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19/11/2017
Não querem bloquear dinheiro de Lula, querem bloquear milhões de votos
Do Tijolaço · 19/11/2017
por FERNANDO BRITO
Lula disse hoje, no Congresso do PC do B que deveriam “ter a decência de dizer onde tenho R$ 24 milhões”, referindo-se ao pedido do Ministério Público à Justiça Federal para que lhe fossem bloqueados – e a seu filho – bens neste valor.
A questão, óbvio, é que não há o dinheiro – ou outros valores – que o MP pede para bloquear. Isso não vem ao caso, até porque o sigilo bancário de Lula e de sua família estão quebrados há séculos.
A questão é que as medidas judiciais estão sendo pedidas – e, não raro, concedidas – com evidente finalidade de propaganda política.
O objetivo é criar a suspeita, para muitos a convicção, de que Lula tem este patrimônio.
Cria-se o bitcoin judicial, a moeda virtual do Ministério Público que compra desprestígio político e que, portanto, compra mentalmente votos para outro candidato.
A rigor, o mecanismo de bloqueio de bens de um acusado deveria ser o mesmo que alguém que busca reparação indenizatória é obrigado a acionar: indicar bens à penhora, até porque, neste caso, o poder de estar informado do que esta pessoa possui é pleno para ambos, MP e juiz.
O MP não indica nada, porque não tem nada a indicar.
Tornou-se uma máquina de exploração política que não tem de explicar nada, apenas aponta o dedo e isso basta.
Ninguém o controla, ninguém o regula, ninguém o julga.
O juiz? Ah, o juiz quando não está na mesma, borra-se de medo de sair assim nos jornais:
“Juiz rejeita bloquear R$ 24 milhões de Lula.”
Não importa que os R$ 24 milhões não existam em bens ou dinheiro: o doutor os “liberou” para Lula.
São a moeda da convicção.
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