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22/02/2013
A integração latino-americana segue firme e forte
Do Brasil de Fato - 20/02/2013
A convergência de três fatores históricos vem favorecendo o avanço de um movimento de mudanças políticas, econômicas e sociais na América Latina. São eles, as mobilizações populares contra as traumáticas experiências dos governos neoliberais; o acúmulo de frentes de batalha por parte do imperialismo estadunidense; e a manifestação da crise econômica que castiga a Europa e o EUA. Estes três fatores abriram um flanco na correlação de forças internacional que favorece esse conjunto de mudanças em curso na América Latina.
20/02/2013
Editorial da edição impressa 521 do Brasil de Fato
A
colonização de exploração imposta pelo colonizador europeu na América
Latina deixou como herança profundas desigualdades sociais. Caio Prado
Jr. denunciou a atualidade do passado colonial que se materializa e se
reproduz nas estruturas da sociedade brasileira através do latifúndio,
da superexploração da força de trabalho, da industrialização dependente,
do caráter antinacional e antipopular da classe dominante brasileira,
da desvalorização dos elementos da cultura nacional e popular etc. Mesmo
referindo-se à formação social brasileira, podemos afirmar que esta
caracterização é válida, com variações pontuais, para toda a América
Latina.
Na busca de
uma interpretação das formações sociais dependentes que subsidiassem
transformações estruturais, Florestan Fernandes constatou que a grande
maioria dos países de origem colonial sofreu um desenvolvimento
capitalista deformado e que estas formações sociais não passaram pelas
reformas nacionais, democráticas e populares. A reprodução do passado
colonial na América Latina através da manutenção de formas de dominação
arcaicas da classe dominante e da reprodução destas desigualdades
sociais profundas significa, contemporaneamente, reafirmar o
neocolonialismo como destino histórico de nosso continente.
Foi
contra o colonialismo e pela concretização da soberania
latino-americana que em diversos momentos se levantaram os povos de
nossa região. Nesse sentido, a integração latino-americana surge como
expressão do caminho de superação das estruturas coloniais. Disputar o
destino histórico dessa região significa desenvolver o real potencial de
seu povo. É possível afirmar que atualmente a América Latina está
acumulando forças para concretizar esse sonho da integração.
A
convergência de três fatores históricos vem favorecendo o avanço de um
movimento de mudanças políticas, econômicas e sociais na América Latina.
São eles, as mobilizações populares contra as traumáticas experiências
dos governos neoliberais; o acúmulo de frentes de batalha por parte do
imperialismo estadunidense; e a manifestação da crise econômica que
castiga a Europa e o EUA. Estes três fatores abriram um flanco na
correlação de forças internacional que favorece esse conjunto de
mudanças em curso na América Latina
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Esse
movimento de mudanças em curso na América Latina não expressa somente
uma agenda pós neoliberal. Na verdade, o horizonte destas mudanças em
curso é acumular forças para concretizar a integração latino-americana.
Como bem afirma Theotônio dos Santos, a integração latino-americana é um
fenômeno de longa duração e expressão de um destino histórico. Primeiro
foi preciso superar e derrotar uma concepção burocrática e neoliberal
de integração regional que coloca os destinos dos povos nas mãos do
livre mercado.
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É na perspectiva de superar esta concepção neoliberal de integração regional que se insere a derrota do projeto da Área de Livre Comércio das Américas (Alca). O próprio Mercosul foi concebido sob influência dos dogmas neoliberais. Só a partir do surgimento de governos progressistas na região é que o Mercosul começa a ser redirecionado para convergir para outra concepção de integração.(Os grifos em verde negritado são do ContrapontoPIG)
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É na perspectiva de superar esta concepção neoliberal de integração regional que se insere a derrota do projeto da Área de Livre Comércio das Américas (Alca). O próprio Mercosul foi concebido sob influência dos dogmas neoliberais. Só a partir do surgimento de governos progressistas na região é que o Mercosul começa a ser redirecionado para convergir para outra concepção de integração.(Os grifos em verde negritado são do ContrapontoPIG)
Diversas
iniciativas acumulam para a integração latino-americana. A Aliança
Bolivariana para os Povos da Nossa América (Alba), a União de Nações
Sul-Americanas (Unasul) e a Comunidade dos Estados Latinoamericanos e
Caribenhos (Celac) não se restringem a uma concepção de integração
meramente econômica, mas pautam também a integração dos povos e de suas
culturas.
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O imperialismo tenta conter essa integração tentando concretizar um cisma, buscando atrair o Chile, a Colômbia e o México para sua área de influência. Outro elemento importante é a perda de credibilidade por parte da Organização dos Estados Americanos (OEA), que é instrumento dos interesses do império. A tendência é a Celac assumir as funções institucionais que historicamente foram da OEA
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O imperialismo tenta conter essa integração tentando concretizar um cisma, buscando atrair o Chile, a Colômbia e o México para sua área de influência. Outro elemento importante é a perda de credibilidade por parte da Organização dos Estados Americanos (OEA), que é instrumento dos interesses do império. A tendência é a Celac assumir as funções institucionais que historicamente foram da OEA
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Certo
mesmo é que a crise econômica mundial abre espaço para aprofundar a
nossa integração. E a melhor forma de nossos países se protegerem da
crise é aprofundando a integração da região. Uma integração fundada na
soberania econômica e em reformas estruturais na sociedade. Atualmente o
nível de Integração varia dependendo da correlação interna da luta
política de cada país. Esse processo vai se nivelar e aprofundar ainda
mais no momento em que condições objetivas e subjetivas convergirem para
o avanço das lutas sociais na América Latina.
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A
reeleição do presidente Rafael Correa no Equador e demonstração de
força do presidente Chávez ao retornar para Venezuela confirmam que a
integração latino-americana segue firme e forte.
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