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05/11/2013
A vez de Marina dar 'videocassetadas' para agradar a oposição tucana
Do Brasil Atual - 05/11/2013
CC / Flávia de Quadros / Campus Party Brasil
por Helena Sthephanowitz
Ex-senadora e presidenciável Marina Silva segue a sanha de atacar o governo, mas sem muito critério
Na ânsia de agradar e capturar apoios de políticos,
economistas, banqueiros e grandes empresários ligados ao tucanato,
Marina Silva (PSB-AC) tem dado declarações e publicado artigos na grande
mídia que são verdadeiras "videocassetadas" castigando a história
recente do Brasil. Detalhe: Marina é formada em História!
Por exemplo, ela comete um enorme erro e injustiça ao dizer que a estabilidade da moeda começou no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). O Plano Real surgiu durante o governo de Itamar Franco. Aliás, FHC foi eleito justamente embalado pelo clima de otimismo deflagrado pelo plano na época.
FHC teve participação importante como um dos ministros da Fazenda de Itamar, mas não foi o único responsável pela aprovação do plano. Outros ministros também tiveram papel importante, como Dorothea Werneck, na articulação de acordos com empresários e trabalhadores, e Henrique Hargreaves, na articulação com o Congresso para aprovar as medidas.
Se Marina mantivesse fidelidade à verdade histórica, veria que o plano Real seguiu a receita neoliberal do Consenso de Washington aplicada em diversos países da América Latina. O Brasil replicou com pequenas adaptações o plano implantado na Argentina três anos antes.
A rigor, o último ministro da Fazenda do governo Collor, Marcílio Marques Moreira, já preparava o plano de estabilização nos moldes do que viria a ser plano Real, fazendo o ajuste fiscal e recompondo reservas em dólar necessárias para lastrear uma nova moeda "dolarizada". FHC deu continuidade a este processo como ministro da fazenda de Itamar Franco, sucedido por Rubens Ricúpero e Ciro Gomes.
O que o tucanato se jacta sobre estabilidade foi obra, sobretudo, do governo de Itamar Franco. Nos oito anos subsequentes de FHC não houve aproveitamento satisfatório da estabilidade para conquistar novos avanços, ficando o governo tucano preso às crises do neoliberalismo que saqueavam as riquezas dos países mais vulneráveis e ao receituário do FMI de vender patrimônio público na bacia das almas, diante de dificuldade financeiras ou crises de confiança.
Outro erro de Marina Silva é ignorar que o real surgiu com o câmbio fixado dentro de uma banda cambial, e não flutuante. Até 1999, o Banco Central mantinha a paridade do real com o dólar dentro de uma faixa garantida pelo Banco Central. Só a partir de 1999, após anos de populismo cambial, após a crise asiática, a crise russa e mais uma intervenção do FMI no Brasil, após deterioração das reservas e nas contas públicas, o governo FHC mudou o regime cambial para flutuante, de forma a desvalorizar a moeda para conter os déficits na balança comercial e estancar a evasão de divisas.
Marina Silva erra feio também em sua interpretação da "Carta aos Brasileiros", assinada pelo ex-presidente Lula em 2002 antes da eleição. Ela disse que foi um compromisso de manter a estabilidade do governo FHC. Novamente a história a desmente. A tal carta foi feita justamente porque no final do governo FHC a economia estava tão desestabilizada que não havia confiança nenhuma sobre a capacidade de o Brasil honrar seus compromissos. Lula nada mais fez do que afiançar que o Brasil honraria os contratos em seu governo, sem aventuras populistas irresponsáveis e catastróficas na área econômica. E assim fez depois de eleito, com êxito.
Outro erro grotesco de Marina Silva é não reconhecer as grandes diferenças existentes entre os governo tucano e petista, do qual ela chegou a participar. Estes últimos romperam com as políticas neoliberais do Consenso de Washington, mudaram as prioridades para melhorar a distribuição de renda, erradicar a pobreza e gerar empregos; enterraram a ALCA, apostaram no multilateralismo em vez da submissão tucana aos Estados Unidos, priorizaram a integração sul-americana, abriram novas fronteiras comerciais com os países da América Latina, Ásia, África e Oriente Médio. O fato de o ex-presidente Lula ser politicamente hábil e conciliador o suficiente para fazer tudo isso sem sobressaltos não significa em absoluto continuidade.
É, mais do que "videocassetada", um verdadeiro estelionato histórico colocar os governos FHC e Lula/Dilma dentro de um mesmo ciclo. O governo FHC tem mais a ver com o ciclo histórico iniciado no governo Sarney (com o Plano Cruzado) até chegar ao Plano Real e ao esgotamento das políticas neoliberais.
O governo Lula, continuado por Dilma Rousseff, abriu um novo ciclo diferente de prosperidade e justiça social que ainda está em curso. Ao não entender esse processo histórico, ou fingir que não entende para agradar o conservadorismo neoliberal, o discurso de Marina Silva presta um desserviço às recentes conquistas do povo brasileiro.
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Por exemplo, ela comete um enorme erro e injustiça ao dizer que a estabilidade da moeda começou no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). O Plano Real surgiu durante o governo de Itamar Franco. Aliás, FHC foi eleito justamente embalado pelo clima de otimismo deflagrado pelo plano na época.
FHC teve participação importante como um dos ministros da Fazenda de Itamar, mas não foi o único responsável pela aprovação do plano. Outros ministros também tiveram papel importante, como Dorothea Werneck, na articulação de acordos com empresários e trabalhadores, e Henrique Hargreaves, na articulação com o Congresso para aprovar as medidas.
Se Marina mantivesse fidelidade à verdade histórica, veria que o plano Real seguiu a receita neoliberal do Consenso de Washington aplicada em diversos países da América Latina. O Brasil replicou com pequenas adaptações o plano implantado na Argentina três anos antes.
A rigor, o último ministro da Fazenda do governo Collor, Marcílio Marques Moreira, já preparava o plano de estabilização nos moldes do que viria a ser plano Real, fazendo o ajuste fiscal e recompondo reservas em dólar necessárias para lastrear uma nova moeda "dolarizada". FHC deu continuidade a este processo como ministro da fazenda de Itamar Franco, sucedido por Rubens Ricúpero e Ciro Gomes.
O que o tucanato se jacta sobre estabilidade foi obra, sobretudo, do governo de Itamar Franco. Nos oito anos subsequentes de FHC não houve aproveitamento satisfatório da estabilidade para conquistar novos avanços, ficando o governo tucano preso às crises do neoliberalismo que saqueavam as riquezas dos países mais vulneráveis e ao receituário do FMI de vender patrimônio público na bacia das almas, diante de dificuldade financeiras ou crises de confiança.
Outro erro de Marina Silva é ignorar que o real surgiu com o câmbio fixado dentro de uma banda cambial, e não flutuante. Até 1999, o Banco Central mantinha a paridade do real com o dólar dentro de uma faixa garantida pelo Banco Central. Só a partir de 1999, após anos de populismo cambial, após a crise asiática, a crise russa e mais uma intervenção do FMI no Brasil, após deterioração das reservas e nas contas públicas, o governo FHC mudou o regime cambial para flutuante, de forma a desvalorizar a moeda para conter os déficits na balança comercial e estancar a evasão de divisas.
Marina Silva erra feio também em sua interpretação da "Carta aos Brasileiros", assinada pelo ex-presidente Lula em 2002 antes da eleição. Ela disse que foi um compromisso de manter a estabilidade do governo FHC. Novamente a história a desmente. A tal carta foi feita justamente porque no final do governo FHC a economia estava tão desestabilizada que não havia confiança nenhuma sobre a capacidade de o Brasil honrar seus compromissos. Lula nada mais fez do que afiançar que o Brasil honraria os contratos em seu governo, sem aventuras populistas irresponsáveis e catastróficas na área econômica. E assim fez depois de eleito, com êxito.
Outro erro grotesco de Marina Silva é não reconhecer as grandes diferenças existentes entre os governo tucano e petista, do qual ela chegou a participar. Estes últimos romperam com as políticas neoliberais do Consenso de Washington, mudaram as prioridades para melhorar a distribuição de renda, erradicar a pobreza e gerar empregos; enterraram a ALCA, apostaram no multilateralismo em vez da submissão tucana aos Estados Unidos, priorizaram a integração sul-americana, abriram novas fronteiras comerciais com os países da América Latina, Ásia, África e Oriente Médio. O fato de o ex-presidente Lula ser politicamente hábil e conciliador o suficiente para fazer tudo isso sem sobressaltos não significa em absoluto continuidade.
É, mais do que "videocassetada", um verdadeiro estelionato histórico colocar os governos FHC e Lula/Dilma dentro de um mesmo ciclo. O governo FHC tem mais a ver com o ciclo histórico iniciado no governo Sarney (com o Plano Cruzado) até chegar ao Plano Real e ao esgotamento das políticas neoliberais.
O governo Lula, continuado por Dilma Rousseff, abriu um novo ciclo diferente de prosperidade e justiça social que ainda está em curso. Ao não entender esse processo histórico, ou fingir que não entende para agradar o conservadorismo neoliberal, o discurso de Marina Silva presta um desserviço às recentes conquistas do povo brasileiro.
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