sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Contraponto 207 - Mídia cala: Uribe caminha para 3º mandato


Avança a "ditadura na legalidade" de Uribe

Zé Dirceu 03/09/2009 12:03

Vocês se lembram do estardalhaço...

Vocês se lembram do estardalhaço que a mídia fez quando o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, tratou de um plebiscito para decidir se disputaria um terceiro mandato? Pois bem, Álvaro Uribe, presidente da Colômbia, acaba de abrir os caminhos para uma segunda reeleição em 2010, para um terceiro período presidencial.

A Câmara de Representantes aprovou na madrugada a realização de um referendo para deliberar sobre esse assunto. Agora, a segunda reeleição de Uribe depende da decisão da Corte Constitucional do país.

Em relação a Uribe, tudo se passa na surdina, com o silêncio cúmplice da mídia conservadora do continente - da nossa, inclusive - que registra discretamente (quando registra) o avanço desse processo pelo qual o presidente pretende instituir uma "ditadura legal" na Colômbia.

Por isso os partidos de oposição abstiveram-se na votação na Câmara dos representantes e acusaram os parlamentares pró Uribe de manobras ilegais para obter a aprovação do referendo.

Mais da metade de uma Câmara processada

Na Colômbia, é bom lembrar, mais...

Na Colômbia, é bom lembrar, mais da metade dos 166 deputados da Câmara dos Representantes é investigada pela Corte Suprema por compra de votos. Parte deles, agora, é acusada de venda de votos pró-segunda reeleição.

A oposição suspeita que cerca de R$ 200 milhões foram gastos pelo governo em troca de apoio político. Além disso, foi revelado um esquema de espionagem pela agência de inteligência do país (a DAS), cujo objetivo era monitorar a votação de congressistas e magistrados, através de grampos.

Boa parte dos integrantes do governo Uribe também é processada por envolvimento com o narcotráfico e com os paramilitares. É neste contexto, que a Câmara dos Representantes da Colômbia, acaba de aprovar o referendo que dá direito à segunda reeleição presidencial de Uribe, já reeleito em 2006, após alteração da Constituição - processo semelhante ao que aconteceu no Brasil, durante o governo FHC.

A chancela agora será dada ou não pelo povo colombiano. O referendo valerá se tiver o comparecimento de eleitorado às urnas de 25% . Se 50% mais um dos votos, for pelo "sim", Uribe poderá oficializar sua candidatura em maio do próximo ano.
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