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18/11/2012
Dilma pode se consolidar como antítese de Merkel
Do Brasil 247 - 18 de Novembro de 2012 às 21:00
Presidente encontrou na Espanha uma janela de oportunidade para reforçar seu protagonismo (e também do Brasil) na cena internacional. No momento em que as políticas fiscais da chanceler alemã Angela Merkel mostram sinais de esgotamento em todo o Velho Continente, ela levou uma nova mensagem econômica, que pode transformá-la no contraponto necessário aos tempos atuais
247 – Pergunte a qualquer cidadão europeu, seja
na Espanha, na Grécia, em Portugal ou na Itália, quem é principal
responsável pela crise econômica que devasta o Velho Continente e a
resposta tenderá a ser a mesma: Angela Merkel. Símbolo da política de
austeridade, Frau Merkel já foi alvo de protestos na Grécia, em
Portugal, na Itália e na Espanha, país que vive sua maior recessão dos
últimos 100 anos, com uma taxa de desemprego superior a 25%.
Neste domingo, numa entrevista de página inteira ao jornal El Pais (leia mais aqui), Dilma foi saudada como “la fuerte” e identificada como símbolo de uma outra economia possível – em que o crescimento vem em primeiro plano e as dívidas não são pagas com o sacrifício do povo. Dilma foi entrevistada pelo próprio presidente do grupo Prisa, Juan Cebrián, que edita o El Pais. Coincidentemente, Cebrián também concedeu uma entrevista ao jornal O Globo, publicada hoje, em que definiu a política de Angela Merkel como “letal”. Um caminho para o suicídio.
Com uma nova mensagem econômica, Dilma pode se aproveitar de um vácuo na cena internacional. Na Europa, esperava-se que o papel de contraponto a Angela Merkel fosse ocupado pelo socialista François Hollande, eleito presidente da França, mas que, até agora, não teve coragem para mudar. Ao contrário, seguiu o mesmo receituário, elevou impostos e foi premiado, neste fim de semana, com uma capa da revista The Economist, apontando a França como a próxima bomba-relógio da Europa, continente preso à lógica perversa da recessão seguida de arrocho, que gera mais recessão e mais arrocho num ciclo vicioso sem fim.
A oportunidade que se abre para o Brasil é semelhante à de 2010, quando, numa reunião do G-20, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, saudou o ex-presidente Lula como “o cara”. De todas as 20 nações mais ricas do mundo, o Brasil foi a que mais rapidamente se recuperou da crise econômica de 2008, apostando em políticas anticíclicas, ou seja, em estímulos ao investimento e em cortes de impostos para o setor privado.
Dilma ainda não havia encontrado um espaço tão favorável na cena internacional como agora, nesta viagem à Espanha. No seu primeiro encontro com Angela Merkel, a química entre as duas não foi exatamente perfeita. A chanceler alemã reclamou de ter recebido conselhos, em sua própria casa, de uma líder de uma nação em desenvolvimento. O mesmo ocorreu no encontro mais recente entre Dilma e Obama.
A questão é que a mensagem de Dilma, mesmo que não seja a que os líderes mundiais querem ouvir, cada vez mais é a que os povos europeus buscam escutar. E uma avenida acaba de se abrir para Dilma – e também para o Brasil.
Neste domingo, numa entrevista de página inteira ao jornal El Pais (leia mais aqui), Dilma foi saudada como “la fuerte” e identificada como símbolo de uma outra economia possível – em que o crescimento vem em primeiro plano e as dívidas não são pagas com o sacrifício do povo. Dilma foi entrevistada pelo próprio presidente do grupo Prisa, Juan Cebrián, que edita o El Pais. Coincidentemente, Cebrián também concedeu uma entrevista ao jornal O Globo, publicada hoje, em que definiu a política de Angela Merkel como “letal”. Um caminho para o suicídio.
Com uma nova mensagem econômica, Dilma pode se aproveitar de um vácuo na cena internacional. Na Europa, esperava-se que o papel de contraponto a Angela Merkel fosse ocupado pelo socialista François Hollande, eleito presidente da França, mas que, até agora, não teve coragem para mudar. Ao contrário, seguiu o mesmo receituário, elevou impostos e foi premiado, neste fim de semana, com uma capa da revista The Economist, apontando a França como a próxima bomba-relógio da Europa, continente preso à lógica perversa da recessão seguida de arrocho, que gera mais recessão e mais arrocho num ciclo vicioso sem fim.
A oportunidade que se abre para o Brasil é semelhante à de 2010, quando, numa reunião do G-20, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, saudou o ex-presidente Lula como “o cara”. De todas as 20 nações mais ricas do mundo, o Brasil foi a que mais rapidamente se recuperou da crise econômica de 2008, apostando em políticas anticíclicas, ou seja, em estímulos ao investimento e em cortes de impostos para o setor privado.
Dilma ainda não havia encontrado um espaço tão favorável na cena internacional como agora, nesta viagem à Espanha. No seu primeiro encontro com Angela Merkel, a química entre as duas não foi exatamente perfeita. A chanceler alemã reclamou de ter recebido conselhos, em sua própria casa, de uma líder de uma nação em desenvolvimento. O mesmo ocorreu no encontro mais recente entre Dilma e Obama.
A questão é que a mensagem de Dilma, mesmo que não seja a que os líderes mundiais querem ouvir, cada vez mais é a que os povos europeus buscam escutar. E uma avenida acaba de se abrir para Dilma – e também para o Brasil.
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