21/05/2018
Vacilantes abandonam Lula
Do Jornal O Povo - 20/05/2018
por Valdemar Menezes
Repercute no País a notícia do abandono do ex-presidente Lula por correligionários, como o governador Camilo Santana (PT) e por aliados, como o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), no momento exato em que aumenta o lawfare (perseguição jurídica com fins políticos contra ele). Cortaram até prerrogativas presidenciais asseguradas pela Constituição. Juristas do porte de Lenio Luiz Streeck e André Karam Trindade dizem que se trata de uma ilegalidade. Cada um tem direito de postar-se na História, segundo o grau de sua consciência política e de seu compromisso originário. Mas, a população não vê com bons olhos posições como essa. O País não está numa situação de normalidade democrática. Ver de outra maneira é convalidar o golpe.
APOIO EUROPEU
Enquanto correligionários vacilantes abandonam Lula, o povo -, nas pesquisas pré-eleitorais - e, agora, vários líderes da União Europeia vão em direção oposta. Os europeus, por exemplo, reclamaram esta semana da injusta prisão do ex-presidente e defenderam sua candidatura em respeito à soberania popular, que o coloca como preferido absoluto das pesquisas pré-eleitorais (mesmo depois de preso). Ele foi capa do Le Monde e alvo de dois manifestos: um assinado por ex-chefes de estado e de governo, tais como: François Hollande, ex-presidente da França; Elio di Rupo, ex-primeiro-ministro da Bélgica; José Luis Rodriguez Zapatero, ex-presidente da Espanha; e três ex-primeiros-ministros da Itália: Massimo D’Alema, Enrico Letta e Romano Prodi, com o título “Chamada de Líderes Europeus em apoio a Lula”: http://bit.do/egzVE. E outro assinado por 52 parlamentares de vários países europeus: http://bit.do/egzxj.
VONTADE POPULAR
O povo já percebe que o Brasil vive um golpe de estado, disfarçado de “legal”, que tenta alcançar agora seu objetivo principal: isolar o maior líder popular nacional e tirar de cena o partido mais entranhado na sociedade, mesmo que isso se faça às custas do atropelo do Estado Democrático de Direito, da soberania popular, da autonomia nacional e da exclusão social. Contudo, o povo vem demonstrando majoritariamente que quer votar em Lula. Ele tem o dobro de percentuais em relação ao segundo colocado nas pesquisas pré-eleitorais (1 em cada 3 brasileiros quer votar em Lula no primeiro turno, segundo a última pesquisa CNT-MDA). Ele pode ganhar já no 1º turno: no 2º turno, a vitória é esmagadora. Por que desistiria da candidatura a que tem direito?
AVENTURA
Voltando aos europeus, estes têm a convicção de que um governo eleito às custas da exclusão da principal liderança política não teria legitimidade e tenderia a ser instável e problemático. Por isso, não apoiam a aventura do regime. Acompanham com estranheza o que ocorre no Brasil desde o chamado julgamento do Mensalão e sua esdrúxula Teoria do Domínio do Fato, que mirou seletivamente o PT e abriu caminho para o Estado de exceção. No seu rastro, veio a Operação Lava Jato, que radicalizou o processo de exceção, a começar pelo atropelo do princípio constitucional do juiz natural (segundo o qual o processo deve tramitar na comarca onde ocorreu o suposto crime).
GOLPE DIFERENTE
Sérgio Moro, de Curitiba, concentrou os processos, irregularmente, em suas mãos e os conduziu de forma seletiva contra petistas, segundo os críticos. Basta comparar com o tratamento dado aos tucanos. O que aconteceu a Lula pode ter sido descrito, veladamente, pelo papa Francisco, num sermão, na última quinta-feira: “Criam-se condições obscuras para condenar a pessoa. A vida civil, a vida política, quando se quer fazer um golpe de Estado: a mídia começa a falar mal das pessoas, dos dirigentes, e com a calúnia e a difamação essas pessoas ficam manchadas. Depois chega a Justiça, as condena e, no final, se faz um golpe de Estado”. Ora, os condenados por esses processos viciados são presos políticos.
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