28/01/2013
Aécio fala muito e não diz nada; e Mailson é um Comediante
Do Blog Palavra Livre - 28/01/2013
Aécio Neves é desconhecido da maioria dos brasileiros e tem fama de playboy e elitista.
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Por Davis Sena Filho
O
senador Aécio Neves, do PSDB mineiro, por ser neto do político legalista e
avesso à gorilagem, Tancredo Neves, comporta-se ideologicamente como um direitista
light, como se estivesse envergonhado, porque no fundo é um liberal, na acepção
da palavra. O economista Maílson da Nóbrega, homem ligado profundamente aos
interesses dos banqueiros, foi ministro da Fazenda do ex-presidente José
Sarney, que atualmente ocupa a presidência do Senado Federal, além de ser,
inacreditavelmente por causa de sua história, alvo da imprensa de mercado e de
direita, que o não tolera por ele compor a base política do Governo Federal no
Congresso. Nada como um dia após o outro. Logo os barões da imprensa, que
adulavam e foram muito beneficiados por Sarney, tentaram, há poucos anos,
derrubá-lo da presidência do Senado, no período de quando Lula era presidente.
Maílson
para quem não sabe ou não se lembra saiu do Ministério com a inflação a bater
perto dos 80% ao mês, ou seja, quase 1000% ao ano. Sua administração foi uma
lástima e um desassossego para o povo ao tempo que um processo financeiro formidável
para os ricos e os muitos ricos, que deitaram e rolaram com o mel na sopa
elaborado pelo chef de cozinha da máquina estatal Maílson da Nóbrega. Tal
personagem ainda teve a ousadia de chamar de legado a hiperinflação que ele não
conseguiu combater para diminuí-la.
Tal
professor de economia, ao contrário de Aécio Neves, não se importa em ser
considerado de direita, como ocorre até mesmo com cidadãos comuns que
dissimulam suas razões ideológicas em um simples bate-papo. Pelo contrário, ao perceber que o governo
trabalhista da presidenta Dilma Rousseff efetivaria, de fato, a queda das taxas
de juros, Maílson, um dos porta-vozes da direita brasileira e do establishment internacional quando
se trata dos interesses dos banqueiros prontamente avisou através da mídia de
negócios privados que os seus patrões não estavam nada satisfeitos e que não
iriam aceitar a nova realidade implementada pelo governo.
Os
artigos recentes de Aécio Neves, na Folha de S. Paulo, e de Maílson da Nóbrega,
na Veja, retratam, fidedignamente, que esses dois personagens quase
surrealistas não têm nada a acrescentar no que diz respeito à economia e a
alguma proposta de governo e projeto de País para oferecer ao povo brasileiro.
Aécio falou e falou, mas não disse nada, pois fez críticas simplórias, sem
substância e fundamento, além de defender o indefensável, que foi sua atitude
no que é relativo à diminuição do preço da tarifa de energia, juntamente com
outros governadores tucanos, inclusive o atual de Minas, Antonio Anastasia, o
que me leva a pensar que o político mineiro optou por defender os interesses
dos acionistas e dos rentistas, em vez dos interesses da população e dos
empresários, que, publicamente, apoiaram o Governo, bem como criticaram
acidamente a imprensa alienígena e os governadores tucanos. Esta é a verdade. O
resto é conversa para boi dormir.
Maílson foi o ministro da hiperinflação e mesmo assim quer ditar regras. |
Quanto
a Maílson da Nóbrega, simplesmente é visível sua desenvoltura para defender
aqueles que estão acima do bem e do mal, de acordo com o que eles pensam por
terem muito dinheiro e influência. Considero tal figura como um papagaio de
pirata, um menino de recado, subserviente, regiamente bem pago para fazer o que
sabe: defender o que deu errado, como ocorre agora na Europa, e não é
necessário explicar o porquê, além de jogar no ventilador dúvidas, distorções,
dissimulações e até mentiras para receber o apoio do cidadão conservador e
confundir a classe média e a alta sociedade de perfil reacionário,
despolitizado, ressentido, alienado e colonizado, mas tão ou mais cruel que o
pica-pau do desenho animado.
Aécio
Neves e Maílson da Nóbrega são o que a direita têm, mas não são ouvidos pelo
povo brasileiro. Maílson é ainda mais enfadonho e cansativo, porque sabemos que
ele é apenas um capataz de banqueiro e porta-voz dos empresários de
comunicação, que não estão nem aí para o País, mas que abrem, por exemplo, as
portas da Globo News para que tal executivo fale suas abobrinhas para a classe
média ressentida e os colunistas ou comentaristas de direita que têm a
cara-de-pau de repercutir tanta incongruência, desfaçatez e insensatez, ou
seja, asneiras. Maílson poderia contar piadas, igual a um comediante.
A
razão disso é porque, indelevelmente, suas palavras não condizem com a
realidade pela qual passa o Brasil. Somente isso. Já Aécio Neves vai ter de
falar muito para convencer, viajar muito, apresentar suas propostas e os
resultados de seus governos em Minas Gerais, e, sobremaneira, descolar-se da
sua imagem de playboy, de mauricinho irresponsável, de boêmio e até mesmo de ébrio,
como ocorre na blogosfera, que, inegavelmente, é um poder midiático
considerável. Principalmente a de esquerda. A única coisa que eu não sei é se o
político mineiro vai fazer uma campanha de tão baixo nível como foram as de
José Serra, que está a se fingir de morto, como se comportam os gambás quando
cercados por cães de caça ou de guarda. É isso aí.
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