprensa.
“Há (…) uma diferença essencial na comparação do que se vê hoje na esfera federal. Antes, o desvio de recursos roçava o poder, mas não era condição para o seu exercício. Agora os partidos exigem ministérios e postos administrativos para obter recursos que permitam sua expansão, atraindo militantes e apoios com as benesses que extraem do Estado.”
A tese do sociólogo, que se espatifa diante dos fatos, é a de que a corrupção a partir do governo Lula tornou-se sistêmica.
Dias antes, no mesmo jornal, o sociólogo tucano Bolívar Lamounier feriu a mesma corda. Desavisado, lamentou que a corrupção agora estivesse sem controle. Deixa entrever que, sob controle, a corrupção seria tolerável. Eu não acho.
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Voltando um pouco mais de meio século atrás, é possível se deparar com os mesmos problemas na campanha de Juscelino Kubitschek.
O udenismo, cujo DNA pode ser identificado no tucanato, quase conseguiu criar uma chamada “CPI dos Vidros”. Por que esse nome?
Feche os olhos, quem está longe da capital. Imagine Brasília.
Coalhada de vidros, beneficiou o controle monopolista do mercado pelo empresário Sebastião Paes de Almeida. Ele foi o maior contribuinte da campanha milionária de JK, o primeiro a usar a televisão e a deslocar-se de avião pelo País. Como recompensa, Paes de Almeida presidiu o Banco do Brasil e, posteriormente, assumiu o Ministério da Fazenda.
FHC, evidentemente, mira o PT e aliados, quase todos citados nominalmente.
Emerge aí o FHC na oposição. Mas há o FHC no governo. Abrigou-se sob telhado de vidro.
Ele esquece, de propósito, os “arranjos” financeiros do PSDB para custear as eleições. Há muitos e muitos exemplos. Casos mais conhecidos: o chamado “mensalão mineiro”, do PSDB, que gira em torno do mesmo eixo: o publicitário Marcos Valério envolvido no “mensalão do PT”.
Convenientemente, o ex-presidente tucano passa a borracha na história.
Apaga do cenário de denúncias o ex-presidente do Banco do Brasil Ricardo Sérgio, eficiente operador financeiro. FHC usa o mata-borrão na memória de Sérgio Motta, que, em 1994, foi o tesoureiro da campanha de FHC e tinha Ricardo Sérgio como principal operador. Em 1998, Serjão articulou a peso de ouro a emenda da reeleição. (Grifo em verde negritado é do ContrapontoPIG)
Não se pode ser complacente com os ilícitos. É preciso, no entanto, descortinar o significado político mais amplo da campanha anticorrupção para não exercer o papel de inocente útil.
A corrupção entrou em pauta, com toda a força da mídia, a partir do chamado “mensalão”. Como bandeira de eleição foi um fracasso. Lula foi reeleito, em 2006, derrotando o tucano Alckmin, e Dilma superou o tucano Serra, em 2010.
O eleitor virou as costas para a ética? Não. Talvez tenha apenas percebido que, por hipocrisia, a oposição levou a luta política para o campo da ética.
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FHC é um filho da puta muito grande.
ResponderExcluirFalando em corrupção no governo federal, que se instalou até no judiciario, quero lembrar que a corrupção como quer a grande midia não começou com o governo Lula, mais sobretudo no governo Collor, que queria juntar seu primeiro bilhão, ai veio o governo FHC, o governo mais corrupto da nossa história, não me canso de repetir, que comprou releição, nomeou o procurador engavetador, mentiu, mentiu dizendo que com a venda das estatais iria melhorar a educação e a saúde deste país.
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