sábado, 24 de novembro de 2012

Contraponto 9826 - "Kakay sobre Joaquim Barbosa: 'um infeliz' "

247 - Antes de ser indicado ministro do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa soube que o então presidente Lula buscava um candidato negro para indicar à mais alta corte do País. Barbosa já conhecia Frei Betto, amigo do ex-presidente, e conseguiu que seu nome fosse incluído na lista de possíveis nomes, submetida também ao ministro da Justiça daquela época, Marcio Thomaz Bastos. Essa costura, no entanto, não era suficiente. E ele então procurou o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, um dos mais notórios de Brasília, conhecido como Kakay, para que providenciasse um encontro com José Dirceu.

A história está revelada na edição deste sábado do jornal O Globo, pelo próprio Kakay. "Ele me procurou e disse que era um sonho seu chegar ao Supremo e que precisava do apoio do Zé Dirceu", afirmou o advogado à repórter Maria Lima. Kakay disse que, antes de providenciar o encontro, foi ao ex-ministro da Casa Civil. "Eu vou recebê-lo, mas nós temos que mudar a forma de indicação dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Um pretendente ao STF não pode ter que pedir apoio a um ministro da Casa Civil, até porque, em tese, ele terá  que nos julgar no futuro. Isso não é bom para o País", disse Dirceu, segundo o relato de Kakay.

A profecia foi realizada e Barbosa liderou a condenação de Dirceu a dez anos e dez meses de prisão, por corrupção ativa e formação de quadrilha. Kakay não se surpreendeu. "Não esperávemos que fosse diferente. Joaquim, desde o Ministério Público é esse cara infeliz, preocupado em manter essa postura de salvador da pátria. Ninguém é duro desse jeito sendo feliz. Eu só achava que ele seria mais gentil com seus pares", disse Kakay, que foi um dos poucos advogados vitoriosos do mensalão – ele defendeu Duda Mendonça, que foi inocentado.

Dias atrás, Kakay ofereceu um jantar a José Dirceu, onde os dois teriam até se divertido ao comentar os votos de alguns ministros. Ontem, o ex-ministro participou de um ato do PT em Osasco, onde defendeu o "julgamento do julgamento".
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