quarta-feira, 11 de abril de 2018

Nº 23.847 - "Lava Jato perde desculpa para não investigar Alckmin"

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11/04/2018


Lava Jato perde desculpa para não investigar Alckmin


Do Blog da Cidadania - 11 de Abril de 2018




por Eduardo Guimarães

Força Tarefa da Lava Jato em São Paulo já pode investigar o inquérito sobre o agora ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). Alckmin perdeu o foro privilegiado quando renunciou ao cargo de governador, no último dia 6 de abril, para disputar a Presidência da República.

A investigação contra o ex-governador foi aberta a partir da petição encaminhada pelo Ministro Edson Fachin à Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça, já faz muito tempo

Depoimentos de colaboradores da Operação Lava Jato Benedicto Barbosa da Silva Junior, Carlos Armando Guedes Paschoal e Arnaldo Cumplido de Souza e Silva indicaram o repasse de recursos para Alckmin a título de contribuição eleitoral.

As doações ilegais teriam contado com a participação do cunhado do pré-candidato a presidente, Adhemar César Ribeiro.

Em vídeo gravado pelos investigadores da Lava Jato, Arnaldo Cumplido, ex-executivo da Odebrecht, relata pagamentos superiores a R$ 6 milhões em caixa 2 para a campanha de Alckmin ao governo de São Paulo em 2014.

À época, Cumplido era o responsável pelo contrato de construção da Linha 6 – Laranja do Metrô e encarregado de liberar as transferências ilegais. As obras da Linha, que ligaria o Centro à Zona Norte de São Paulo, estão paradas desde o final de 2016.

No depoimento, ele afirma que os pagamentos eram orientados por Luiz Antonio Bueno, seu chefe direto, via e-mail.

De acordo com o ex-executivo, o dinheiro era destinado a “Salsicha” e “MM”, ambos codinomes de Marcos Monteiro, tesoureiro da campanha de Alckmin naquele ano.

“Entre abril e outubro de 2014, Luiz Bueno solicitou que programasse pagamentos para o codinome “mm” e também “salsicha”, e que “MM” seria Marcos Monteiro, coordenador financeiro da campanha de Geraldo Alckmin.”

O delator explica que as transferências não tinham contrapartida, ou seja, nenhuma relação com a obra do Metrô – foram usadas para efeito de alocação de custo, somente.

“Era um apoio para a campanha do governo do estado de São Paulo. Teoricamente, esses valores saíam dos custos das obras do estado São Paulo.”

Cumplido alega que não tinha contato com Monteiro tampouco com Geraldo Alckmin, apenas executava o que seu superior ordenava por e-mail. “Por que o Luiz Bueno, já que era ele um dos que tinham contato com essas pessoas, ele mesmo não entrava em contato com essas pessoas?”, questiona a investigadora.


“Não sei. Passavam para mim, eu fazia. Por que que me pedia eu não sei”, responde.

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