.
18/11/2012
Dilma, "la fuerte"
Do Brasil 247 - 18/11/2012
Presidente brasileira é tratada como a
grande estrela da Cúpula Ibero Americana, em Cádiz, na Espanha; numa
conversa com o publisher do El Pais, Juan Luis Cebrián, ela deu lições
ao país que, até recentemente, tratava o Brasil como um dos objetos de
sua reconquista da América Latina; "é preciso pagar as dívidas, mas
também é preciso tempo para que os países o façam em condições sociais
menos adversas; não apenas por razões éticas, mas também econômicas",
disse Dilma; confira íntegra
247 - Não resta a menor dúvida: a
presidente Dilma Rousseff foi a grande estrela da Cúpula Ibero
Americana, realizada em Cádiz, na Espanha. Neste domingo, o jornal El
Pais, maior diário espanhol, dedica uma página inteira à líder política
que a publicação qualifica como "Dilma, la fuerte". E o relato foi feito
por ninguém menos que Juan Luís Cebrián, presidente do grupo Prisa, que
edita o El Pais (leia aqui a íntegra em espanhol).
O espaço dedicado a Dilma no El Pais é um retrato dos
novos tempos. Até recentemente, a Espanha e suas empresas miravam o
Brasil como um território a mais na sua reconquista da América Latina. E
companhias ibéricas, como o Santander, a Telefônica e a Iberdrola,
foram os grandes atores da privatização de setores como o financeiro, o
de telecomunicações e o de energia no Brasil. Hoje, a Espanha está
mergulhada em profunda recessão, com mais de 25% da população
desempregada, e pede ajuda ao Brasil para que invista no outro lado do
Atlântico e para que conceda vistos a profissionais qualificados.
Dilma, "la fuerte", é, portanto, uma das esperanças de
salvação do governo espanhol. Ao editor Cebrián, a presidente brasileira
enviou mensagens importantes sobre como enfrentar a crise. "O problema
europeu não é seu estado de bem-estar social, mas sim o fato de terem
aplicado soluções inadequadas contra a crise, que resultaram num
empobrecimento da classe média", disse Dilma. "Se continuarem assim,
vocês produzirão uma recessão generalizada".
A presidente lembrou que o Brasil incorreu no mesmo erro.
"Nós vivemos isso. O Fundo Monetário Internacional nos impôs um processo
que chamaram de ajuste e agora definem como austeridade. Era preciso
cortar todos os gastos, tanto correntes como de investimento. Esse
processo gerou a quebra de praticamente toda a América Latina na década
de 80".
Cebrián destacou em seu texto que Dilma é hoje considerada
uma das três mulheres mais poderosas do mundo, ao lado de Hillary
Clinton, secretária de Estado dos Estados Unidos, e Angela Merkel,
chanceler alemã. Como Hillary deixa o cargo no fim do ano, restam duas:
Dilma e Merkel, que apontam visões distintas sobre como enfrentar a
crise. Enquanto a alemã simboliza a austeridade, Dilma defende políticas
contracíclicas, como tem sido feito no Brasil desde 2008.
A presidente brasileira afirmou ao jornalista espanhol que
expôs seus pontos de vista à chanceler alemã. "Disse em todas as
reuniões do G20 que a Europa passa por algo que já experimentamos na
América Latina. Há uma crise fiscal, uma crise de competitividade e uma
crise bancária. E as receitas aplicadas estão causando uma recessão
brutal. Sem investimento, será impossível sair dela", disse. "É preciso
pagar as dívidas, mas também é preciso tempo para que os países o façam
em condições sociais menos adversas; não apenas por razões éticas, mas
também econômicas."
Dilma disse ainda que o euro é um projeto inacabado,
apontando o que talvez seja a saída para a Espanha – uma autonomia
monetária maior, que permita ao país maior flexibilidade para enfrentar a
maior recessão de sua história. Ela disse ainda que "distribuir renda é
uma exigência moral, mas também uma premissa para o crescimento."
O fato incontestável é que o Brasil passou a ser ouvido
com respeito cada vez maior dos interlocutores internacionais. Dilma é
chamada de "la fuerte" sobretudo porque o Brasil também apresenta hoje
uma boa solidez econômica.
Nenhum comentário :
Postar um comentário
Veja aqui o que não aparece no PIG - Partido da Imprensa Golpista