02/04/2018
Ato no Rio contra fascismo e por justiça para Marielle tem Lula, Manuela, Boulos e Freixo
Protesto suprapartidário contra a escalada da violência no país também vai defender a democracia, ao abordar o respeito à Constituição e o direito de Lula a ser candidato
Da RBA - por Redação publicado 02/04/2018 08h23, última modificação 02/04/2018 11h21
São Paulo – O ex-presidente Lula, o pré-candidato à presidência pelo Psol, Guilherme Boulos, o deputado estadual também do Psol, Marcelo Freixo (Rio de Janeiro) e a pré-candidata à presidência da República pelo PCdoB, Manuela D'Ávila, estarão juntos, na noite de hoje (2) em um ato suprapartidário – e que inclui o PDT – em defesa da democracia, contra o fascismo e a violência como formas de expressão política, e por justiça para Marielle Franco e Anderson Gomes, executados no dia 14 de março, no centro do Rio. O protesto será no Circo Voador, a partir das 18h.
Será mais uma manifestação promovida em conjunto pelos principais partidos da esquerda brasileira, desde o assassinato da ex-vereadora do Psol e do motorista do carro que a levava para casa, após participar de um encontro de mulheres negras. Após o atentado da semana passada, contra ônibus da comitiva que acompanhava Lula pelos estados do Sul, Boulos e Manuela foram até Curitiba participar do ato de encerramento da caravana e expressar repúdio ao fascismo e à intolerância.
"Essas violências não dividem a sociedade entre a direita e a esquerda, mas entre democracia e barbárie. Todas as vidas têm o mesmo significado! Temos diferenças políticas, que são fundamentais e devem ser debatidas, mas o fascismo tem que ser combatido por todos nós", afirmou Freixo, ao defender, na semana passada, a unidade da esquerda contra o fascismo no país, diante da execução de Marielle e os tiros contra Lula. Ele destacou também que o Rio já teve 30 policiais mortos em 2018, além das muitas vítimas entre a população civil, especialmente negros e pobres.
Segundo a presidenta do PT, a senadora Gleisi Hoffmann, a extrema direita quer ocupar espaço na política através do ódio e da intolerância. "Está mais do que na hora de a esquerda brasileira, junto com os movimentos sociais, se unirem e gritarem ao mundo o que está acontecendo no Brasil. Nós não queremos retrocesso e é por isso e com esse objetivo que nós vamos estar reunidos no Rio de Janeiro em um grande ato nacional suprapartidário exatamente para enfrentar as forças do atraso."
"É muito preocupante essa violência porque demonstra na prática o que denunciamos há muito tempo, que essas organizações são fascistas e defendem o extermínio físico de quem pensa diferente. Vivemos um tempo em que esses setores saíram do armário com suas pedras, seus relhos, mas muito legitimados e amparados pelo poder estatal e é isso que mais preocupa. É uma escalada de violência simbólica e real contra o nosso campo", afirmou Manuela, em entrevista à revista CartaCapital.
O ato de hoje também defenderá o direito de Lula ser candidato nas eleições presidenciais de outubro e vai reafirmar a defesa da democracia, ao repudiar a condenação do ex-presidente sem provas, nos processos contra ele no âmbito da operação Lava Jato. O habeas corpus de Lula será votado nesta quarta-feira (4) pelos ministros do Supremo Tribunal Federal.
Durante a manifestação será ainda realizado o lançamento carioca do livro "Luiz Inácio Lula da Silva – A Verdade Vencerá". Publicado pela Editora Boitempo, o livro traz a visão do ex-presidente sobre a perseguição judicial que tem como alvo para impedir sua candidatura.
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