sexta-feira, 11 de abril de 2014

Contraponto 13.742 - "Espionagem no Planalto: vamos aceitar banditismo em nome da Justiça? "

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11/04/2014 

 

Espionagem no Planalto: vamos aceitar banditismo em nome da Justiça?

 

Tijolaço - 11 de abril de 2014 | 08:37
espionagem


Autor: Fernando Brito 


A Folha, com 36 horas de atraso, publica a história do pedido da promotora Márcia Milhomens Sirotheau Corrêa, do Ministério Público do Distrito Federal que se valeu de um ardil imoral para ter acesso às comunicações telefônicas do Palácio do Planalto, misturando as coordenadas geográficas da sede do governo brasileiro com o pedido de investigação de supostos telefonemas entre José Dirceu e um interlocutor na Bahia (!).

Se gastou este tempo para checar onde eram as coordenadas constantes do documento da promotora, não precisava.

Levaria cinco minutos para verificar, num dos muitos sites onde você  injeta as coordenadas e a imagem do local indicado – para ver onde era o local indicado na representação da Dra. Márcia Corrêa.

Fiz isso num deles, o de  a uma empresa ambiental, a Biologika, e obtive  a imagem que reproduzo acima.

É chocantemente real, não uma versão de teoria da conspiração. Aliás, está muito perto de caracterizar uma conspiração.

O estranho é que a Folha não tenha gasto este tempo para ir ouvir os dirigentes do Ministério Público sobre o ato da sua integrante.

Ou Ministros do Supremo sobre o comportamento ardiloso que a fez passar por cima da hierarquia da instituição e pedir a quebra do sigilo telefônico da Presidência da República.

O Poder Judiciário e os órgãos a ele conexos, como o MP, não são lugar para banditismo.

O Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, tem a obrigação legal de afastar esta senhora preliminarmente e abrir apuração sobre os motivos de seu ato ilegal.

O que é isso, uma baderna legal?

Basta um Sua Excelência escrever uns numerinhos num ofício e qualquer local – seja a sua casa, seja, ainda mais grave, o gabinete presidencial – terá o seu sigilo telefônico quebrado?

Esta promotora não foi interpelada pelo jornal? Não deve ser difícil, pois ela tem um endereço de trabalho conhecido e próximo.

Vai dizer que foi “um engano”, com graus, minutos, segundos e centésimos de segundo de coincidência?

Que o diga, então, numa investigação formal, porque o que fez não é uma brincadeirinha.

Ou a doutora vai dizer que isso é perseguição política?

Se o Ministério Público Federal, fiscal da lei, e o Supremo Tribunal Federal, corte suprema do Judiciário, não se importam com uma burla desta gravidade, nenhum dos dois está à altura de suas missões.

Ou então estamos vivendo um cenário em que o partidarismo e a impunidade nas violações não permite que se diga que temos Justiça no Brasil.
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