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15/11/2012
Folha, que critica Toffoli, defendeu a mesma tese
Do Brasil 247 - 15 de Novembro de 2012 às 09:29
Não faz nem um mês que o jornal
publicou editorial defendendo penas alternativas para os condenados na
Ação Penal 470; ontem, o ministro Dias Toffoli repetiu os mesmos
argumentos e foi repreendido na capa do jornal, como se o fizesse apenas
por ter sido, no passado, advogado do PT; Toffoli comparou punições
definidas na Ação Penal 470 às de Torquemada, personagem-símbolo da
Inquisição
247 - A família Frias, que controla o
jornal Folha de S. Paulo, nunca advogou para o PT. Pelo contrário. No
entanto, em editorial publicado no dia 25 de outubro, há menos de um
mês, portanto, defendeu expressamente a tese de que as punições dos réus
da Ação Penal 470 não fossem privativas de liberdade. "Há
mais de dez anos, portanto muito antes do mensalão, sustenta-se aqui
que a pena de prisão deveria ser destinada, em tese, aos que recorrem a
violência física ou grave ameaça na consecução do delito de que são
culpados", afirma o texto, que conclui afirmando ser desnecessária a
prisão dos eventuais culpados.
Ontem, na última sessão do STF sob o comando de Carlos
Ayres Britto, o ministro Dias Toffoli levantou a questão. Disse que, no
caso da Ação Penal 470, seria mais correta a punição financeira do que
privativa de liberdade. "Aqui o intuito final era financeiro, não era
violência, não era atentar contra a democracia e contra o Estado
Democrático de Direito porque eles são muito mais sólidos do que isso. O
intuito era o vil metal. Que se pague então com o vil metal", disse
ele. Toffoli comparou ainda o rigor das penas ao tempo de Torquemada,
representante máximo da Inquisição.
Nesta quinta, em sua manchete, a Folha aborda o tema, mas
desqualifica a posição de Toffoli, como se ela fosse a consequência do
fato de, no passado, ter advogado para o PT. O texto interno reduz ainda
mais a legitimidade do ministro para defender sua posição. "A
participação de Toffoli gerou polêmica antes do início do julgamento
pelo fato de ele ter sido advogado do PT e assessor da Casa Civil no
período em que Dirceu comandava a pasta (Toffoli votou pela absolvição
do petista). O ministro também namora advogada que participou da defesa
de um dos réus", afirma a reportagem.
Abaixo, o editorial da Folha, de 25 de outubro deste ano:
Para quem precisa
Os crimes são cometidos mediante violência ou fraude. No
primeiro caso, só resta à sociedade prender os infratores - são
perigosos demais para continuar à solta. Será adequado tratar todos os
demais do mesmo modo?
Esta Folha tem argumentado que não. Há
mais de dez anos, portanto muito antes do mensalão, sustenta-se aqui que
a pena de prisão deveria ser destinada, em tese, aos que recorrem a
violência física ou grave ameaça na consecução do delito de que são
culpados.
As condições na maioria das cadeias brasileiras são
abjetas. Mas a sociedade continua a abarrotá-las de indivíduos,
condenados por juízes que fecham os olhos, como a efígie da Justiça,
para a norma constitucional que proíbe "penas cruéis" e "tratamento
degradante".
São mais de 514 mil presos no país, num sistema que
comporta 306 mil. Ao mesmo tempo, 153 mil mandados de prisão aguardam
ser cumpridos, conforme o eufemismo judicial. Celerados estão livres,
enquanto uma parcela de criminosos que não oferece o mesmo risco está
detida.
Dizer que a prisão deveria reeducar é outra falácia. Claro
que é preciso aumentar o número de vagas nos presídios, torná-los
compatíveis com um país civilizado e compelir os detentos a trabalhar.
Mesmo na Suécia, porém, os cárceres fazem jus ao clichê de que toda
prisão é uma universidade do crime.
Constatá-lo não implica complacência. Delinquentes
violentos devem ser submetidos a longuíssima privação de liberdade, e a
progressão dessas penas deveria ser até mais difícil do que é.
Quanto aos outros, não faltam medidas duras à disposição
do juiz: impedimento duradouro de exercer cargo público ou determinada
profissão, restituição dos valores subtraídos e prestação de serviços à
comunidade, que podem se tornar encargos severos quando prolongados --e
são verificáveis pelos recursos da tecnologia eletrônica.
A indignação pública perante o escândalo do mensalão se
expressa, contudo, no legítimo anseio de ver os culpados atrás das
grades.
Sempre houve corrupção política, mas o governo Lula a
praticou em escala sistêmica, sob o comando da camarilha então
incrustada no ápice do Executivo e do partido que o controla. (Grifo verde negritado é do ContrapontoPIG)
As
punições hão de ser drásticas, e seu efeito, exemplar, mas sem a
predisposição vingadora que parece governar certas decisões (e
equívocos) do ministro Joaquim Barbosa.
Tendo arrostado um partido que continua no poder e cujo
chefe desfruta de imensa popularidade, seria decerto pedir demais ao
Supremo Tribunal Federal que fosse ainda além, condenando nosso sistema
prisional ao evitar que esses réus sejam despachados, sem motivo
inarredável que não a letra da lei, para o inferno das cadeias.
Tal desfecho estaria sujeito a interpretações perniciosas.
Ignorou-se a lei, tudo termina em pizza, diriam muitos. Evitou-se que
os mensaleiros se façam de mártires encarcerados, diriam outros. Nem por
isso a prisão desses criminosos terá sido necessária.
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PITACO DO ContrapontoPIG
"Sempre houve corrupção política, mas o governo Lula a
praticou em escala sistêmica, sob o comando da camarilha então
incrustada no ápice do Executivo e do partido que o controla."...
ESTA É TALVEZ UMA DAS FRASES MAIS CRETINAS JÁ PUBLICADAS EM TODA A HISTÓRIA DA IMPRENSA DO PAÍS.
TAL NOTA - da folha - "ESQUECE" QUE OCORREU NO GOVERNO FHC - A PRIVATARIA TUCANA- A MAIOR E MAIS VERGONHOSA DILAPIDAÇAO DO PATRIMÔNIO NACIONAL DA HISTÓRIA DO BRASIL.
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