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08/04/2015
Pravda
“CIA, FBI e NSA trabalham para derrubar Dilma Rousseff”
Jornal russo denuncia golpismo orquestrado pelo governo norte-americano
Causa Operária - 17/03/2015
Na última semana o jornal russo Pravda (que não é o mesmo Pravda da União Soviética, mas um diário liberal no sentido político, democrata) publicou reportagem
onde coloca em questão a possibilidade de a CIA (Agência Central de
Inteligência), o FBI (Agência Federal de Investigação) e a NSA (Agência
de Segurança Nacional), departamentos do governo norte-americano,
estarem envolvidos nos protestos contra o governo Dilma Rousseff.
A razão principal para a intervenção dos EUA nos rumos do governo
brasileiro seria o BRICS (Brasil, Rússia, China e África do Sul)
“principal ameaça geopolítica para os EUA”, diz o site. Porque um dos
“principais problemas hoje é recuperar o equilíbrio no sistema monetário
e financeiro global”. E o BRICS aparece como uma ameaça real ao
predomínio do dólar norte-americano na economia mundial.
O jornal destaca que os EUA vem tentando “destruir e esmagar a Rússia
através da crise na Ucrânia”. Importante lembrar que recentemente o
imperialismo assumiu seu envolvimento no golpe que derrubou o governo
Ianokvtich. Tentaram quebrar a estabilidade da China através da
“revolução de guarda-chuvas” em Hong Kong. E no Brasil tentam criar um
cenário semelhante ao que fazem em outros países “soberanos da região –
Argentina e Venezuela”.
Ainda entre as razões para os EUA quererem “se livrar de Dilma”
estaria a criação do Banco de Desenvolvimento e a construção de um
sistema de telecomunicação em fibra ótica independente, com extensão
pelo Atlântico ligando o Brasil à Europa o que minaria o “monopólio
norte-americano no campo da comunicação, incluindo a internet”. O
projeto deve ser “desenvolvido e implementado sem a participação de
qualquer empresa norte-americana”. O que garantiria proteção contra a
espionagem da NSA.
O Pravda apresenta o que seria um esquema de funcionamento da estrutura pra o golpe:
1) “Processamento da opinião pública com base em desvantagens reais,
promovendo descontentamento através da mídia, enfatizando tais
perturbações como déficit, crime, sistema monetário instável,
incapacidade de líderes do estado e suas denúncias de corrupção”;
2) “demonizar autoridades através da manipulação de preconceito
dizendo, por exemplo, que todos os brasileiros (russos, chineses) são
corruptos, segurando as ações públicas em defesa da liberdade de
imprensa, direitos humanos e as liberdades civis, condenando o
totalitarismo, revisando a história em favor das forças que devem ser
levados ao poder”;
3) “trabalhando na rua; canalizar os conflitos, promover a
mobilização de oposição, o desenvolvimento de plataformas de combate,
que englobam todas as demandas políticas e sociais, a compilação de
todos os tipos de protestos, habilmente jogar nos erros do Estado,
organizando manifestações, a fim de bloquear a captura de instituições
do Estado para radicalizar confrontos”;
4) “a combinação de diferentes formas de luta; a organização de
piquetes e captura simbólica das instituições do Estado, guerra
psicológica nos meios de comunicação e promoção de confrontos com a
polícia, para criar uma impressão de descontrole, desmoralizando as
agências governamentais e policiais legítimas”;
5) “um golpe institucional, com base em protestos de rua, pedindo a renúncia do presidente”.
Em que fase está a revolução colorida que se desenvolve no Brasil?, questiona o Pravda.
E conclui: “a situação se agrava na frente de nossos olhos e parece que
as autoridades brasileiras fecham os olhos sobre as atividades da
inteligência dos EUA que acontece debaixo de seus narizes. No Brasil, a
CIA, DEA e os oficiais do FBI trabalham legalmente, sob o pretexto da
luta contra o tráfico de drogas. ONGs e fundações que patrocinam
revoluções coloridas também trabalham no país.
“O jornalista venezuelano José Vicente Rangel informou que cerca de
500 funcionários dos serviços de inteligência dos EUA chegou a
embaixadas dos EUA na Venezuela, Bolívia, Argentina, Brasil, Equador e
Cuba para trabalhar como uma rede para desestabilizar regimes
democráticos nesses países. O que vai acontecer depois? Já podemos ver o
exemplo da Ucrânia”.
Durante a manifestação do dia 15 em São Paulo, no carro de som do
grupo que defende a intervenção militar mais de uma vez foi afirmado que
tal defesa contava com apoio, e ali na manifestação estava presente,
organismos norte-americanos e de outros países imperialistas.
Fechar os olhos para os interesses do imperialismo na derrubada dos
governos do nacionalismo burguês, na América Latina e no resto do mundo,
em plena época de golpes (vide Egito, Ucrânia, Tailândia, Honduras,
Paraguai...) é mais que cegueira política; é colaborar com o golpe e com
a direita que se desenvolve a olhos vistos no País.
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