segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Nº 18.876 - "Não passarão"


Não passarão




: <p>05/11/2015 - O ex- Presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa da 5º Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. Foto: Ricardo Stuckert/ Instituto Lula</p>
O alvo sempre foi Lula.

Leandro Fortes

Leandro FortesÉ um trabalho interno das velhas estruturas da burguesia brasileira que se congelaram, como um vírus, depois do fim da ditadura militar.

Foi preciso mais de uma década para a construção de uma narrativa de ódio herdada do anticomunismo mais rasteiro adaptada, primeiro, ao antipetismo e, finalmente, à figura de Lula.

Lula foi o mais importante presidente brasileiro de todos os tempos, por várias razões, e os números de seus governos são, no todo, o detalhe menos relevante.

A construção da narrativa de ódio, feita pela mídia e por uma geração de jornalistas adestrados em cursinhos de trainee, foi consolidada em cima de conceitos bizarros e raciocínios absurdos.

Fruto de uma seleta alcateia de monstrinhos treinados nas redações para superar nos métodos e nos desejos os mestres que lhe sobraram, os chapas-brancas da Casa Grande premiados, dia e noite, por sua servil mediocridade.

Nessa sopa de ressentimento, veneno e ódios diversos está a base de convencimento do juiz Sérgio Moro, por mais degradante que esse quadro se apresente sob a ótica da racionalidade de qualquer ordenamento moral.

O alvo sempre foi Lula.

Mas aqueles que pretendem se lançar na aventura de prendê-lo não têm a menor ideia do monstro popular que estão prestes a despertar.

Caso isso aconteça, Moro irá reduzir nossa história ao que éramos antes de Lula: uma nação irrelevante, miserável e permanentemente de joelhos.

Como sempre foi a vontade da Casa Grande e de seus vassalos de plantão.

O alvo sempre foi Lula.

E todos nós.

Leandro Fortes. Jornalista
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Nº 18.875 - "Lula se explica por escrito ao MP e não irá depor"

As explicações do documento dizem respeito ao apartamento triplex, no Guarujá, que já foi de Lula, mas acabou sendo devolvido à construtora OAS, responsável pelo condomínio. O MP acusa Lula de cometer o crime de ocultação de patrimônio. "Segundo o documento protocolado, Lula e Marisa prestarão todos os esclarecimentos por escrito e não em audiência", segundo nota divulgada pelo Instituto Lula.
Os motivos, de acordo com o texto, envolvem "prejulgamento ou antecipação de juízo de valor" e "infração da norma do promotor natural". A defesa de Lula sustenta que Conserino não é o promotor natural para trabalhar no caso contra o ex-presidente. Lula e Marisa manifestaram ainda o desejo de prestar depoimento à "autoridade imparcial e dotada de atribuição, que respeite os princípios do promotor natural".
Leia abaixo a íntegra da nota:

NOTA À IMPRENSA
Lula protocola no MP documentos e explicação por escrito sobre triplex


São Paulo, 29 de fevereiro de 2016,

Os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de sua esposa, Marisa Letícia, protocolaram junto ao Ministério Público de São Paulo, nesta segunda-feira (29), as explicações escritas a respeito da investigação sobre o apartamento triplex, no Guarujá. Os esclarecimentos foram enviados em decorrência de novo depoimento marcado pelo promotor de justiça Cassio Conserino, para o próximo dia 3.
Segundo o documento protocolado, Lula e Marisa prestarão todos os esclarecimentos por escrito e não em audiência, uma vez que:
1) Houve infração da norma do promotor natural. O art. 103, XIII, §2º, da Lei Orgânica do Ministério Público do Estado de São Paulo prevê a necessidade de distribuição de representação criminal a um dos promotores de justiça da área. No caso concreto não houve essa distribuição, como reconheceu o Conselho Nacional do Ministério Público em julgamento realizado no dia 23/02/2016. Os advogados do ex-presidente Lula e de D. Marisa farão o questionamento judicial sobre esse aspecto, o que é cabível segundo a própria manifestação do CNMP naquela oportunidade;
2) Houve prejulgamento ou antecipação de juízo de valor. Em entrevista à revista Veja de 22/01/2016 o promotor de Justiça Cássio Roberto Conserino afirmou, de forma incisiva e peremptória, que iria denunciar o ex-Presidente Lula e D. Marisa, embora o procedimento investigatório não estivesse concluído e não tivesse sido dada a eles a oportunidade de manifestação. A nova audiência consiste em um mero formalismo, verdadeiro contraditório burocrático;
3) Faculdade e não obrigação. O art. 7º, da Resolução CNMP nº 13/06 estabelece em seu art. 9º uma faculdade ao investigado de prestar informações e essas informações já foram prestadas pelo ex-presidente Lula e por D. Marisa de forma escrita e acompanhada de documentos ao promotor de Justiça Cassio Roberto Conserino.
O ex-presidente e sua esposa manifestaram, ainda, o desejo de prestar depoimento à "autoridade imparcial e dotada de atribuição, que respeite os princípios do promotor natural", segundo consta no documento protocolado
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Nº 18.874 - "Globo não é dona do Brasil , diz ex-âncora do Globo News Sidney Resende"

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29/02/2016

 

Globo não é dona do Brasil , diz ex-âncora do Globo News Sidney Resende


 DCM - 29/01/2016

 

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Do Notícias da TV:

O jornalista Sidney Rezende, 57 anos, falou pela primeira vez neste final de semana sobre sua demissão da GloboNews em novembro do ano passado, sem direito a comunicado de despedida. Diante de 600 pessoas, em uma premiação dos melhores do Carnaval do Rio de Janeiro, Rezende fez no sábado (27) à noite um duro discurso contra a Globo, onde trabalhou durante mais de 20 anos.

Disse que a emissora está “extrapolando os seus limites” e “impedindo que as expressões populares do nosso país funcionem de uma maneira mais clara”. “A Globo não é dona do Brasil, a Globo não é dona do Carnaval, a Globo não é dona do futebol”, bradou, propondo um “questionamento de competência” da emissora.

Jornalista respeitado nos meios profissional e acadêmico, Rezende foi o criador do modelo de programação da rádio CBN e um dos fundadores da GloboNews. Ele foi dispensado pela Globo em 13 de novembro, um dia depois de publicar em seu site, o SRZD, um texto em criticava a obsessão dos jornalistas por notícias ruins e pela aposta no impeachment da presidente Dilma Rousseff como “único caminho para a redenção nacional”.

Seu afastamento, no entanto, teve mais a ver com a renovação dos apresentadores da GloboNews e com uma movimentação para acomodar Christiane Pelajo, afastada um mês antes do Jornal da Globo. O novo telejornal de Pelajo, a partir de hoje, vai ocupar o mesmo horário de Rezende.

O contrato de Rezende com a Globo só venceu ontem. Por isso, o jornalista ficou em silêncio até o último sábado. Aproveitou a premiação do Carnaval que seu site promove para expor seu posicionamento diante da emissora e anunciar que, em março, vai se engajar em um projeto ambicioso que unirá televisão, rádio e internet. Foi a primeira vez que Rezende fez uma crítica contundente à Globo em público (embora sempre as tenha feito em conversas reservadas).
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Nº 18.873 - "O petróleo e a sanha entreguista. Por Mauro Santayana"

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29/02/2016

 

O petróleo e a sanha entreguista. Por Mauro Santayana


ChemChina-and-Syngenta


por Mauro Santayana, em seu blog


No day after da aprovação pelo Senado de proposta que muda as regras do pré-sal, abrindo caminho para leilões de novos campos de petróleo e para a aprovação pela Câmara de projeto ainda mais vergonhoso, que prevê o fim do regime de partilha e a volta ao regime de concessão que vigia até 2010, estabelecido nos “fantásticos” tempos de FHC, autoridades norte-americanas movem mundos e fundos para impedir a compra, pela poderosa estatal chinesa ChemChina, da multinacional química Syngenta, por 44 bilhões de dólares.

Embora de origem suíça, a Syngenta tem forte presença no mercado agrícola norte-americano, onde está cotada em bolsa e conta com acionistas como o Bank of America e o fundo de investimentos Blackrock.Com essa atitude, os EUA querem também evitar que Pequim reforce sua posição na área de transgênicos prejudicando direta e indiretamente grandes empresas norte-americanas do setor, como a Monsanto - ao contrário do que ocorre no Brasil, os chineses tratam as multinacionais de sementes e defensivos agrícolas estrangeiras com rigor e são extremamente cuidadosos na liberação da venda de seus venenos e organismos geneticamente modificados em seu território, um dos maiores mercados do mundo.

A pseudo “massa” ignara, abjeta, fútil e fascista, que pulula pela internet e pela mídia conservadora brasileira, deveria aproveitar o seu pegajoso pró-norte-americanismo para aprender a diferença entre os EUA – e outros países com P maiúsculo na administração de seus interesses - e o Brasil: por lá, quando se trata da entrega de setores ou mercados estratégicos para potências concorrentes, os mastins nacionalistas dos Estados Unidos ladram e rugem - mesmo quando não se trata de empresas 100% norte-americanas – e arreganham os caninos, enquanto, por aqui, nossos delicados poodles entreguistas antinacionais fazem festa para os gringos, e balançam, arfantes e em êxtase, os rabinhos.

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Nº 18.872 - "Saída de Cardozo torna Wagner super ministro"

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29/02/2016

Saída de Cardozo torna Wagner super ministro



A saída de José Eduardo Cardozo para a Advocacia Geral da União consolida uma mudança de centro político do primeiro para o segundo mandato da presidenta Dilma Rousseff. Durante seu primeiro governo, Dilma tinha como seus principais interlocutores no ministério Aloizio Mercadante, José Eduardo Cardozo, Miriam Belchior e Gleisi Hoffman. Sendo que os dois primeiros eram os mais influentes.

No início do segundo governo já havia uma expectativa de que Jaques Wagner assumisse a Casa Civil, mas Dilma preferiu manter Mercadante. Só com o aprofundamento da crise política é que ela aceitou fazer a troca.

wager wellington

Com a saída de Cardozo e a indicação de  Wellington Cesar Lima e Silva, que foi procurador-geral de Justiça da Bahia, o ministro da Casa Civil começa a consolidar uma nova cara para o governo Dilma, muito mais parecida com ele do que com a própria presidenta.

Ao assumir a Casa Civil, Wagner buscou, junto com o ministro Berzoini, uma reaproximação com o Congresso por meio de uma postura menos arrogante e mais pragmática, uma mudança radical em relação à forma de atuar de Aloizio Mercadante. Os resultados dessa mudança de rota vêm aparecendo aos poucos, mas já construíram uma base mínima na Câmara que garantiu, por exemplo, a vitória de Leonardo Picciani na eleição à liderança do PMDB, que talvez tenha sido a maior vitória do governo no Legislativo neste mandato.

Por mais criticado que tenha sido, o acordo com Renan Calheiros no Senado passa por essa lógica. A estratégia de Wagner e Berzoini é evitar conflitos tanto quanto for possível, principalmente com aqueles que ainda se dispõem a apoiar o governo mesmo de forma crítica.

O perfil do novo ministro da Justiça parece indicar esse mesmo caminho. Wellington Cesar é um procurador garantista, segundo fontes ouvidas pelo blogue, tem a simpatia de advogados e juízes progressistas na Bahia e, ao mesmo tempo, é do Ministério Público. O que se, por um lado, desagrada os delegados da Polícia Federal, por outro abre uma porta do governo com um órgão que se transformou nos últimos tempos em uma poderosa corporação.

Wellington Cesar terá condições de discutir a função do MP em um Estado democrático como forma não só de garantir o combate à corrupção e punição contra crimes, mas também de preservar os direitos cidadãos e as garantias individuais. Além disso, como a indicação de seu nome veio de Wagner, espera-se que Wellington Cesar também faça com que o MJ retome um pouco do seu espaço político, discutindo, entre outras coisas, temas da segurança pública e do Estado, que foram abandonados no governo Dilma.

A ampliação de poderes de Jaques Wagner é vista com bons olhos tanto no PT quanto por pessoas do governo que avaliam que o perfil conciliador e a experiência política do baiano são características necessárias neste momento e podem, se bem aproveitadas, recuperar aos poucos, e sem ansiedade, as condições de governabilidade e a popularidade da presidenta. Há alguns meses já se defendia que Dilma tivesse uma atuação mais internacional e se preservasse em relação à política interna. Se a indicação de Wellington Cesar vier a dar certo, esse movimento pode se consolidar, tornando Wagner uma figura que poderia ser caracterizada como um super ministro.

Evidente que qualquer um que venha a ser considerado como uma figura forte desse governo corre riscos muito maiores de se tornar um alvo. Wagner sabe disso. E, como bom baiano, vai fazer de tudo para escapar dessa armadilha.

A saída de Cardozo do Ministério da Justiça pode até ser interpretada por alguns como mais uma baixa do governo Dilma. Mas também não pode deixar de ser entendida como mais um movimento de mudança na centralidade de poder interno. É Wagner ganhando espaço em um momento no qual o governo parece começar a acertar os passos. Os resultados das pesquisas Datafolha e MDA, se não são alvissareiros, pelo menos dão sinais de que ainda há possibilidade de recuperação.

Foto: Ascom / MP-BA
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N º 18.871 - "Cunha pode se tornar primeiro réu da Lava Jato no STF nesta semana"

 

Cunha pode se tornar primeiro réu da Lava Jato no STF nesta semana

Julgamento ocorre em momento de maior "antipatia" da população pelo presidente da Câmara, segundo o Instituto Datafolha: "Nem a Dilma conseguiu a proeza de angariar tamanha antipatia", disse diretor
 
 
Jornal GGN - Atualizado em 29/02/2016 - 15:10
 
 
Julgamento ocorre em momento de maior "antipatia" da população pelo presidente da Câmara, segundo o Instituto Datafolha
 
Jornal GGN - O Supremo Tribunal Federal (STF) deverá julgar uma das denúncias contra Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, sobre o possível envolvimento do peemedebista no esquema de corrupção da Petrobras, nesta quarta (02). A Procuradoria-Geral da República acredita que Cunha recebeu, pelo menos, US$ 5 milhões em propina por dois contratos de navios-sonda para a exploração de petróleo, entre 2006 e 2007.
 
A agenda foi uma determinação do presidente do STF, Ricardo Lewandowski, em acordo com o ministro Teori Zavascki, relator do caso na Corte. Nesse dia, a Segunda Turma do Supremo decidirá se aceita a denúncia da PGR. Caso receba, o inquérito de Cunha se transformará em ação penal e o deputado será o primeiro réu da Lava Jato no STF. A expectativa dos ministros é que a análise será concluída em duas sessões. 
 
Também está em andamento na pauta de julgamentos outro pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sobre o afastamento de Cunha da presidência da Câmara, por usar o posto para atrapalhar as investigações contra ele. 
 
Apesar de o ministro relator Teori Zavascki afirmar que esse segundo pedido deve ser julgado após a denúncia da PGR, o tema deve já deve ser adiantado nesta quarta, durante o voto de alguns ministros. Para a Corte, a decisão sobre o afastamento de Cunha é mais delicado e deve ser tratado com fortes argumentos, a fim de que não pareça uma interferência do Judiciário no Legislativo e, por isso, não deve ter o consenso de todos os ministros.
 
Ainda assim, se o STF aceitar a denúncia contra Cunha, iniciando a investigação sobre a participação do peemedebista no esquema de contratos da Petrobras, fortalece as motivações para a saída do deputado no comando da Câmara. A ação penal seria incluída no processo de cassação contra ele que tramita no Conselho de Ética. 
 
O presidente da Câmara ainda não apresentou sua defesa sobre o pedido de afastamento do procurador Rodrigo Janot. Mas já adiantou que não pretende deixar a presidência da Casa, mesmo se virar réu na Corte.
 
Na denúncia apresentada contra Cunha, Janot pede a condenação de 184 anos de prisão e a devolução de US$ 80 milhões aos cofres públicos de Eduardo Cunha e Solange Almeida (PMDB-RJ), atual prefeita de Rio Bonito (RJ) e então aliada do deputado na Câmara, em 2011. Á época, Cunha protocolou em nome de Solange dois requerimentos contra empresas do lobista Júlio Camargo, com quem teria o esquema, com objetivo de coagir a retomar o pagamento de sua parte na propina. 
 
O MPF obteve provas de pagamentos por Camargo, que representava a coreana Samsung Heavy Industries e a Mitsui nos contratos, a Fernando Baiano, que seria o interlocutor do PMDB na Petrobras. Camargo afirmou que pagou a Baiano US$ 40 milhões para obter os contratos com a estatal e que o dinheiro seria destinado a Nestor Cerveró, ex-diretor internacional da Petrobras, e a Eduardo Cunha. O peemedebista, por sua vez, nega o recebimento de propina. 
 
Além dessa denúncia, do pedido de afastamento do PGR e do processo de cassação que corre no Conselho de Ética da Câmara, Eduardo Cunha é alvo, ainda, de outro inquérito no Supremo. Trata-se das contas secretas na Suíça em nome do deputado e de seus familiares. Há a suspeita de relação da abertura dessas contas com o recebimento de propina nos desvios da Petrobras. No último ano, Teori Zavascki determinou o bloqueio de 2,5 milhões de francos suíços até que se comprove a origem desse montante.
 
Maior antipatia
 
Nos últimos dois meses, saltou em mais de dez pontos percentuais o número de brasileiros que defendem a renúncia de Cunha, desde as investigações contra o parlamentar.
 
O dado é do Instituto Datafolha, que mostrou um aumento de 65% para 76% a demanda pela renúncia de Eduardo Cunha. O levantamento também mostrou que 78% defendem a cassação do peemedebista. Apenas 12% dos eleitores são contra a saída dele do comando da Casa. 
 
De acordo com a interpretação de Alessandro Janoni, diretor de pesquisas do Instituto, a insistência do parlamentar em se manter no cargo o fizeram uma espécie de "cadáver insepulto". "Nem a Dilma conseguiu a proeza de angariar tamanha antipatia. Mesmo no pior momento dela, 66% dos eleitores eram a favor do impeachment; o número dos que querem Cunha fora é maior", afirmou.
 
O diretor avalia que, apesar das investigações terem início no ano passado, Cunha capitalizava "um segmento contra o governo que enxergava nele uma esperança de derrubar a Dilma", e que, agora, não consegue mais reunir. "Quando apareceu a assinatura e a cópia do passaporte dele na conta suíça, este segmento antigoverno ficou frustrado e, a partir daí, começou a engrossar o coro dos apoiadores de Dilma pela saída do Cunha", disse.
 
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Nº 18.870 - "Lula tem de chamar o povo, ir às ruas e denunciar as diatribes da PF, do MP e da Justiça "



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29/02/2016

 

 

Palavra Livre - 29/02/2016



Por Davis Sena Filho
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Todo mundo neste País e no planeta Terra que acompanha a política brasileira, desde os "especialistas" da Globo News até o mais alienado dos cidadãos, sabe muito bem o que acontece no Brasil. Aos que não sabem ou não compreendem o que está a acontecer na política brasileira, por motivos vários, afirmo: a Polícia Federal, o Ministério Público e setores da Justiça, como a Vara do juiz de primeira instância, Sérgio Moro, agem como se fossem ditadorzinhos de republiqueta edificada no Paraná, sem que ninguém dê limites para esses senhores, que estão a prejudicar seriamente a economia, as estatais brasileiras e seus projetos, como, por exemplo, a construção de submarinos nucleares, dentre muitos outros projetos estratégicos, que visam a independência e a conquista da soberania do Brasil e que ora estão praticamente paralisados.



Sem sombra de dúvida que o juiz de primeira instância, Sérgio Moro, e seu staff de delegados e procuradores estão a fazer política partidária, porque são ideológicos e se aliaram à oposição de direita, liderada pelo PSDB, partido do candidato derrotado Aécio Neves, que até hoje se nega a reconhecer e a se submeter aos resultados das eleições, porque desde outubro de 2014 realiza uma campanha frenética e feroz, de essência golpista, que tem por objetivo derrubar do poder a presidente Dilma Rousseff, eleita legalmente e democraticamente pela autoridade soberana do povo, que depositou nas urnas quase 55 milhões de votos à candidata do PT, que hoje luta para não sofrer um surreal impeachment. Trata-se de muita loucura e irresponsabilidade do PSDB e de seus associados da imprensa de mercado, do MP, da PF e da Justiça.



Não satisfeitos em prejudicar os interesses do País e paralisar as ações do governo no que tange à mandatária eleita pelo povo para governar e administrar o País, o sistema plutocrata, que sustenta a opulência material e propagandística da Casa Grande, volta-se também contra o ex-presidente Lula da maneira mais covarde, pérfida e sórdida possível, em um linchamento moral e político sem precedentes nas últimas três décadas, somente comparável ao que passaram os presidentes trabalhistas Getúlio Vargas e João Goulart.



A violência e a perseguição contra Lula tem propósitos visíveis, porque apesar de o sistema judiciário (Justiça, MP e PF) e seus associados do PSDB e da imprensa dos magnatas bilionários tentarem disfarçar por meio de chicanas judiciárias, notícias manipuladas e, criminosamente, vazadas por aqueles que deveriam garantir os princípios que norteiam a Constituição brasileira — os juízes, os procuradores e os policiais —, resolveram se envolver com a política e se tornaram pedras angulares da oposição demotucana, bem como vazam documentos e inquéritos de forma seletiva, gravados ou não, para a imprensa de negócios privados, que não aceita os resultados das eleições e por isto faz, diuturnamente, uma campanha  cretina, golpista e criminosa contra o Governo Trabalhista, porque deseja derrubar Dilma Rousseff, além de tentar, sobretudo, inviabilizar a candidatura de 0Lula em 2018.



Lula tem de urgentemente reunir as forças progressistas e de esquerda em volta de seu nome, além de ir às ruas. São milhares de entidades, ongs, associações, sindicatos, estudantes, trabalhadores, partidos de esquerda, servidores públicos e setores da Justiça e do MP, porque a PF é caso perdido, porque policial geralmente tem cabeça de direita e, independente de qualquer situação, vai sempre pender para defender a riqueza da casa grande. Dessa forma as polícias procedem deste os tempos do Brasil Colônia. Não tem jeito.



Contudo, a PF é subordinada, porque corporação armada, e, por sua vez, impedida de ser independente. Não pode; de forma alguma. Seria a mesma coisa que transformar as Forças Armadas em corporações independentes do Governo do Brasil. Somente idiotas para apoiar uma insensatez como esta ou pessoas de má-fé, que desejam que grupos policialescos fiquem livres para cometerem suas meganhagens, a exemplo do que ocorreu na época da ditadura militar, quando o SNI, o DOI-Codi e o Dops passaram a enfrentar o Governo Federal, inclusive a Presidência da República, principalmente quando os generais resolveram efetivar o processo de abertura política e permitir, em 1979, a volta dos brasileiros exilados.



Polícia não pode mandar e fazer o que quer e o que lhe aprouver. Corporações policiais tem de ser extremamente e duramente controladas e rigidamente fiscalizadas, porque se tratam de braços armados do Estado brasileiro, a exemplo da Polícia Federal. Se o policial está a fim de fazer meganhagem ilegal e favorecer politicamente e eleitoralmente o PSDB e a oposição em geral, que vá disputar eleições, como qualquer cidadão brasileiro.



Agora querer se valer de seu cargo e função para perseguir, sem quaisquer provas até agora o presidente Lula, realmente tal covardia se torna um processo inaceitável. Tais policiais aecistas da PF e os procuradores do MP, bem como juiz de primeira instância deveriam, sim, serem duramente questionados e, quiçá, destituídos de suas funções, assim como também alvos de investigação por demonstrarem partidarismo, cor ideológica e preferências políticas e até pessoais por políticos da oposição demotucana. Fato! Nem todo mundo no Brasil é idiota ou coxinha de classe média e leitor de Veja, Época, O Globo, Estadão, Folha e telespectador de TV Globo, Globo News, Bandeirantes, CBN, Jovem Pan — et caterva.



Lula é uma força da natureza. Uma força política e social, porque não é para qualquer um sair do nada e ser aclamado como um dos dois melhores presidentes da história do Brasil. O outro é Getúlio Vargas. Não é fácil ser chamado de "ladrão" diuturnamente sem sê-lo, além de ser perseguido, mesmo a ser um ex-presidente ainda muito popular, bem como linchado em sua moral e dignidade por gente que ainda tem de provar se é digna e honesta para acusá-lo que qualquer coisa sobre sua moral. Este é o problema que causa raiva, inconformismo, sentimento de vingança ao mesmo tempo de injustiça aos milhões de brasileiros que apoiam o PT, o projeto de Nação e de País efetivado pelo partido no poder e seus aliados.



O que está em jogo, na verdade, é o projeto de País efetivado pelo PT desde 2003 e que não é aceito pela casa grande e seus partidos e mídias, com o apoio do MPF, da PF e da Justiça, que se envolveram até a medula em questões políticas, com a finalidade de evidenciar negativamente o Governo Federal, perseguir seus líderes e prender todos aqueles que pertencem ao segmento da construção civil, porque ao parar as obras se paralisa o País, independente de quem cometeu crimes ou não. Esta é a estratégia do sistema judiciário que abraçou, criminosamente, os interesses da oposição de direita deste País liderada pelo PSDB.



Enquanto Lula é cercado por este sistema judiciário que rasgou a Constituição e estuprou o Estado de Direito, os tucanos e demos dormem em berço esplêndido, porque são inimputáveis, mesmo acusados de inúmeras ações de corrupção, que tramitam na Justiça, na PGR, na Polícia Federal, nos MPs estaduais e federais, sem, contudo, saírem de suas gavetas e arquivos já empoeirados pelo tempo e pela hipocrisia e cinismo políticos. Não tem jeito. Crimes de tucanos e seus aliados são simplesmente inimputáveis neste País. E sabe por quê? Porque não basta apenas ser governo por ter vencido eleições. Tem de ter e ser algo mais. E sabe o que significa isto? Respondo:



O PT, por exemplo, não é parte do status quo mundial e brasileiro, não controla o verdadeiro establishment, que é a plutocracia dona das grandes corporações bancárias, financeiras, petroleiras, da grande indústria bélica e das mídias hegemônicas, que no Brasil são cartelizadas e monopolizadas pela família Marinho e mais meia dúzia de famílias de menor importância, mas tão nocivas ao País quanto os herdeiros de Roberto Marinho, magnata que durante décadas mandou no Brasil mais tempo do que os militares, porque, simplesmente, ficou mais tempo no poder e a influenciar presidentes como José Sarney, Fernando Collor e, principalmente, Fernando Henrique Cardoso — o Neoliberal I — e "amor" de jornalistas da imprensa empresarial nativa, golpista e corrupta por vocação.



Lula vai ter de ir às ruas. Não há solução mais efetiva e racional, no momento. O político trabalhista que mudou o Brasil para melhor tem de se defender. Porém, a esquerda tem de sempre lembrar ao público que o sistema judiciário pertence ao Estado brasileiro, ao povo, ao contribuinte pagador de impostos. O Judiciário não pertence à oposição conservadora e aos donos de mídias oligopolizadas. Lula não reponde a qualquer processo e não é acusado de cometer quaisquer crimes. Ponto. As pessoas tem de entender que Lula e sua família não incorreram em desmandos administrativos e financeiros. A resumir: Lula não roubou! Existe, sim, uma nítida perseguição política e partidária, porque juízes, delegados da PF e procuradores, resolveram, imprudentemente e inadvertidamente, fazer política e escolher lado.



É evidente que esses servidores públicos abusam e se aproveitam ilegalmente de seus cargos e funções. Se não comprovarem nada contra Lula e sua família vão ter de ser afastados de seus cargos e, se for o caso, exonerados para o bem do serviço público. Deverão também serem processados por aqueles que tais servidores prejudicaram. Ora bolas! Vivemos sob a égide do Estado de Direito; e o povo brasileiro não tem culpa, mas, sim, o azar de ficar sob os ditames de setores do Estado nacional de índoles antidemocráticas, ditatoriais, ideologicamente de direita e que, tal qual ao PSDB de Aécio Neves e Fernando Henrique Cardoso, não aceitaram os resultados das eleições presidenciais de 2014. Mau servidor, independente de seu cargo, não faz falta ao Brasil. Existem outros profissionais à espera de oportunidades. Além disso, pode-se recorrer aos concursos públicos.



Agora, vamos à pergunta que não quer se calar. Quem afasta, pune, processa e demite servidores de poder e mando tão perniciosos aos serviço público?  Porque essa gente, ao que parece, criou um estado paralelo, à margem da democracia, do Estado de Direito e da Constituição. No Brasil de hoje o ônus da prova fica por conta de quem é acusado e as pessoas são presas sem serem comprovadamente culpadas de terem cometido crimes. Lula tem de ir às ruas. O consórcio de direita formado pelos sistema judiciário, imprensa de mercado e PSDB e seus aliados não está preocupado se, posteriormente, suas acusações levianas, suas denúncias vazias e suas perseguições políticas e ideológicas não se comprovarem. No Brasil, reitero, esse pessoal da casa grande e os que servem a ela como cães de guarda são i-nim-pu-tá-veis. Fato!



Lula tem de ir às ruas da Nação e denunciar, sem papas na língua, a perseguição política que está a sofrer, bem como o linchamento moral do qual está a ser vítima. Pau que bate em Chico também bate em Francisco. A Justiça, o MPF, a PGR e a Polícia Federal pertencem ao Brasil e ao seu povo, que lhes pagam altos salários e lhes garantem o status e o prestígio de serem servidores da Lei. Agora há pouco a Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal emitiu nota em que se diz contrária à saída do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que já saiu e vai assumir a Advocacia Geral da União (AGU).



Ora veja, trata-se, sem sombra de dúvida, de uma ação política de delegados, que dizem ter muita preocupação com a saída do ministro, que já saiu. Preocupação com o quê? Basta substituí-lo por outro no lugar de Cardozo. Esse pessoal tem de se preocupar em trabalhar e não com substituição de ministro. A verdade é que os delegados estão obcecados pela política e questionam uma ação autônoma do governo tomada pela presidenta Dilma Rousseff, que foi eleita para governar, inclusive mandar na PF, corporação de segundo escalão e subordinada ao Ministério da Justiça e, com efeito, à Presidência da República. Se a Associação de Delegados quer fazer política, que o faça. Porém, mandar no Ministério não vai.



Eles querem quem no lugar de José Eduardo Cardozo? O juiz tucano de primeira instância, Sérgio Moro, ou os procuradores Carlos Fernando e Deltan Dallagnol ou, quiçá, os delegados aecistas do Paraná da Vara do Moro, que chamaram, no decorrer das eleições, a Dilma de "anta" e "burra" e o Lula de "bêbado", "molusco" e "nove dedos", além das ilustrações terríveis que desumanizavam os líderes petistas, sendo que o político que foi pego supostamente bêbado nas ruas foi o tucano e playboy Aécio Neves, o candidato preferido desses policiais ideológicos e arrogantes, conforme matérias, fotos e vídeos que são facilmente vistos ao se acessar a internet. Durma-se com a arrogância, prepotência e meganhagem dessas.



Sabe o que os policiais querem, no fundo? Uma PF independente, como os economistas e as mídias de direita querem um Banco Central independente. Só se a Dilma e os próximos governantes estiverem loucos, sejam eles de direita ou não. Banco Central independente significa entregar o BCB aos bancos privados e se submeter às suas políticas econômicas e monetárias. Já imaginaram a loucura de os bancos privados determinarem as políticas financeiras e, com efeito, as políticas públicas? É a mesma coisa que entregar o galinheiro à raposa.



Entretanto, Polícia Federal independente significa entregar o Estado de Direito a policiais politicamente conservadores, mas que não conhecem o mundo político e muito menos as relações partidárias, no que diz respeito à política como forma de se chegar a um consenso comum para que se possa administrar um País complexo como o Brasil, onde fazer política é caríssimo. A maioria dos promotores, policiais e juízes não conhece as máquinas partidárias e, consequentemente, enxerga corrupção em quaisquer conversas gravadas, inclusive ilegalmente e criminosamente, como aconteceu no mictório de presos em Curitiba. O que eu assevero ficou claro e evidente no interrogatório do juiz Moro em relação a José Dirceu. A ignorância do magistrado chega a dar pena, mas sua arrogância é imbatível, pois ele sabe que coopera com a oposição, como sempre foi ligado, juntamente com alguns parentes seus, ao PSDB do Paraná.



Uma PF independente é um absurdo. É como se o governo norte-americano desse independência ao FBI. Não dá, né? Esses caras não tem limite. Imagina se um presidente vai abrir mão de ter uma corporação útil, apesar de suas deformações, como a PF. Seria um mandatário idiota, até porque deformações se corrigem. É a mesma coisa de abrir mão do Exército. Simplesmente não dá. Delegado de PF tem de se enquadrar, ser enquadrado e se subordinar às leis e às autoridades acima dele. Ele não é um corpo solto na esfera governamental. Delegado anda armado e prende pessoas. Portanto, seu cargo e função tem de estar subordinados ao Governo Federal, seja qual for o governante, independente de partidos e ideologias.



Ah, já ia esquecendo. O novo ministro da Justiça é o procurador de Justiça Wellington César, ligado ao ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner. O que representa isto? Representa um maior controle da Presidência da República sobre o Ministério da Justiça, que não coibia, na administração Cardozo, vazamentos ilegais e criminosos de processos e de inquéritos, ações açodadas, casuísticas, imprudentes e, sobretudo, midiáticas de policiais que se interessam mais por holofotes da imprensa do que serem republicanos. A Polícia Federal é uma corporação e não um partido político. Então que a PF atue e aja como tal e o Ministério da Justiça coloque ordem na Casa.



Duvido que o presidente Fernando Henrique Cardoso permitiria uma coisa dessas. Tanto não permitiu que a PF não prendeu nenhum tucano graduado. Não é verdade? E a PF e o MP querem prender e denunciar tucanos de altas plumagens? Querem?! Então por que não começam pelo escândalo da Lista de Furnas? Talvez o escândalo mais documentado e nada acontece pelas mãos da PF. Com a resposta, o presidente da Associação dos Delegados da Polícia Federal tão preocupado com os rumos da política e com a substituição do ministro da Justiça ao invés de se preocupar em prender todos aqueles que roubaram o dinheiro público, inclusive os políticos do PSDB e do DEM, conforme vasta documentação publicada em livros, além de enorme repertório de notícias, inclusive da imprensa mercantilista dos magnatas bilionários, bem como jazem nos escaninhos da PGR e da PF as provas de participações de tucanos em corrupções. São muitos os escândalos...



Por seu turno, a rua é o caminho de Lula, porque é nela que se começa a luta política para quem é trabalhista e socialista. Vá às ruas, Lula, pois elas são os termômetros de sua credibilidade e força política junto ao povo. Denuncie a perseguição, as diatribes da PF, do MP e da Justiça. A direita e seus mandarinos não são os donos do Brasil. É inaceitável apenas um lado, o do PT e de seu governo, ser investigado e ter seus membros punidos, enquanto se verifica que o outro lado, o do PSDB, conta com o irrestrito apoio e a proteção da imprensa alienígena e do consórcio de servidores públicos que resolveram fazer política e derrubar governos de esquerda legitimamente eleitos pelo povo brasileiro. É isso aí.
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Nº 18.869 - "Dilma anuncia saída de Cardozo, que assume a AGU"

Como previsto, assumirá o lugar de Cardozo o ex-procurador Geral da Justiça da Bahia, Dr. Wellington César Lima e Silva, um nome indicado pelo ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, também baiano.

A presidente aproveitou as mudanças para nomear Luiz Navarro de Brito como novo ministro da Controladoria Geral da União (CGU), que até então estava sendo comandada interinamente por Carlos Higino, desde que Valdir Simão foi nomeado ministro do Planejamento.

Cardozo deixou o comando do Ministério da Justiça sob pressão e críticas do PT de que não tinha o controle da Polícia Federal, responsável por operações consideradas abusivas pelo partido. O ministro sempre defendeu a independência da corporação e argumentava que não podia interferir.

Nesta segunda, a Associação dos Delegados da PF divulgou uma nota em que dizia ver com "extrema preocupação" a saída de Cardozo. A troca no Ministério da Justiça deixa em dúvida a permanência no cargo do diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello.

Leia abaixo a nota do Planalto :

A Presidenta da República Dilma Rousseff informa que o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, deixará a pasta e assumirá a chefia da Advocacia Geral da União, em substituição ao Ministro Luiz Inácio Adams que solicitou o seu desligamento, por razões pessoais.

Assumirá o Ministério da Justiça o ex-Procurador Geral da Justiça do Estado da Bahia, Dr. Wellington César Lima e Silva.

Assumirá o cargo de Ministro-Chefe da Controladoria Geral da União, o Sr. Luiz Navarro de Brito.
A Presidente da República agradece os valiosos serviços prestados ao longo de todos estes anos, com inestimável competência e brilho, pelo Dr. Luís Inácio Adams, e deseja pleno êxito à sua atividade profissional futura.

Agradece ainda ao ministro-interino da CGU Sr. Carlos Higino pela sua dedicação

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PITACO DO ContrapontoPIG 

Governo  começa a se mexer.

Tomara que não seja a operação Rubinho Barrichello

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Nº 18.868 - "A caça aos direitos fundamentais"

 

29/02/2016

A caça aos direitos fundamentais


por Roberto Amaral
 

As violações aos direitos do criminoso de colarinho branco homologam as violências maiores diariamente praticadas contra os pobres.


O combate à corrupção, em todos os níveis nos quais se manifeste, deve ser levado a cabo com a exemplar punição de seus agentes, onde quer que se acastelem, independentemente da cor do colarinho. Esta obviedade não é objeto de questionamento nem mesmo pelos defensores dos acusados mais notórios.


Zwi Skornicki, preso na 23ª fase da Lava Jato, é conduzido em viatura da Polícia Federal, em Curitiba
,,,,,,,,.....Zwi Skornicki, preso na 23ª fase da Lava Jato, é conduzido em viatura da Polícia Federal, em Curitiba
 
A ação apuradora-punitiva, porém, salta dos trilhos de seus objetivos éticos e constitucionais quando instrumentaliza perversa e impatriótica campanha midiática voltada para a desmoralização da política, sem a qual – é preciso dizer mil vezes e mil vezes repetir para quem não sofreu os idos da última ditadura – a democracia não sobrevive.

Como não sobreviveu a liberdade de imprensa (requisito da democracia) quando se instalou em 1964 a ditadura militar, pleiteada e aclamada e sustentada e defendida pela grande mídia, a de então, que é a mesma de hoje, em sua essência.

As ações de combate à corrupção, são, presentemente, instrumentalizadas pela imprensa e pelos setores partidários derrotados em 2014 com vistas a desestabilizar o governo constitucional e fragilizar a economia brasileira, de si abalada, e mais abalada pela crise internacional (em crescendo desde 2008), que nos acena com uma crise similar ou superior à de 1929.

Com o agravamento da crise econômica interna objetiva-se agravar a crise política (a crise permanente, a crise alimentada, a crise política que alimenta a crise econômica, a crise econômica potencializando a crise política) e, assim, levado às cordas, o governo, condenado à paralisia mortal, passa a carecer de meios para enfrentar como deveria a desaceleração da economia que sugere a crise social para um amanhã cuja data de chegada ninguém pode precisar.

Conspira-se contra o País, no curto prazo planta-se o caos, como se esse não fosse o fiador dos anos futuros.

Uma vez mais é necessário recorrer ao óbvio, desta feita lembrando que o combate à corrupção, que a sociedade reclama, deveria, necessariamente, concentrar-se na apuração das irregularidades e suas respectivas responsabilidades, no ressarcimento do erário e na punição exemplaríssima dos agentes.

No entanto, manipulado como vem sendo, transforma-se em aríete com o qual a direita brasileira – em silêncio até 2014 – tenta revogar, ao arrepio dos instrumentos da República, as conquistas sociais e civis de muitas e muitas décadas e solapar o sentimento de brasilidade, fazendo com que nosso povo, descrendo de si, termine descrendo de seu País, renuncie à construção de seu futuro, transforme a esperança em desânimo e se deixe dominar pelo trágico complexo de vira-lata.

Cria-se, assim, o ambiente favorável às concessões cívicas que compreendem desde a desestruturação do Estado social ao punitivismo, com aceitação da brutalidade como resposta, num regressivismo penal que revoga as conquistas do direito moderno.

Qual o preço que uma sociedade razoavelmente sadia e na plenitude de seu discernimento se dispõe a pagar para livrar-se da ação criminosa de agentes da corrupção capitalista?

Aqui entra em debate uma questão delicada, a sempre difícil relação entre fins e meios.

O combate à impunidade justifica a violação do princípio constitucional (art. 5º, LVII) da presunção da inocência? Justifica a derrogação do direito de ampla defesa, ou a imputação de pena de restrição da liberdade sem prévio julgamento, ou a prisão para a apuração de responsabilidade, substituindo a prisão que só se decreta após a apuração do crime e seu julgamento passado em julgado?

A simples suposição do fato delituoso justifica a prisão e a exposição midiática difamante?

Quando a investigação serve de disfarce à disputa política, o réu escolhido passa a ser culpado até prova em contrário, e dessa forma o ônus da prova (invertendo a lógica jurídica) passa a recair sobre ele.

Nesse esquema, o indício passa a ser tratado como evidência, e a suposição assume ares de certeza cabal. Se fulano recebeu dinheiro, a remessa haverá de ter sido ilegal. Se um acusado cita “L”, ele é forçosamente “Luiz”, e Luiz há de ser Luiz Inácio Lula da Silva. Transporta-se para nossos dias a lógica da raposa em seu diabólico diálogo com o cordeiro, imortalizado na fábula clássica e sempre atual de La Fontaine.

Assim era na última ditadura brasileira e assim é em toda ditadura e em todos os momentos de exceção jurídica: prende-se, a partir de suposições ou ilações, para apurar a acusação. Todo inquisidor tem sua lista de suspeitos prévios. Não é assim nas democracias. Nelas, só a apuração do delito leva à condenação e esta, à prisão.

O Estado de direito democrático, ou isso que logramos construir no Brasil (na realidade, isso que a duras penas está em construção entre nós desde a Constituição de 1988), está nitidamente em xeque.

Insatisfeitos com as respostas da política, setores da população, sobretudo uma boa parte da classe média – vítima de um processo ao mesmo tempo de lavagem cerebral e intoxicação ideológica, levado a cabo de maneira permanente e sistemática pelos meios de comunicação de massa –, parece encantada com a espetacularização e midiatização do processo judicial, e os abusos correspondentes. Não se dão conta de que quando um direito é violado para punir um acusado a vítima é toda a ordem constitucional, e nela os direitos e garantias individuais que visam não à proteção do poderoso – que não precisa do direito para defender-se –, mas do homem comum, o homem do povo que mais desprotegido se encontra quando não pode contar, em sua defesa e proteção, com o aparelho estatal.

Nessa reação, o sentimento de justiça é contaminado pelo de vingança, a vingança de um povo cansado da impunidade dos poderosos, e esse sentimento é mobilizado pelos meios de comunicação de massa, espetacularizando as prisões e legitimando as violações de direito.

Como explicar às pobres vítimas dos meios de comunicação que uma agressão ao direito do outro é uma agressão, também, a elas, ao direito delas?

Como explicar que as violações aos direitos do criminoso de colarinho branco, ainda que aplaquem nossa raiva interior, terminam homologando as violências maiores diariamente praticadas contra pobres pelo sistema policial e pelo sistema judiciário, cego quando se trata de vê-los?

Ora, o policial ou o juiz que viola o direito do rico, que pode ameaçá-lo, terá limites quando em suas mãos estiver a incolumidade física ou a liberdade do infrator pobre e sem proteção política?

A normalização da violência é a maior ameaça aos pobres, ainda quando possa atingir momentaneamente a uma meia dúzia de empresários.

O direito precisa sempre ser respeitado e só quando a estrita obediências às suas normas e princípios se observa como regra vigente sobre todos os cidadãos, e apenas quando é observado por todas as autoridades, é que se torna uma norma também para os pobres. Não pense o homem do povo que, na sociedade de classes, a ordem autoritária ou o arbítrio de um policial, de um promotor ou de um juiz poderão assegurar-lhe qualquer sorte de proteção.

A pregação ideológica dos meios de comunicação oligopolizados (em si uma inconstitucionalidade que os põe à margem do direito e da legalidade) contribui para uma onda de reacionarismo e primitivismo político que investe contra avanços sociais.

Os grandes meios apostam na ignorância (que reproduzem), na intolerância (que incentivam), no individualismo (que estimulam). Insaciáveis, agindo em uníssono, uniformizados ideologicamente, coerentes no mesmo projeto político, assumem o papel de construtores da história; para além de narrar, criam o fato e interferem em seu andamento, constroem a realidade, comandam a política, dirigem o discurso da oposição, pautam os partidos e o debate social ditando o que se deve ouvir e principalmente excluindo o que não querem que seja discutido, e assim não se discute que país queremos e que país estamos construindo.

Elegem adversários (que precisam ser eliminados) e amigos que precisam ser protegidos. Olímpicos, assumem o papel de supremos julgadores, e esgrimam o monopólio da verdade. Julgador e justiceiro, o monopólio elege suas vítimas (poupando desassombradamente seus aliados políticos) e as condena à execração pública, a pior das penas, pois não admite recurso, apelação ou sursis.

O homem público previamente condenado pelos meios de comunicação jamais conhecerá absolvição. A esta pena, a propósito, já foi condenado o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vítima da vendeta dos meios de comunicação purgando não seus erros, mas os acertos de seus oito anos de governo popular.

Este massacre mediático, impiedoso, injusto, é caso exemplar de unidade de ação e propósitos de policiais, procuradores e juízes, sob o comando político-ideológico dos meios de comunicação, unificadas todas essas forças na caça ao ex-presidente, o réu previamente condenado e punido, independentemente de culpa. A pena foi decretada, e está em execução.


domingo, 28 de fevereiro de 2016

Nº 18.867 - "O significado do discurso de Lula na festa do PT. Por Paulo Nogueira"

 

28/02/2016

 

O significado do discurso de Lula na festa do PT. Por Paulo Nogueira


Diário do Centro do Mundo - 28/02/2016


"O Partido da Globo, da Veja": Lula na comemoração do PT

...................................."O Partido da Globo, da Veja": Lula na comemoração do PT


por Paulo Nogueira  


Paulo NogueiraLula demorou mais de dez anos para reagir a uma mídia que tenta freneticamente destruí-lo.

Seu discurso ontem nos 36 anos do PT foi talvez o mais beligerante desde que ele ascendeu ao poder, cheio de dedos e de concessões para evitar que a plutocracia fizesse com ele o que fizera com Getúlio e Jango.

Não existe um grande partido de oposição, afirmou. Existe o partido da Globo, o partido da Veja, o partido dos jornais, todos unidos numa missão: dar um golpe.

Estes partidos exercem um controle sinistro sobre o Ministério Público e sobre a PF. (Isso nas barbas do ministro da Justiça, um dos mais inoperantes da história do Brasil, se não o mais.)

A ironia é que quanto mais Lula for agressivo tanto mais ele será atacado, porque as grandes empresas de mídia têm pavor da ideia de que o governo federal acabe com mamatas como as multimilionárias verbas publicitárias e como o olhar cego de Brasília para brutais sonegações.

Compare.

O ministro da Justiça de Geisel, Armando Falcão, observou num despacho para o chefe que a imprensa não “vive e nem sobrevive” sem o governo. É uma dependência visceral, parecida com a de recém-nascido diante da mãe.

A imprensa necessita desesperadamente de publicidade e outros “favores especiais”, para usar uma expressão empregada por Roberto Marinho para extrair vantagens dos militares em troca de apoio editorial.

Falcão chamava tudo isso de “armas incríveis”.

O que fez Lula (como Dilma depois) com estas “armas incríveis”?

Nada.

Aécio no governo de Minas matou de fome a mídia que se opunha a ele. Alckmin faz o mesmo em São Paulo.

Não que isso seja bonito. É horrível aliás. Mas se este é o jogo, ou você joga ou desiste dele.

Num mundo menos imperfeito, vigoraria um capitalismo real na mídia,  em que as companhias dependeriam apenas de si próprias e de sua competência, e não do dinheiro do contribuinte. Mas não é assim. Nunca foi assim.

Olhemos para o quadro sob termos práticos: nenhum jornal, nenhuma revista é obrigado a fazer jornalismo equilibrado, isento, imparcial. Você não pode forçar os Marinhos, por exemplo, a cobrir a meia tonelada de pasta de cocaína encontrada no helicóptero de um amigo de Aécio.

O mercado – os leitores — se incumbe de premiar ou castigar o comportamento editorial. E uma Justiça isenta – não é o caso nacional – puniria calúnias, difamações, denúncias sem prova e coisas do gênero.

Mas também governo nenhum é obrigado a anunciar em qualquer veículo que seja. Se você considera, e com copiosas razões, que a emissora X ou o jornal Y agem como um partido interessado em destruir você, o que o leva a anunciar neles? Impulso suicida?

Em 12 anos, Lula e Dilma colocaram 6 bilhões de reais em propaganda na Rede Globo. Isto já em pleno vigor da Era Digital, que transformou a tevê numa mídia-dinossauro. Qual o sentido disso?

O momento atual é propício a rever a dependência abjeta da imprensa em relação ao governo.

É urgente um choque de capitalismo. Já é tempo de Marinhos, Civitas e Frias deixarem de ser servidos por um Estado-Babá.

Caso Lula se reeleja em 2018, ela deveria ser uma de suas tarefas prioritárias: forçar as empresas jornalísticas a enfrentar uma coisa que elas abominam: o capitalismo real, em que você floresce ou desaba de acordo com seu talento – e não mediante injeções de dinheiro público.





Paulo Nogueira. Jornalista,  fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.


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PITACO DO ContrapontoPIG


Tomara que ainda seja hora de dizer: "antes tarde do que nunca". 

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Nº 18.866 - "Lula, no aniversário do PT"

 

28/02/2016

Lula, no aniversário do PT

anivpt

Por  

Do Instituto Lula, sobre a fala do ex-presidente Lula ontem, no Rio, durante as comemorações dos 36 anos de fundação do PT. Em seguida, o áudio de sua fala, ao qual recomendo, sobretudo, o trecho a partir de 20 minutos. É bem mais duro, muito mais, aliás, do que a descrição do seu discurso dá a impressão.

Assim que obtiver o vídeo, coloco.

“Em mensagem aos militantes, Lula reafirmou que é necessário defender e ajudar o governo federal a retomar um ciclo de crescimento com inclusão social. “O problema é nosso. É meu, é seu, e todos os brasileiros. Temos de assumir essa responsabilidade. Falar o que tem de falar, porque partido não precisa concordar sempre com governo. Mas saber que estamos juntos. Por mais que haja discordância de alguma coisa, o lado da Dilma é o do povo”, ressaltou o ex-presidente, saudado com gritos de: “não vai ter golpe”.

“O povo brasileiro quer emprego, salário, inflação baixa e ter um dinheirinho pra gastar com a família. E nós estamos vivendo um momento difícil. A culpa não é do governo, é de uma conjuntura mundial”, ponderou Lula. “O povo sabe que foi o PT que levou a tantas conquistas na última década. Foi o projeto que mais investiu em educação, que mais pôs comida na mesa do povo, que fez 40 milhões ascenderem socialmente, levou energia a 12 milhões de brasileiros”, relembrou.

O ex-presidente afirmou ainda que, para sair da conjuntura de crise, “temos de olhar ainda mais para o povo pobre. O pobre não é problema. É solução. Se o mundo rico tivesse feito desde 2007 investimentos para ajudar os países pobres a se desenvolver, estariam vendendo para o continente africano, para a america latina, e a gente teria deixado de ser pobres. Mas colocaram 12 bilhões de dólares para salvar o mercado financeiro, e não adiantou”.

Campanha de difamação e 2018

Lula falou ainda sobre a campanha empreendida por parte da mídia e setores do judiciário contra o PT e a honra do próprio ex-presidente. “Não podemos criminalizar qualquer pessoa que seja por causa de manchetes. Hoje, neste país, há um partido que se chama Globo, um partido que se chama Veja. Mas se eles quiserem voltar ao poder, tem de aprender a ser democráticos e respeitar os resultados das eleições”. Lula, que relatou os ataques diários sofridos por ele desde janeiro do ano passado, garantiu que não se intimidará. “se for necessário, se vocês entenderem necessário para defender este projeto, que está sob ataque, em 2018, eu, com 72 anos, volto a disputar a eleição”.

https://soundcloud.com/institutolula/aniversario-de-36-anos-do-pt 


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