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29/12/2014
Francisco, o personagem político de 2014, por Gilson Caroni Filho
GILSON CARONI FILHO
Quem foi o personagem político de 2014? Para mim, sem qualquer sombra de dúvida, o Papa Francisco. E antes que um " revolucionário" anticlerical tenha uma crise histérica, vamos aos fatos.
1) Não seria possível lutar por reforma agrária no Brasil sem o apoio inestimável da Comissão Pastoral da Terra, alvo de ataques dos dois papas que precederam Francisco.
2) Não fosse o trabalho incansável do Conselho Indigenista Missionário, a situação dos índios estaria bem pior do que já está.
3) Haveria Movimento dos Trabalhadores Sem Terra ( MST) sem o apoio logístico e ideológico dos setores progressistas da Igreja? Claro que não.
4) Quando falamos em trabalhar politicamente a sociedade, para que ocorram mudanças estruturais, como ignorar os avanços promovidos pelas Comunidades Eclesiais de Base? Como pensar o surgimento do novo sindicalismo dos anos 1980 e do próprio PT sem estes magníficos embriões?
5) Não bastasse o papel central do novo papa no restabelecimento das relações diplomáticas entre Cuba e os Estados Unidos, leio que ele recorrreu a Leonardo Boff para elaborar uma nova encíclica. E isso é um ótimo sinal. Perguntem a João Pedro Stédile o que ele acha?
6) Por fim, para os que gostam de associar Igreja a retrocessos e, sem dúvida, ela participou de vários, gostaria de lembrar a importância do clero progressista na Revolução Sandinista e na resistência em El Salvador. Sem esquecer o que é tão óbvio: a contribuição de bispos e padres, quase todos ligados à Teologia da Libertação, para a redemocratização do nosso país.
Por tudo isso, eu aposto no Chico. Estou muito longe de ser carola, mas pergunto aos anticlericais: que avanço vocês promoveram nos últimos 30 anos?
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Esse Papa, eu acho, que é idolatra
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