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14/04/2016
Delator da Lava Jato: “é surreal Eduardo Cunha conduzir o impeachment”
Brasil 247 - 14 de Abril de 2016 às 17:46
O empresário Júlio Camargo, um dos principais colaboradores da
Operação Lava Jato, que apontou contas de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no
exterior e se disse ameaçado por ele, quebrou o silêncio e concedeu sua
primeira entrevista, ao jornalista Henrique Beirangê; segundo ele, um
impeachment conduzido pelo presidente da Câmara "é surreal"; Camargo
afirmou ainda que "se a gente quer de fato mudar este País, o Cunha
precisa ser extirpado do cenário"; sobre o vice-presidente Michel Temer,
ele também fez um alerta: "Quem será o novo presidente? O 'grande
jurista' e vice-presidente Michel Temer tem seu nome vinculado à Lava
Jato. Se o Eduardo Cunha se tornar o presidente, seria o fim da nação";
em relação ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), ele também o colocou numa
má situação; "Está na mesa posição do Michel Temer, hoje sob suspeição";
Camargo disse que Cunha debocha da sociedade brasileira e conta com a
morosidade do Poder Judiciário
247 – O
empresário Júlio Camargo, um dos principais colaboradores da Operação
Lava Jato, que apontou contas de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no exterior e
se disse ameaçado por ele, quebrou o silêncio e concedeu sua primeira
entrevista, ao jornalista Henrique Beirangê, da revista Carta Capital
(leia aqui).
Segundo ele, um impeachment conduzido pelo presidente da Câmara "é surreal". "De
qualquer forma, tenho certeza, a verdade tarda, mas não falha. Vai
chegar a hora do julgamento dele. Se a gente quer de fato mudar este
País, o Cunha precisa ser extirpado do cenário", disse ele.
Para Camargo, Cunha
debocha da sociedade brasileira e conta com a cumplicidade do Poder
Judiciário.
"Acho um desacato ao povo brasileiro. Entendo e respeito os
ditames do Judiciário. O que me espanta é a morosidade. São muitos fatos
concretos sem nenhum ação da Justiça a respeito", afirmou.
Temer na Lava Jato
Sobre o vice-presidente
Michel Temer, ele também fez um alerta: "Quem será o novo presidente? O
'grande jurista' e vice-presidente Michel Temer tem seu nome vinculado à
Lava Jato. Se o Eduardo Cunha se tornar o presidente, seria o fim da
nação. Tenho 64 anos e já fui convidado para morar fora do País. Nunca
pensei, mas se o Cunha assumir o governo, não haveria alternativa."
Em relação ao senador
Aécio Neves (PSDB-MG), ele também o colocou numa má situação. "Está na
mesa posição do Michel Temer, hoje sob suspeição. Não votaria no Aécio
de jeito nenhum."
Camargo disse ainda que
Lula foi o maior presidente da história do País. "O Lula foi o maior
presidente da história do Brasil, ninguém pode dizer nada em contrário. É
uma vítima de um processo eleitoral e do sistema político.
Evidentemente ele foi muito mal assessorado durante os últimos anos,
cometeu falhas. Também não o considero apto a voltar à Presidência.
Talvez ele e o Fernando Henrique Cardoso poderiam ser os articuladores
de uma grande aliança nacional. Os dois precisariam, no entanto, se
penitenciar, calçar as sandálias da humildade."
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