11/02/2016
A quebra de sigilo “sem querer, querendo” de Moro
Por Fernando Brito
Francamente, é do arco da velha a história de que Sérgio Moro “não queria” que fosse publicada a informação de que autorizou um inquérito sobre o sítio frequentado por Lula em Atibaia.
Um juiz não despacha um inquérito que, inegavelmente, é voltado contra um ex-presidente da república em cima da perna.
Despachos judiciais em papel levam um carimbo do tamanho de um bonde quando são sigilosos, no ato e na capa.
No eletrônico, somente quando o desembargador ou o juiz desmarca a opção do sigilo, os servidores podem ter acesso.
Não foi, portanto, a inadvertência de um funcionário. Não foi “o rapaz”.
Foi o rapace, Moro, no sentido que a palavra tem no italiano, de onde ele sonha com sua Operação “Manu Pulite”.
De rapina e, no figurado, ávido, insaciável.
Se quiserem acreditar que foi involuntário, creia-se também que ele trata assim, a voo de ave rapace, algo de tamanha repercussão.
Liberada do sigilo, agora o MP e a sua meganhagem da PF estão livres para produzir constrangimentos à vontade.
Pois na corrigenda de Moro, já que o despacho ficou público, nada mais deve ser discreto.
Não é mesmo para ser, a apuração dos fatos não vem ao caso.
O caso não é criminal, é político-eleitoral.
E disso o Dr. Moro não se distrai.
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