07/04/2016
Cadê a lista da Andrade Gutierrez?
Brasil 247 - 07/04/2016
Tereza Cruvinel
O capital não tem partido mas diz
uma lenda que a Odebrecht é mais petista e a Andrade Gutierrez (AG) mais
tucana. Seja como for, salta aos olhos das crianças a ausência de
referências ao PSDB na delação dos executivos da AG, sendo tão
sobejamente conhecidos os negócios que a empreiteira já teve com
governos tucanos, especialmente em Minas. Também salta aos olhos das
crianças que o vazamento da confissão de que doações legais da AG à
campanha da presidente Dilma vieram de propinas têm o objetivo de
interferir no andamento do processo de impeachment na Câmara, no momento
em que o governo começa a recuperar terreno com a montagem de uma nova
coalizão.
O ministro Teori Zavascki não teve escolha ao homologar os termos da delação da Andrade. Quem “selecionou” o que seria delatado foram os procuradores e os delegados. Em busca da redução de pena, o delator fala o que o torturador, quero dizer, interrogador, quer ouvir. E a chamada força-tarefa já deixou claro que tem um lado nesta guerra.
O efeito de mais este vazamento seletivo, contra o qual Dilma protestou novamente hoje no encontro com mulheres e movimentos feministas, teve um claro efeito político sobre os que votarão no impeachment. Dirão os indecisos: de que adiantará salvar o mandato de Dilma agora se o TSE, sob a presidência de Gilmar Mendes, pode cassar a chapa Dilma-Temer lá na frente? O fim da crise vai ser apenas adiado.
Mas o jogo segue e ninguém vai entregar os pontos por antecipação.
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