22/09/2009
Blog doladodela. Marco Aurélio Melo
É nos pequenos gestos que os grandes homens se revelam. Dezembro de 2006. Rodrigo Vianna recebe a notícia de que seu contrato não seria renovado, depois de quase 12 anos. Ele sai da sala do diretor de jornalismo e volta para a redação. Abre seu correio corporativo e começa a escrever uma longa correspondência aos colegas. O diretor se aproxima e diz que ele não pode fazê-lo. No mesmo instante, o jornalista Chico Pinheiro intercede e diz: - Ele vai terminar o texto dele sim! Do momento em que fez essa afirmação, até que o colega acabasse de escrever, Chico ficou ao lado dele, como um sentinela. Quando me lembro deste episódio imediatamente me vem à mente a música de Milton Nascimento e Fernando Brant: “Morte vela sentinela sou do corpo desse meu irmão que já se vai. Revejo nessa hora tudo que ocorreu, memória não morrerá.” Naquele gesto singelo e corajoso do Chico havia um compromisso enorme com a memória, que não pode mesmo morrer. Éramos todos testemunhas de uma tentativa de fraude e não podíamos ficar calados. Na carta do Rodrigo algumas passagens merecem uma reflexão: (...)”Na última década, em debates nas universidades, ou nas mesas de bar, a cada vez que me perguntavam sobre manipulação e controle político na Globo, eu costumava dizer: 'olha, isso é coisa do passado; esse tempo ficou pra trás'. (…) “Parecia uma virada. Infelizmente, a cobertura das eleições de 2006 mostrou que eu havia me iludido. O que vivemos aqui entre setembro e outubro de 2006 não foi ficção. Aconteceu.” Portanto, para os sentinelas, que têm apreço pela história e pela democracia, vale a pena ler a carta com calma qualquer hora. É um documento revelador: http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI1309377-EI6584,00.html
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PITACO DO ContrapontoPIG
A carta de despedida de Rodrigo Viana da Globo em 1966 mostra as entranhas do jornalismo porco alí praticado (Não deixe de ler aqui)
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