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10/04/2014
O efeito devastador de Lula sobre a mídia-oposição
Tijolaço - 9 de abril de 2014 | 15:24 Autor: Fernando Brito
Autor: Fernando Brito
O mais impressionante na entrevista concedida ontem pelo ex-presidente Lula não foi o que ele disse.
Foi como o que disse doeu na grande imprensa.
E dor maior ainda porque, embora continuasse a poder selecionar o que lhe interessava, a mídia tinha um freio: o fato de toda a entrevista ter sido transmitida ao vivo pela internet.
E que Lula tivesse podido falar o quanto quisesse, livre, sem a preocupação de fazer frases curtas, de olho na edição.
Claro que quando se pensa em falar na televisão ou no rádio, é preciso ter essa preocupação.
Mas este momento é o de falar com os agentes políticos, com os militantes, com aqueles que são os multiplicadores de ideias políticas.
Que são exigentes e que, mais do que entender, precisam sentir o que se passou, o que se passa e confiar nos seus líderes.
Não há um que ouça Lula falar e encontre dúvidas, reservas, subterfúgios.
Claro que é prudente, mas não fechou a boca sequer sobre os assuntos mais espinhosos: André Vargas, Joaquim Barbosa, mensalão…
Eu cortei o trecho (de quase meia hora) da resposta à provocação que lhe fiz, tanto sobre economia quando sobre Petrobras. Está na seção videos, do lado direito da página.
Na crise de 2008/2009 e na CPI da Petrobras daquele ano, Lula não repetiu o erro de 2005, quando sua eleição chegou a ser ameaçada pela falta de combate político à ofensiva contra a economia e contra a principal empresa do governo brasileiro.
Em ambas a situação, Lula foi o “caixeiro-viajante”, o animador das políticas que seu Governo desenvolvia.
Quando um governante age assim, ele próprio se torna a “comunicação” de seu Governo.
Ele, que se investiu de legitimidade pelo voto dos cidadãos, levanta este valor contra a onda de interesses particulares que se travestem de públicos.
E essa legitimidade é uma imensa força, se for usada com sabedoria e coragem.
O recado de Lula foi claro.
Se formos esperar justiça, equilíbrio, neutralidade da mídia, passivamente, esperaremos até morrer.
Embora, neste caso, não se vá esperar muito, pois morreremos – no sentido político – bem rápido.
Quando há uma forma imensa e poderosa como a do poder econômico e a de sua mídia soprando avassaladoramente sobre um país e o livre processo de formação de consciência de seu povo, é preciso contrapor a ela uma outra força, ainda mais irresistível: a da verdade, sincera, desabrida quase, exposta diretamente aos olhos e ouvidos da população.
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Autor: Fernando Brito
O mais impressionante na entrevista concedida ontem pelo ex-presidente Lula não foi o que ele disse.
Foi como o que disse doeu na grande imprensa.
E dor maior ainda porque, embora continuasse a poder selecionar o que lhe interessava, a mídia tinha um freio: o fato de toda a entrevista ter sido transmitida ao vivo pela internet.
E que Lula tivesse podido falar o quanto quisesse, livre, sem a preocupação de fazer frases curtas, de olho na edição.
Claro que quando se pensa em falar na televisão ou no rádio, é preciso ter essa preocupação.
Mas este momento é o de falar com os agentes políticos, com os militantes, com aqueles que são os multiplicadores de ideias políticas.
Que são exigentes e que, mais do que entender, precisam sentir o que se passou, o que se passa e confiar nos seus líderes.
Não há um que ouça Lula falar e encontre dúvidas, reservas, subterfúgios.
Claro que é prudente, mas não fechou a boca sequer sobre os assuntos mais espinhosos: André Vargas, Joaquim Barbosa, mensalão…
Eu cortei o trecho (de quase meia hora) da resposta à provocação que lhe fiz, tanto sobre economia quando sobre Petrobras. Está na seção videos, do lado direito da página.
Na crise de 2008/2009 e na CPI da Petrobras daquele ano, Lula não repetiu o erro de 2005, quando sua eleição chegou a ser ameaçada pela falta de combate político à ofensiva contra a economia e contra a principal empresa do governo brasileiro.
Em ambas a situação, Lula foi o “caixeiro-viajante”, o animador das políticas que seu Governo desenvolvia.
Quando um governante age assim, ele próprio se torna a “comunicação” de seu Governo.
Ele, que se investiu de legitimidade pelo voto dos cidadãos, levanta este valor contra a onda de interesses particulares que se travestem de públicos.
E essa legitimidade é uma imensa força, se for usada com sabedoria e coragem.
O recado de Lula foi claro.
Se formos esperar justiça, equilíbrio, neutralidade da mídia, passivamente, esperaremos até morrer.
Embora, neste caso, não se vá esperar muito, pois morreremos – no sentido político – bem rápido.
Quando há uma forma imensa e poderosa como a do poder econômico e a de sua mídia soprando avassaladoramente sobre um país e o livre processo de formação de consciência de seu povo, é preciso contrapor a ela uma outra força, ainda mais irresistível: a da verdade, sincera, desabrida quase, exposta diretamente aos olhos e ouvidos da população.
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