11/09/2009
O PSDB e o pré-sal
do Blog do Luis Nassif por Felipe Mazzini em 10/09/2009
Parece que o PSDB entendeu a sinuca de bico que foi colocado no caso do Pré-Sal. Se fizer oposição cega corre o risco de ser acusado de anti nacionalista, ou entreguista, nas próximas eleições.
Abaixo notícia da Agência Estado:
PSDB decide não fazer oposição radical a projeto
O PSDB anunciou a decisão de não fazer oposição radical no Congresso aos projetos do governo que definem as regras para a exploração do petróleo do pré-sal. Em vez de se opor à adoção do novo modelo de partilha ou à criação da nova estatal do petróleo - a Petro-Sal -, o partido exigirá do PT que explique as vantagens concretas da mudança, anunciando, por exemplo, quando a Petrobras “capitalizada” baixará os preços da gasolina e do gás de cozinha.
Embora sem fazer oposição ao modelo de partilha, o PSDB assumirá a defesa do sistema atual de concessão, adotado no governo Fernando Henrique Cardoso, mas admite rever o modelo. Os tucanos lembrarão, durante as discussões do pré-sal, que o sucesso do modelo de concessão, de 1998 para cá, foi tão grande que a capacidade de investimento da Petrobras saltou de US$ 4 bilhões anuais para US$ 29 bilhões ao final do ano passado.
“Vamos defender o modelo que julgamos absolutamente exitoso, mas consideramos a hipótese de atualizá-lo e vamos insistir em uma discussão democrática”, declarou o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE). Foi o que ficou acertado em reunião da Comissão Executiva Nacional com líderes do partido da Câmara e do Senado.
Tanto Guerra quanto o secretário-geral do partido, deputado Rodrigo de Castro (MG), se dizem convencidos de que o PT e o presidente Lula querem montar uma “armadilha” eleitoral para a oposição no debate e, a partir daí, construir um discurso de campanha para a ministra da Casa Civil e candidata presidencial Dilma Rousseff. “O governo adotou um discurso nacionalista para pôr a oposição nas cordas e está tentando passar a impressão de que somos uma ameaça ao pré-sal. Precisamos desmontar essa conversa fiada”, afirmou Sérgio Guerra, na reunião de hoje.
Os tucanos avaliam que um embate com o governo sobre o petróleo do pré-sal não é conveniente. “Não se trata de querer confrontar partidos em projetos eleitorais, porque esta questão é técnica e deve ser tratada com sobriedade”, disse o senador.
Comentário (do Nassif)
Uma das maiores perdas políticas para o país foi a descaracterização do PSDB. De partido programático, tornou-se apenas um aglomerado pautado por uma mídia que só sabe externar bordões e requentar escândalos.
Por trás dessa degradação está algo mais profundo: o caráter de patrimonialismo político do PSDB, que faz com que não se promovam novas lideranças, novos quadros políticos, mas apenas técnicos. O último líder do partido a estimular novas lideranças foi Franco Montoro. Depois dele, opta-se por essa loucura de colocar um partido com aspirações à presidência sob a presidência de um senador totalmente despreparado.
Não há lideranças capazes de promover o aggiornamento do Fernandismo que contaminou o partido de maneira irreversível.
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