10/02/2018
O que Lula fez?
Da Revista Fórum - 31 de janeiro de 2018
“Como assim, os flagelados do Nordeste comem frango e reclamam da alta da gasolina? Eles têm água potável? Sorriem em frente as câmeras, eles tem dentes? Onde já se viu um miserável ser doutor? Essas coisas podem ser incompreensíveis para boa parte de um Brasil”. Leia mais no artigo de Francisco Julio Xavier
Por Francisco Julio Xavier*
Por você eu não sei, mas pelo Brasil, é só ter um memória não emocionada para constatar. O país foi dividido em dois, em três, talvez. O que bem sabemos hoje é que parte desta nação não está com poder de análise: “Eles estão surdos”. Nada nem ninguém pode ouvir o que as águas do Rio São Francisco tem a dizer aos ouvidos e ao coração daqueles que, há décadas, o choro e as mágoas era o som ecoado no mundo da sede e da fome.
A morte do gado, do cachorro de criação, da desilusão na vida e no olhar de pobres miseráveis sem esperança, que muito comumente eram destaque nos jornais nacionais como os “flagelados da seca”. Onde foi parar aquele povo seco e de vidas ainda mais secas?
Como assim, os flagelados do Nordeste comem frango e reclamam da alta da gasolina? Eles têm água potável? Sorriem em frente as câmeras, eles tem dentes? Onde já se viu um miserável ser doutor? Essas coisas podem ser incompreensíveis para boa parte de um Brasil. Agora não temos mais a quem mandar cestas básicas nos meses críticos? Se estabeleceu a falta de jogar para os mais carentes as migalhas.
O que é mais inacreditável não é a saída de milhões de pessoas da extrema pobreza, por incrível que pareça, isso é real. O mais escandaloso é ver gente que se diz amar ao outro, querer a soberania de uma nação, e não se sentir feliz por alguém ter hoje uma vida mais digna, algo que deveria ser indispensável a todo ser humano.
De onde vem esse ódio?
São nesses momentos que percebemos: não podemos ir adiante se ainda estivermos com a mesquinharia atreladas em nossa índole.
Olhe para dentro de você nesse momento e pense: de onde veio esse ódio, essa raiva por alguém que fez bem imensurável a mais de 40 milhões de pessoas necessitadas de direitos básicos?
Esse sentimento de ódio seria normal por alguém que teria exterminado milhões de pessoas, a apenas citar: um Hitler da vida, um Mao Tsé-tung, um sanguinário qualquer. Mas esse homem que muita gente condena foi o nome que fez uma nação recuperar o elo perdido com a esperança e acreditar que o Brasil não era o país do futuro, mas da educação no agora, do desenvolvimento no agora e do respeito mundial no agora.
Canalhice travestida de justiça
Quem tem amor no coração não culpa Lula pela corrupção, mas agradece a ele por ter dado liberdade as esferas da justiça a julgar com provas e a punir, com a racionalidade das comprovações, os ladrões de nossa Pátria.
Não queremos ser chatos, nem falar que vivemos um golpe, não! Queremos apenas dizer que o brasileiro está cego para ouvir e surdo para enxergar. Não existe verdade quando essa não coaduna com aquilo que queremos ver.
Vemos hoje a canalhice travestida de justiça em perseguição “implacável” à corrupção. É inaceitável e esdrúxulo ver que o desejo deles é simplesmente tirar o poder da maioria de votar em um Presidente e barrar sua ida ao governo pela terceira vez.
Partidos, políticos e empresários no lamaçal da ilegalidade se dizem contra a corrupção. Eles mentem e a verdade que os unem é tirar das mãos do povo a sua arma: o voto. Voto esse que tem nome e confiança certa: Lula.
Nessa história ninguém manda no povo. Em uma democracia o voto é soberano e igualitário, embora que alguém possa tentar classificar o voto do volante como burro, o do povo nordestino, e de consciente, o do sulista.
Quem apoia, quem julga?
Em uma pesquisa bem simples e rápida que você possa fazer por todas as plataformas, verá facilmente a quantidade de intelectuais, que talvez você até admire, falando tudo isso que falamos aqui e acrescentando mais: Lula é a verdadeira mudança para o Brasil.
Mas, calma! Entendemos com muita clareza o que está acontecendo com povo brasileiro, ou pelo menos com uma das polaridades dessa grande massa de cabeças pensantes. Em tempo em que todo mundo é um potencial crítico político, econômico e até mesmo sociológico, interpreta-se que quem sabe mais é quem é mais rico.
Desde quando, cara pálida, riqueza é sinônimo de sabedoria, confiança e muito menos de caráter?
Aula de alienação midiática
Ao se propor qualquer análise é preciso ter em mente que é necessário ir além dos achismos e do que se viu na TV. É fundamental estar livre de emoções e de preconceitos para se ir a fundo em uma investigação mais contundente.
Aí está o problema mais grave. Um país que julga tudo pelo ótica do noticiário é algo preocupante. Por trás de cada reportagem existe um interesse oculto. Existe um direcionamento que vem desde a criação da pauta (sugestão para tema da reportagem, a grosso modo), até o ato fulminante e devastador de um editor de jornal: os cortes no texto, vamos dizer: “censura”. Quem disse que dentro de um meio de comunicação existe a liberdade do jornalista em ser um agente da imprensa, dita livre?
Se pergunta por que o Socialismo, ou até mesmo o Anarquismo, não seria um sistema bom para os países e simplesmente a conclusão que se tem é: para termos algo realmente sólido, temos que priorizar a pureza da alma, derrotar o egoísmo do ser humano.
Capitalismo? Deus nos livre de isso persistir. Vamos morrer todos. As bombas estão armadas e os instantes para o fim do mundo estão a menos de dois minutos da meia noite, o relógio nuclear e os crânios ganhadores de prêmios Nobel nos alertam.
Uma reforma íntima e consciencial
Nosso país tem na sua alma a “má fé”. A corrupção generalizada em todos os lugares, do Oiapoque ao Chuí, fomenta na boca dos brasileiros: “Não roube”, mas na mente e no sangue se tem um jeitinho peculiar de ser e de dizer nas entrelinhas: “deixe a minha parte e está tudo bem, não conto nada”.
Muita gente pode discordar e dizer que estamos no uso do preconceito nessas colocações, mas voltamos a pedir uma estudo mais detalhado: faça uma breve análise e me diga depois. Como diria Clóvis de Barros Filho: “Somos todos canalhas”. Um país onde se idolatra cada ato de honestidade, amplamente divulgados em telejornais, reconhece que a escassez dessa cultura é real.
Nós estamos acostumados a crucificar o Cristo e soltar o Barrabás. As vezes não é burrice quando isso acontece, não. acreditamos que seja por afinidade mesmo.
Tiramos o limpo, sem provas, nem crimes, e colocamos algo macabro e de temer no seu lugar para governar a nação ingovernável (entendedores, entenderão). A banalização da canalhice vai disso, a picos alarmantes de repugnância e aberrância.
Idiotizados
Como apaixonados, ficamos cegos com uma égua com os galanteios do Mourão, com os inacreditáveis e nunca vistos: pelos inacreditáveis e patas grossas.
Somos cortejados e velamos pela hipocrisia e desfaçatez ao levantar a bandeira verde e amarela e a bater panelas. Somos tão bobinhos em acreditar em uma fantasia dessas: dancinhas bobas para combater a corrupção.
Preguemos o amor. E quem ama o Brasil não vai jogar tudo que construímos por uma raiva que foi implantada diariamente por vários anos pela mídia e por uma parcela da grande elite. Não se esqueça: você não é elite, você é povo! Precisamos fugir do tragicômico Brasil Oficial, muito bem colocado pelo Ariano Suassuna: “caricato e burlesco”.
Vamos se indignar não com um partido, como se ele tivesse institucionalizado, registrado em cartório a patente da corrupção. Somos mais inteligentes, sim, para saber e pedir justiça, diga-se em bom tom: Verdadeira Justiça. Não sejamos tolos a duvidar que a justiça também é cega e corrupta, quando ela quer, pelo simples fato de ser feita por gente como a gente, brasileira, e financiada por quem der mais.
Todos pela Democracia, todos por SILVA, Luiz Inácio Lula da (vulgo, povo, como a gente)
*Francisco Julio Xavier é jornalista, reside em Natal (RN) e colabora com a Rede Fórum de Jornalismo
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