segunda-feira, 28 de maio de 2018

Nº 24.245 - "Golpe arruinou o Brasil"

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28/05/2018


Golpe arruinou o Brasil


Do Jornal O Povo - 27/05/2018

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por Valdemar Menezes

Valdemar Menezes
A greve dos caminhoneiros que paralisa o País (cuja motivação é disputada e cujo desfecho pode ser antecipação de eleições livres – sem veto a nenhuma candidatura – ou seu cancelamento e aprofundamento do estado de exceção) é a demonstração, de qualquer forma, do fiasco da política econômica entreguista imposta ao País pelo golpe parlamentar-judiciário de 2016. Toda essa farra de preços dos combustíveis decorre de uma política deliberada destinada a esvaziar o conteúdo nacional da Petrobras e facilitar sua privatização completa. Desde a deposição de Dilma está sendo empreendido um sinistro plano lesa-pátria, que envolve também a entrega do pré-sal às concorrentes multinacionais da Petrobras, em atendimento a determinações geopolíticas da Casa Branca.


OCIOSIDADE

O Brasil foi transformado em mero exportador de óleo cru, ao invés de beneficiá-lo, aqui, agregando-lhe valor - o que faria ganhar mais com a venda de um produto industrializado. Com isso, o governo- entreguista passou a favorecer a compra de derivados no Exterior, deixando nossas refinarias ociosas. Isso fez os importadores privados de derivados, concorrentes da Petrobras crescerem, no País, como capim. E passarem a exigir que os preços dos derivados mantivessem a paridade com os preços internacionais. Que se dane o Brasil e quem não puder pagar gasolina, diesel e gás de cozinha.


DEPENDÊNCIA


Essa política objetivou facilitar a venda das refinarias nacionais para as empresas estrangeiras. No entanto, o Brasil é um grande produtor de petróleo e, se quiser, tem meios para proteger seus cidadãos da especulação dos combustíveis e outros derivados. Mas, a Petrobras deixou de ser empresa estatal estratégica de suporte ao desenvolvimento nacional para se tornar mera empresa privada interessada apenas em obter lucros para seus acionistas privados (grande parte estrangeiros). O Estado não tem quase mais nenhum poder sobre ela. De seu conselho hoje fazem parte representantes de petroleiras estrangeiras.

AMERICA FIRST

Segundo nota publicada pela Associação dos Engenheiros da Petrobrás (Aepet): “O diesel importado dos EUA que em 2015 respondia por 41% do total, em 2017 superou 80% do total importado pelo Brasil (...) Ganharam os produtores norte-americanos, os “traders” multinacionais, os importadores e distribuidores de capital privado no Brasil. Perderam os consumidores brasileiros, a Petrobrás, a União e os estados federados com os impactos recessivos e na arrecadação. Batizamos essa política de “America first!” (“Os Estados Unidos primeiro!”): http://bit.do/ejinB. Trump aplaude.

LESA-PÁTRIA

Ainda em 2009, o Wikileaks flagrou uma reunião entre o então candidato presidencial do PSDB, José Serra, e Patricia Pradal, diretora da petroleira norte-americana Chevron, para combinar um ataque ao novo marco regulatório do petróleo para o pré-sal que Lula procurava viabilizar: “Deixa esses caras [do PT] fazerem o que eles quiserem. As rodadas de licitações não vão acontecer, e aí nós vamos mostrar a todos que o modelo antigo funcionava... E nós mudaremos de volta” – prometeu Serra. É o que se vê hoje. Já Edward Snowden vazou a espionagem da ex-presidente Dilma Rousseff e da Petrobras pelos serviços de inteligência americanos. A conspiração terminaria resultando na deposição de Dilma e na prisão de Lula. O caminho ficou então totalmente aberto para os americanos se apoderarem do petróleo brasileiro.


CHEGA


Foi usado o pretexto da corrupção para entregarem o petróleo brasileiro. A corrupção na Petrobras, no entanto, já era muito antiga como revelou o empresário Ricardo Semler, em artigo famoso: (http://bit.do/ejhhV), mas a investigação foi confinada, seletivamente, à época dos governos do PT. Esse rombo é uma ninharia comparada ao que o Brasil perdeu com a tomada do pré-sal e da Petrobras pelos gringos. Só com a eventual vitória de Lula, nas eleições deste ano, poderia haver a possibilidade de reversão desse quadro, devido ao seu poder de liderança – na visão de especialistas. Aliás, a pré-candidatura de Lula será lançada oficialmente neste domingo, em todos os estados. A pesquisa Barômetro Político Estadão-Ipsos acaba de revelar que ele é o candidato mais aprovado (45% contra 42% na anterior) e menos reprovado (52% contra 54% na anterior): http://bit.do/ejiuW.

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