quinta-feira, 5 de abril de 2018

Nº 23.790 - "Marco Aurélio Mello: Supremo presidente"

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05/04/2018


Marco Aurélio Mello: Supremo presidente


Do Viomundo - 04 de abril de 2018 às 17h20
    




SUPREMO PRESIDENTE

por Marco Aurélio Mello

Resultado de imagem para marco aurelio mello jornalista Vai fazer 40 anos que você entrou na minha vida. Era o discurso rouco de língua presa que dava voz aos que tinham medo.

Voz da esperança num país castigado por uma só palavra: crise. Nos dez anos que se seguiram faltou emprego, faltou dinheiro, faltou comida…

À espreita de sua amiga traiçoeira, a mídia, forjou-se o caçador de marajás, o pai dos descamisados, que ia nos tirar do atraso.

Não fosse assim, oitocentos mil empresários deixariam o país.

Muita gente caiu de pato naquela conversinha, lembra? Perseguiram você por uma filha fora do casamento.

Perseguiram você por um aparelho de som três em um. E foram além na perseguição e na trapaça: mudaram o debate para te derrotar.

E a gente, ainda menino, torcendo diante da TV, usando bóton escondido, comprando camiseta e bandeira para levantar um partido.

A gente tinha fome, fome de liberdade e de justiça.

Mas ainda tivemos que esperar o Príncipe passar com a sua corte.

Ele trazia na bagagem a receita para vencer o dragão: vender o Brasil a preço de banana.

O país perdeu, mas não o privateiro, que construiu seu “palais” em Paris.

Foram 20 anos de espera até que entramos no século XXI.

Até que um trabalhador, um dos nossos, subisse a rampa do Planalto.

O ano era 2003, ano que você uniu o país. Veio o Fome Zero, o Bolsa Família, o Luz Para Todos, o Brasil Sorridente…

Veio o Prouni, o Pronatec, as Cotas, as Universidades Federais e as Escolas Técnicas Federais.

“Nunca na história deste país” foi feito tanto e nossa “cara” mudou.

De cabeça erguida, de estômago cheio e de peito estufado voltamos a crescer como na época do milagre brasileiro que, a propósito, de milagre não tinha nada, era puro engodo, endividamento.

E nós, quem diria, também pagamos o FMI.

Livramo-nos daquela cartilha neoliberal e chegamos até a emprestar dinheiro para eles. De boca cheia comemorávamos, éramos credores.

Nos alinhamos aos irmãos latino-americanos, fortalecemos o Mercosul e criamos os BRICS que mais recentemente fundaram até banco próprio.

Pedimos perdão ao continente africano por ter feito escravos nossos semelhantes.

E estreitamos laços com países que nem estavam no mapa.

Descobrimos o Pré-Sal e abrimos as portas da nossa soberania pelo mesmo caminho que nossos irmãos ricos: com educação, saúde e cultura.

Somos fruto de um longo processo histórico, mas nossas vidas estão numa perspectiva de tempo curto, muito curto.

Em apenas 12 anos veja só como avançamos.

Por isso, é natural que quando mudanças estruturais profundas começam a acontecer as reações apareçam.

Afinal, não é fácil confrontar 500 anos de privilégios.

Veio a resistência, primeiro na forma de disputas, depois de perseguições e, por último, como ódio explícito.

Porque quando a voz não convence mais, o jeito é agir à força.

Esta força está enraizada nos três poderes da República.

No Congresso mercenário, que aplicou o golpe.

No Executivo ilegítimo, que impõe o poder na marra e no coturno. E no Judiciário, que instituiu o arbítrio, a livre vontade, ao arrepio da Lei.

Você tem consciência disso porque aparelhou os órgãos de fiscalização e controle exatamente para combater o crime organizado.

E entenda por crime organizado o narcotráfico, o contrabando de armas, a lavagem de dinheiro e a corrupção.

Tudo isso existe e vai continuar existindo, com ou sem você, como ficou demonstrado.

Você sabe que morto vira mito, preso vira mártir e solto volta a ser presidente.

Em qualquer cenário não tem como você sair perdendo. Aconteça o que acontecer, quem perde somos apenas nós, os trabalhadores.

Por isso, vamos fazer um pot-pourri dos jingles desde 1989: sem medo de ser feliz, é a gente junto, quem sabe é quem sente, bote fé e diga: Lula.

Vem! Nossa estrela vai brilhar!

Com a força do povo.


À luta companheiro! Estamos só recomeçando.

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