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14/04/2014
Janot defende trabalho de Dirceu. E agora, juízes?
Do Brasil 247 - 14 de Abril de 2014 às 15:51
Procurador-geral da República, Rodrigo Janot,
enviou parecer ao Supremo Tribunal Federal, defendendo o direito do
ex-ministro José Dirceu de trabalhar, de acordo com o regime semiaberto
ao qual foi condenado; desde 15 de novembro, no entanto, ele está
encarcerado em regime fechado, na Papuda, e os juízes Bruno Ribeiro, da
Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, e Joaquim Barbosa, do STF,
postergaram ao máximo a análise do seu pedido; em seu documento, Janot
afirmou Dirceu não falou ao celular e que “não visualiza novas medidas
úteis para o esclarecimento dos fatos”; será que Barbosa cumprirá a lei?
André Richter - Repórter da Agência Brasil
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou
parecer ao Supremo Tribunal Federal (STF) a favor da concessão do
benefício de trabalho externo ao ex-ministro da Casa Civil José Dirceu,
condenado a sete anos e 11 meses de prisão na Ação Penal 470, o processo
do mensalão. O documento foi entregue na sexta-feira (11).
A análise do pedido de trabalho externo foi suspensa para
apurar se Dirceu falou ao celular dentro da prisão, no dia 17 de
janeiro, com James Correia, secretário da Indústria do governo da Bahia.
Caberá ao presidente do STF, Joaquim Barbosa, decidir sobre a
sindicância, mesmo com o processo tendo sido conduzido pela Vara de
Execuções Penais do Distrito Federal.
No documento, Janot disse ao presidente do STF, Joaquim
Barbosa, que “não visualiza novas medidas úteis para o esclarecimento
dos fatos”, porque o processo disciplinar foi concluído e ficou
constatado que ex-ministro não falou ao celular. "No que concerne ao
requerimento de trabalho externo do sentenciado, não há nada a opor,
porque, do que se tem conhecimento, os requisitos legais foram
preenchidos", disse o procurador.
Por entender que o processo disciplinar está encerrado,
Janot deve rejeitar o pedido do Ministério Público do Distrito Federal e
Territórios de quebra de sigilo telefônico. Para investigar se Dirceu
falou ao celular, o Ministério Público pediu ao STF a quebra do sigilo
das ligações telefônicas dos envolvidos. Os promotores forneceram as
coordenadas geográficas da região, indicando a longitude e latitude das
áreas onde as ligações teriam ocorrido.
Segundo o advogado de Dirceu, uma das coordenadas está
localizada no Centro de Internamento e Reeducação, onde o ex-ministro
está preso. O outro local, de acordo com a defesa, é o Palácio do
Planalto. Para justificar afirmação as localizações, o advogado anexou
laudo de um engenheiro agrônomo.
Dirceu recebeu proposta para trabalhar no escritório do
advogado José Gerardo Grossi, em Brasília. Se a autorização for
concedida, o ex-ministro poderá trabalhar na biblioteca da empresa, na
pesquisa de jurisprudência de processos, e ajudando na parte
administrativa. O horário de trabalho é das 8h às 18h, com uma hora de
almoço. O salário é de R$ 2,1 mil.
O jornal Folha de S.Paulo, no dia 17 de janeiro,
disse que Dirceu conversou por telefone celular com James Correia,
secretário da Indústria do governo da Bahia. Segundo a matéria, a
conversa ocorreu por intermédio de uma terceira pessoa que visitou
Dirceu. Na ocasião, a defesa do ex-ministro negou que a conversa tenha
ocorrido, e a Secretaria de Segurança Pública abriu processo
administrativo para investigar o caso.
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