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04/04/2016
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Todo mundo na lista da Mossack Fonseca, menos o PT. Mas o alvo poderá ser o PT
Considerando os nomes revelados, se pode deduzir que a mídia golpista e a força-tarefa da Lava-Jato não terão um grande empenho investigativo...
Carta Maior - 4/4/2016
Jeferson Miola
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A Mossack Fonseca [MF] é uma empresa de gestão financeira com sede no Panamá, um paraíso fiscal por onde circulam trilhões de dólares oriundos do narcotráfico, da corrupção, do comércio de armas, da lavagem de dinheiro e, também, de dinheiro limpo em busca do discutível privilégio da isenção fiscal – daí a expressão “paraíso”.
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A Mossack Fonseca [MF] é uma empresa de gestão financeira com sede no Panamá, um paraíso fiscal por onde circulam trilhões de dólares oriundos do narcotráfico, da corrupção, do comércio de armas, da lavagem de dinheiro e, também, de dinheiro limpo em busca do discutível privilégio da isenção fiscal – daí a expressão “paraíso”.
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A MF criou ou vendeu offshore´s [contas
bancárias ou empresas instaladas em paraísos fiscais] a vários
políticos, banqueiros, agentes públicos e empresários brasileiros –
tanto em operações legais [a chamada “sonegação legal” (sic) de
impostos aceita pela lei brasileira, desde que declarada no imposto de
renda (IR)]; como em operações irregulares, que envolve dinheiro de
origem duvidosa.
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A
divulgação da lista dos clientes brasileiros da MF causa suspense e
curiosidade em relação aos nomes ainda não revelados. Considerando os
nomes revelados, se pode deduzir que a mídia golpista e a força-tarefa
da Lava-Jato terão reduzido empenho em investigar:
-
a lista tem políticos e familiares de políticos do PMDB, PSDB, PTB,
PDT, PP, PSD e PSB, e nenhum do PT. Com isso, cai a probabilidade de
escandalização midiática do assunto pela Globo, RBS, IstoÉ, Veja, Época,
Folha, Estadão, Gilmar, Moro e Polícia Federal; e cresce a
probabilidade de que o assunto seja abafado;
-
fosse Ricardo Lewandowski, Teori Zavascki, Luís Roberto Barroso ou
Marco Aurélio Mello o dono de conta em paraíso fiscal – mesmo que
declarada no IR –, e não o juiz precocemente aposentado do STF Joaquim
Barbosa, a mídia já teria feito o maior escarcéu;
- está na lista o filho do presidente da FIESP, que explicou que a offshore está
declarada no IR. A FIESP, presidida por Paulo Skaf [colega de PMDB de
Michel Temer e sócio no golpe], financia os movimentos golpistas que
desestabilizam o Brasil e lidera a campanha de redução de impostos que
tem como símbolo um pato – quanta ironia!;
- não consta da lista a offshore Vaincre LLC.
Segundo noticiário de fevereiro passado, a Vaincre LLC foi usada como
fachada para a construção duma mansão paradisíaca em área de proteção
ambiental em Paraty/Rio. Ainda de acordo com notícias da época, a mansão
pertenceria à família Roberto Marinho, dona da Rede Globo – fato que a
família Marinho desmentiu, porém não esclareceu se usa ou se freqüenta
tal mansão. Equipes do jornalismo da própria Globo poderiam sobrevoar a
mansão com helicóptero [evitando usar o helicóptero do Senador Perrella,
amigo do Aécio] para investigar se existem barcos de lata, pedalinhos e
pertences dos Marinho na área da mansão;
-
do PSDB, como sempre, curiosamente só aparece político morto – Sérgio
Guerra, o ex-presidente nacional do partido. Os políticos vivos – e bem
vivinhos –, como o Aécio Neves, não está na lista agora divulgada,
talvez porque a conta secreta da família dele está em outro paraíso
fiscal – de Lienchtenstein – esta sim sem ser declarada no IR até ser
descoberta. As notícias não dizem ao certo se ele é o titular ou o
controlador desta conta secreta em Lienchtenstein, mas o fato é que a
Procuradoria Geral da República, conduzida pelo implacável Rodrigo
Janot, quando recebeu a denúncia da conta decidiu pelo arquivamento, e
não investigou, como seria esperado. A vida oferece agora uma nova
oportunidade para Janot, Moro e a PF investigarem o Aécio, e então
desmentirem o que até as pedras suspeitam: que a Lava-Jato foi
instrumentalizada e partidarizada para aniquilar Lula e o PT;
-
nenhuma surpresa a reação de Eduardo Cunha, que como Aécio e Temer
costuma freqüentar várias listas, e que, incrivelmente, apesar disso, se
mantém no leme do golpe contra a Presidente Dilma: “desmente, com veemência, estas informações ... e desafia qualquer um a provar que tem relação com companhia offshore”. No dicionário Eduardo Cunha de delinqüência, o vocábulo adequado seria usufrutuário de conta secreta, e não o de dono [sic].
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