02/04/2016
Protestos contra a Globo preocupam anunciantes
Do Contexto Livre
A sucessiva multiplicação de palavras de ordem, faixas e cartazes
contrários ao Grupo Globo nas manifestações populares a favor da
democracia e a rejeição estampada nas redes sociais — inclusive
expressada por artistas contratados — começa a preocupar anunciantes. O
temor de algumas companhias é que este movimento possa crescer e expor
ao risco as suas marcas e o consumo dos seus produtos.
A sistemática cobertura a favor do impedimento da presidente Dilma
Rousseff e o noticiário envolvendo o ex-presidente Lula acenderam o
sinal de alerta nas direções de marketing de grandes empresas.
Numa reunião fechada realizada ontem no fim da tarde, em São Paulo, e que o SRZD
teve acesso ao resultado final, dois presidentes que representam os
interesses de companhias que estão entre os 30 maiores anunciantes do
Brasil, seis vice-presidentes de empresas de áreas diversas que atuam em
higiene e limpeza, setor automotivo e varejo decidiram encomendar uma
análise a uma agência internacional de acompanhamento de postagens na
internet para avaliar os humores dos consumidores em relação aos
produtos e serviços dos patrocinadores.
A ideia é que o estudo seja concluído em até 90 dias. E o parecer se
restringirá às marcas que já anunciam nos veículos do Grupo Globo.
Um dos executivos chegou a desabafar: "Todos respeitamos a Globo pelo
seu profissionalismo e pela larga vantagem sobre os demais órgãos de
comunicação, mas o jornalismo está manipulando de forma criminosa e já
há movimentos nas redes sociais pressionando nossos consumidores a não
comprarem os produtos que produzimos. Assim não dá. Isso não pode
crescer". A fala causou um certo mal estar no ambiente. O silêncio
enigmático dos demais sinalizou concordância com a análise e a
preocupação de como criar uma alternativa publicitária ao maior meio de
comunicação do Brasil.
A Globo, por sua vez, já se manifestou oficialmente, várias vezes, no
sentido de que apenas informa os fatos políticos com isenção. E que não
é geradora dos acontecimentos políticos e econômicos que noticia.
Sidney Rezende
No SRZD
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