segunda-feira, 2 de março de 2015

Contraponto 16.184 - "Espera por lista de Janot e delações da Camargo Corrêa acirram clima de tensão"

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02/03/2015


Espera por lista de Janot e delações da Camargo Corrêa acirram clima de tensão

A Camargo Corrêa foi uma das que mais fez doações a campanhas políticas e tem dados além da Petrobras


Jornal GGN - seg, 02/03/2015 - 20:58

 
Jornal GGN - A lista de Janot, com os nomes de políticos que podem estar envolvidos com a Operação Lava Jato, deve ser enviada esta semana. O atraso na expectativa, inicialmente prevista para a última semana, associado com o acordo de delação premiada de dois executivos da Camargo Corrêa, fomentam um clima de apreensão em Brasília.
 
A conclusão é que a lista não será o ponto final do desgaste em parlamentares. O presidente e vice-presidente da grande empreiteira, Dalton Avancini e Eduardo Leite, respectivamente, decidiram nesta sexta-feira (27) que irão colaborar com as investigações. A Camargo Corrêa foi uma das primeiras flagradas em transações financeiras com o doleiro Alberto Youssef e uma das que mais fez doações a campanhas políticas.
 
Hoje (02), o juiz Sérgio Moro, que conduz as investigações da Operação Lava Jato, deve ouvir Eduardo Leite. Os executivos podem trazer novos dados à revelações de fraudes não apenas na Petrobras, mas em outras áreas de atuação da Camargo Corrêa, como em obras e serviços em hidrelétricas, rodovias e ferrovias.
 
Outro temor é que os dois novos acordos estimulem mais delações. Ricardo Pessoa, da UTC, sente-se pressionado pela família e pelas circunstâncias a depor, a exemplo do que levou os dois empresários da Camargo Corrêa, que decidiram colaborar pela demora que estão detidos na prisão, pela dificuldade de enfrentar as investigações e pelo risco de serem condenados a regime fechado.
 
A lista de Janot não é, assim, a única preocupação, o que tem levado parlamentares possivelmente envolvidos a contatarem o procurador-geral da República, para descobrir se os seus nomes integram as investigações. Neste final de semana, Janot e os 11 procuradores do grupo de trabalho, criado no MPF especialmente para os políticos envolvidos, revisaram os pedidos de abertura de investigação, que devem ser encaminhados ao STF nesta terça. 
 
Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, procuradores informaram que Janot vem recusando pedidos para discutir projetos de interesse do MPF que tramitam no Congresso ou solicitações para visitas de cortesia, que têm chegado nos últimos dias ao seu gabinete.
 
Por outro lado, o procurador-geral da República encontrou-se na última semana com o vice-presidente da República, Michel Temer, e com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Com Temer, Janot teria conversado sobre a greve de servidores do Ministério Público da União (MPU) e do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), que pedem reajuste da categoria. O procurador havia garantido aos funcionários "o empenho da Administração do MPU nessa questão".
 
Para a seleção dos nomes da lista, o grupo de procuradores analisou todos os políticos informados nas delações. Os pedidos de abertura de inquérito devem ser feitos para indícios de crime. No caso das delações que citaram nomes de forma lateral ou que não indicaram a possibilidade de delitos, serão excluídos da lista.
 

Janot vem manifestando a preferência de que o ministro do STF, Teori Zavascki, relator no processo, derrubasse o sigilo  e revelasse o conteúdo dos autos. A justificativa é por fim às especulações. 

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