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18/02/2013
Rafael Correa: “Aqui já não mandam as oligarquias”
Rafael Correa passa por cima de adversários e vence com quase 60% dos votos
Com metade das urnas apuradas, Conselho Nacional Eleitoral confirma vitória esmagadora do presidente equatoriano. ‘A revolução cidadã está consolidada’, avaliou
Por Tadeu Breda, enviado especial ao Equador, na Rede Brasil Atual
Publicado em 17/02/2013, 23:20, Última atualização às 23:20
Quito – “Uma linda vitória popular.” Assim o presidente do Equador, Rafael Correa, definiu o grande triunfo eleitoral que obteve hoje (17) depois que os equatorianos se dirigiram às urnas para escolher seu governante para os próximos quatro anos. Não houve surpresas. Com metade das urnas apuradas, o candidato do partido Alianza País conseguiu 56,8% dos votos válidos – número semelhante ao que previam as pesquisas de opinião. O resultado parcial foi divulgado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) por volta das 21 horas de domingo. E, de acordo com as leis equatorianas, descartam a realização de segundo turno.
“Minhas primeiras palavras são de agradecimento aos equatorianos por terem aprovado nossa mensagem”, reconheceu o presidente, afirmando que os resultados foram contundentes. “A revolução cidadã venceu logo no primeiro turno e provavelmente também conseguiremos uma grande maioria na Assembleia.” Rafael Correa acredita que sua vitória esmagadora consolida de uma vez por todas seu projeto para o Equador. “Fez muita diferença nestas eleições a consolidação de nosso partido, Alianza País”, analisou. “Agora temos um movimento organizado, com grande capacidade de mobilização. Nossos militantes, dirigentes locais e os Comitês da Revolução Cidadã são as trincheiras que construíram nosso triunfo.”
O apoio que Rafael Correa recebeu da população na jornada eleitoral de domingo foi ainda maior do que a votação que conseguira nas eleições de 2009, quando foi reeleito pela primeira vez já segundo as normas estabelecidas pela nova Constituição. Na ocasião, o presidente contou com 51% dos votos válidos – o que também lhe deu a vitória no primeiro turno. Desta vez, a confiança de Rafael Correa numa vitória esmagadora era tanta que, já na sexta-feira (15), ele abdicou da licença que havia pedido à Assembleia Nacional para dedicar-se exclusivamente à campanha e retomou suas funções.
Hoje, assim que as urnas foram fechadas, às 17 horas, e os canais de televisão começaram a transmitir as pesquisas de boca de urna, Rafael Correa estava pronto para receber os cumprimentos de seus familiares, ministros e apoiadores políticos. O Palácio de Carondelet já havia sido previamente preparado com telões para receber jornalistas e convidados. As primeiras comemorações ocorreram na Sala de Banquetes da sede presidencial equatoriana. Depois de receber beijos e abraços, Rafael Correa se dirigiu à sacada para acenar e dizer algumas palavras às centenas de eleitores que lotavam a Plaza Grande, no centro de Quito, festejando a continuidade da revolução cidadã. Só então o presidente foi ao Salão Amarelo, onde respondeu a algumas perguntas da imprensa nacional e internacional que se espremia para ouvi-lo.
Rafael Correa aproveitou a ocasião para dedicar o início de seu novo e último mandato aos policiais e militares assassinados durante a tentativa de golpe de Estado que sofreu em 30 de setembro de 2010. “Morreram defendendo o presidente e a democracia”, anotou.
“Por todos eles, suas famílias e suas memórias, continuaremos com essa revolução. Saibam que jamais falharemos com vocês.” Depois de conversar com os jornalistas, o presidente reeleito concedeu uma entrevista exclusiva às televisões públicas do país e logo após se dirigiu ao comitê de seu partido, Alianza País, na zona norte de Quito, para seguir com as comemorações juntos aos militantes.
“Aos que resolveram não nos apoiar neste domingo, digo que as estradas, os hospitais, as escolas são para todos e para todas”, comentou o presidente em tom de ironia. “Podemos ter cometido muitos erros, seguramente, mas conseguimos o principal: aqui já não mandam as oligarquias, os banqueiros, os meios de comunicação, o Fundo Monetário Internacional (FMI) ou os países hegemônicos. Com esta revolução, quem manda no Equador é o povo.”
PS do Viomundo: A questão agora é saber o tamanho da maioria da Alianza País no Congresso.
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