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22/03/2013
Malan é a ponte entre oposição e mídia global
Do Brasil 247 - 22 de Março de 2013 às 08:16
Já foi identificado, em Brasília, o
personagem que conecta interesses oposicionistas a publicações
internacionais, como a revista The Economist e o jornal Financial Times;
trata-se do ex-ministro da Fazenda, Pedro Malan, atual membro do
conselho de administração do Itaú Unibanco, que desfruta de prestígio
junto aos meios financeiros internacionais; periódicos ingleses têm
feito críticas constantes à condução da economia por Guido Mantega e,
neste fim de semana, a Economist passou a defender a eleição de Aécio
Neves
247 - Os aparatos de inteligência em
Brasília – e, que fique bem claro, não têm qualquer relação com a Abin –
já identificaram o nome do personagem que mais tem trabalhado para
conectar os interesses da oposição ao governo federal a grandes
publicações internacionais. Trata-se do economista Pedro Sampaio Malan,
que foi ministro da Fazenda nos oito anos do governo FHC (1995-2002) e
hoje faz parte do conselho de Administração do Itaú Unibanco.
O exemplo mais recente dessa costura está publicado neste
fim de semana, na revista britânica The Economist. Trata-se de uma
reportagem sobre o processo político no Brasil, em que a publicação
defende a "receita mineira" e o nome de Aécio Neves para o Palácio do
Planalto. Malan é um dos principais conselheiros econômicos de Aécio,
assim como o ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga.
Antes dessa reportagem, a mesma Economist que havia feito
uma capa sobre a decolagem do Brasil, no início do governo Dilma, já
havia dado outras demonstrações de uma guinada em sua política
editorial. Recentemente, a revista pediu, com todas as letras, a
demissão do ministro da Fazenda, Guido Mantega, como única medida capaz
de garantir a reeleição da presidente Dilma Rousseff.
A Economist foi também seguida pelo jornal inglês
Financial Times, que, além de pedir a cabeça de Mantega, também abriu
espaço para que o presidente do Itaú Unibanco, Roberto Setubal,
reclamasse da política econômica no Brasil e de supostas mudanças
constantes nas regras do jogo.
Ministro da Fazenda num momento em que o Brasil tinha
poucas reservas internacionais e foi três vezes ao Fundo Monetário
Internacional, Malan conquistou muito prestígio junto aos círculos
financeiros internacionais. A aproximação com o Unibanco se deu quando o
banco dos Moreira Salles obteve autorização para incorporar a chamada
parte boa do extinto Nacional. E quanto o Unibanco se fundiu com o Itaú,
Malan foi guindado ao conselho de administração.
Discreto, o ex-ministro da Fazenda pouco fala com a
imprensa, mas suas movimentações internacionais já dispararam o alarme
em Brasília. Já sabe, por exemplo, que a agenda da oposição rumo ao
Planalto passa por questões como a suposta estagflação (crescimento
baixo e inflação alta), o desempenho da Petrobras e a estratégia do
BNDES de fomentar "campeões nacionais".
Novos ataques virão. Com a assinatura de Malan.
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