20/01/2013
O PSDB caminha para a extinção
Do Conversa Afiada - Publicado em 20/01/2013
Depois do auto da fé do mensalão montado pelo PiG, com o querosene do Supremo, o PT continua a ser o maior partido do país.
Saiu no Estadão texto de Julia Duailibi e José Roberto de Toledo com a análise de uma pesquisa do IBOPE.
“Apartidários são maioria do país pela primeira vez desde a redemocratização.”
“Pesquisa do Ibope revela que 56% dos brasileiros afirmaram no final de 2012 não possuir preferência por nenhuma legenda política- eram 38% em 1988; … ; todas as siglas perderam, mas o PT ainda lidera com 24%.”
Hoje, segundo a pesquisa feita por encomenda do Estadão, 56% não tem partido; 24% são petistas; 6% são do PMDB; e 5% do PSDB.
O ponto mais alto da preferência pelo PSDB foi no primeiro mandato de FHC, com 10%.
O ponto mais alto da preferência pelo PT foi no fim do segundo governo Lula, com 33%.
Navalha
A pesquisa foi feita no meio do furacão: o fim do ano passado.
Durante um ano inteiro, o PiG (*) e seus ilustres representantes no Supremo montaram o espetáculo do mensalão na TV.
E marcaram a hora do julgamento: o Dirceu precisa arder na hora em que os paulistanos forem votar no Cerra.
O ponto culminante do auto de fé, quando o fogo chegou ao topo, foram os 18′ do jornal (sic) nacional do Gilberto Freire com “i” (**).
Ao longo de 2012 – aí incluída a eleição para prefeito, em que o Cerra tratou do Dirceu e do mensalão durante três meses, no horário eleitoral – o papel da Casa Grande foi destruir o PT, desmoralizar a política e, portanto, os partidos.
Desmoralizar o Legislativo, a casa da política.
Desmoralizar o Legislativo, para transformar a politica em monopólio da Falange da Casa Branca, do Supremo e seus Chinco Campos (***), e dos “especialistas” da Urubóloga.
Eles é que detém o Saber, a Razão, o Poder irrecorrível – e o querosene que acende a fogueira.
Surpreende que 44% dos brasileiros ainda acreditem num partido político depois do braseiro de 2012.
E, óbvio, quem mais se queimou foi o PT: alvo do mensalão e líder na tabela.
Porém, o ansioso blog prefere dar destaque a um ponto que a reportagem do Estadão contém num espaço discreto.
(Louve-se o profissionalismo de Julia e do José Roberto, que poupam o leitor daqueles sutis petardos editoriais que as “reportagens” do PiG tentam impor aos desavisados leitores.)
O ansioso blog prefere destacar a iminência do fim do PSDB.
O PSDB tem 5% da preferencia nacional.
E quer dar o Presidente da República …
Um partido que jamais passou de 10% da preferência do país…
E, por obra do Plano Real do Governo Itamar, da compra da reeleição a R$ 200 mil por deputado, e do bote salva-vidas do Bill Clinton, ficou oito anos no poder.
E para lá não voltará jamais.
A menos que entre de contrabando numa chapa que esconda a Privataria.
Não fosse o PiG (*), esses tucanos de São Paulo não passavam de Resende.
E, não fosse o brindeiro Gurgel, o clã Cerra da Privataria estaria no xilindró – ou na Avenue Foch.
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
(**) Ali Kamel, o mais poderoso diretor de jornalismo da história da Globo (o ansioso blogueiro trabalhou com os outros tres), deu-se de antropologo e sociologo com o livro “Não somos racistas”, onde propõe que o Brasil não tem maioria negra. Por isso, aqui, é conhecido como o Gilberto Freire com ï”. Conta-se que, um dia, D. Madalena, em Apipucos, admoestou o Mestre: Gilberto, essa carta está há muito tempo em cima da tua mesa e você não abre. Não é para mim, Madalena, respondeu o Mestre, carinhosamente. É para um Gilberto Freire com “i”.
(***) Ao proferir seu Canto do Cisne e ameaçar o Presidente da Camara com a cadeia, o decano Celso de Mello citou Chico Campos, o redator da “Polaca”, a Constituição ditatorial de 1937. Em homenagem a ele e a Chico Campos, o Conversa Afiada passa a referir-se aos Cinco Constituintes do Supremo – Celso de Mello, (Collor de) Mello, Fux, Barbosa e Gilmar – como os “Chinco Campos”. E lembra que Rubem Braga, quando passava de bonde pela Praia do Flamengo e via acesa a luz do apartamento do Chico Campos, dizia: “Quando acende a luz do apartamento do Chico Campos há um curto-circuito na Democracia”..
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