quinta-feira, 5 de junho de 2014

Contraponto 13.958 - "Igor Fuser: Com Aécio no poder, direita vai ganhar força para dar golpes na América Latina"

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05/06/2014 

 

Igor Fuser: Com Aécio no poder, direita vai ganhar força para dar golpes na América Latina

 


Do Viomundo - publicado em 5 de junho de 2014 às 8:07



Maria Corina: Eleitora tucana


Se a direita ganhar
por Igor Fuser, no Brasil de Fato

O Brasil enfrenta, nas eleições presidenciais deste ano, o risco de um brutal retrocesso político, com o eventual retorno das forças de direita – representadas, principalmente, pelo candidato tucano Aécio Neves – ao governo federal. Nesse caso, teremos uma guinada rumo a um país mais desigual, mais autoritário, mais conservador. Engana-se quem imagina apenas uma reprise do que foram os tempos de FHC.  Para entender o que pode vir por aí, é melhor pensar no Tea Party estadunidense, no uribismo colombiano, na direita ucraniana.

Limitando este exercício de imaginação apenas à política externa, é aposta certa supor que uma das primeiras medidas de um governo Aécio seria a expulsão dos profissionais cubanos engajados no programa Mais Médicos. Também imediata seria a adesão do Brasil a um acordo do Mercosul com a União Europeia nos termos da finada Alca, cujas “viúvas” – também conhecidas como o Partido dos Diplomatas Aposentados – recuperarão o comando do Itamaraty, ávidas por agradar aos seus verdadeiros senhores, as elites e o governo dos Estados Unidos.

O Mercosul, se sobreviver, voltará a ser apenas um campo comercial, destituído do projeto político de uma integração mais profunda. A Unasul e a CELAC, esvaziadas, se tornarão, sem a liderança do Brasil, siglas irrelevantes, enquanto a moribunda OEA – o Ministério das Colônias, na célebre definição de Fidel Castro – ganhará um novo sopro de vida. Quanto ao Brics, articulação central no combate ao domínio unipolar do planeta pelo império estadunidense, sofrerá um baque, com a deserção (oficializada ou não) do seu “B” inicial.

Golpistas latino-americanos, já assanhados após os triunfos em Honduras e no Paraguai (ações antidemocráticas combatidas com firmeza por Lula e Dilma), ganharão espaço, certos de contar com a omissão ou até o apoio de um governo brasileiro alinhado com os ditames de Washington. Que o diga a performática Maria Corina Machado, líder da atual campanha de desestabilização na Venezuela, recebida com fanfarra pelo governador Geraldo Alckmin e por uma penca de jornalistas tucanos, no programa Roda Viva.

Governos e movimentos sociais progressistas, na América Latina e no mundo, perderão um ponto de apoio; as forças das trevas, como o lobby sionista internacional, ganharão um aliado incondicional em Brasília. Isso é apenas uma parte do que está em jogo nas eleições brasileiras. Espantoso é que, no campo da esquerda, tantos pareçam não se dar conta.

PS do Viomundo: Sob a capa do bom mocismo, Aécio Neves implantou a ditadura do discurso único em Minas Gerais a tal ponto que o bloco de oposição se autodenominou Minas Sem Censura. Isso não aconteceu com a mesma profundidade em nenhum outro estado brasileiro! A “limpeza” promovida por partidários do senador nas redes sociais e no Google só equivale à que Stalin, em seu tempo, fez de seu próprio passado, com o objetivo de reinventar a História. No Brasil, temos um exemplo bem recente de aventureirismo equivalente: Fernando Collor de Mello. Só que desta vez o candidato vem acompanhado por um partido organizado e pelos pesos pesados das finanças e da mídia, ou seja, vai impor sua agenda a qualquer custo.

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