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15/02/2014
Após exaltar protestos, Globo pede um basta
Do Brasil 247 - 15 de Fevereiro de 2014 às 17:26
De todos os grupos de mídia brasileiros, nenhum
exaltou tanto as "jornadas de junho" como a Globo; Jornal Nacional,
Globonews, Fantástico, Globo Repórter... toda a máquina de informação da
família Marinho foi mobilizada para colocar o povo nas ruas; agora, em
capa da revista Época, os irmãos Marinho gritam "Basta" e dizem que
"Somos todos Santiago"
Neste fim de semana, porém, em capa da revista Época, a Globo pede um basta. E na reportagem principal da revista diz que "Somos todos Santiago". Leia, abaixo, um trecho:
Somos todos Santiago
O rojão que matou o cinegrafista Santiago Andrade atingiu cada um de nós. É preciso dar um “basta!” à escalada da intolerância e da violência nas manifestações de rua
GUILHERME EVELIN E HELIO GUROVITZ, COM RAPHAEL GOMIDE E VINÍCIUS GORCZESKI
14/02/2014 21h16 - Atualizado em 14/02/2014 21h46
Jornalistas são os olhos, ouvidos e
vozes de uma nação. Olhos, ouvidos e vozes que trabalham para todos. É
por meio dos olhos das câmeras que vemos o que acontece em locais
distantes. Por meio dos ouvidos dos microfones que escutamos o que os
outros têm a nos dizer. Por meio das vozes que narram as histórias que
tentamos entender o mundo, compreender nosso tempo, alcançar um
conhecimento modesto sobre o pouco que cabe a cada um de nós saber nesta
vida. Sem olhos, sem ouvidos, sem vozes, restam apenas ignorância,
escuridão, silêncio.
Qualquer ataque à imprensa é um
ataque a esses olhos, ouvidos e vozes. Quem ataca a imprensa ataca
olhos, ouvidos e vozes que trabalham para si próprio, que estendem sua
própria visão, sua própria audição e sua própria voz. Quem ataca a
imprensa não quer apenas cegar o outro – quer também ficar cego. Não
quer apenas ensurdecer o outro – quer também ficar surdo. Não quer
apenas calar o outro – quer também ficar mudo.
Ser os olhos de todos nós era o trabalho do jornalista e cinegrafista Santiago Andrade, da Rede Bandeirantes de Televisão. Santiago foi atingido com um rojão na cabeça, enquanto trabalhava na cobertura de protestos contra o reajuste da tarifa de ônibus, no Rio de Janeiro na quinta-feira, dia 6 de fevereiro. Sua morte na última segunda-feira, dia 10, fez dele a primeira vítima a morrer num conflito provocado pela espiral de manifestações que tomaram o país desde as jornadas de junho do ano passado, quando milhões de brasileiros foram às ruas protestar inicialmente contra reajustes nas tarifas de ônibus, depois contra carências de toda sorte.
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Ser os olhos de todos nós era o trabalho do jornalista e cinegrafista Santiago Andrade, da Rede Bandeirantes de Televisão. Santiago foi atingido com um rojão na cabeça, enquanto trabalhava na cobertura de protestos contra o reajuste da tarifa de ônibus, no Rio de Janeiro na quinta-feira, dia 6 de fevereiro. Sua morte na última segunda-feira, dia 10, fez dele a primeira vítima a morrer num conflito provocado pela espiral de manifestações que tomaram o país desde as jornadas de junho do ano passado, quando milhões de brasileiros foram às ruas protestar inicialmente contra reajustes nas tarifas de ônibus, depois contra carências de toda sorte.
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