13/02/2013
Royalties para Educação: a prioridade de Dilma
Do Blogdo Kotscho - Publicado em 13/02/13 às 12h20
Ricardo Kotscho
A presidente Dilma Rousseff volta nesta
Quarta-feira de Cinzas para Brasília, depois de passar o Carnaval numa
praia isolada da Marinha em Salvador, com uma prioridade na cabeça:
votar até abril a destinação dos royalties do pré-sal para a Educação.
Como todo ano no Brasil só começa para valer na segunda-feira após o Carnaval, a presidente poderá ter logo no dia seguinte, na votação do orçamento, uma ideia de como ficou sua base aliada após a eleição dos novos presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Henrique Alves, que aumentou o cacife do PMDB.
Até hoje de manhã, os articuladores políticos do governo não estavam preocupados com a votação em si do orçamento, que consideram tranquila, quase uma obrigação do Congresso, mas com a reação dos parlamentares diante da liberação de verbas para as suas emendas, que deve acontecer logo, embora com valores inferiores aos que eles gostariam de receber.
Se resolver a questão dos royalties do petróleo, transformando o limão em limonada, é o grande objetivo do governo no campo político, na economia o desafio não é menor: fazer o PIB crescer em torno de 3,5% e não deixar a inflação subir. No primeiro trimestre, o índice da inflação pode passar dos 6%, o que é preocupante, mas há indicações de que as coisas devem melhorar a partir de abril.
"Já está havendo uma reação da economia. Teremos uma super safra agrícola e outros índices que estão chegando também mostram um quadro favorável", me disse um dos interlocutores da presidente Dilma.
O que certamente não será do agrado dela ao voltar à sua mesa no Palácio do Planalto é a informação divulgada hoje pelo jornal "O Globo" dando conta de que o governador pernambucano Eduardo Campos comunicará ao ex-presidente Lula, num próximo encontro que os dois estão agendando, sua decisão de não aceitar a vaga de vice de Dilma e de concorrer ele próprio à Presidência da República em 2014.
Caso se confirme esta posição de Campos, o que levaria o PSB a deixar a base aliada da presidente, muda bastante o cenário da sucessão presidencial. Enquanto o tucano Aécio Neves faz de conta que a corrida sucessária não é com ele e Marina Silva corre atrás de um partido para chamar de seu, mais do que nunca Dilma precisará do PMDB, além de ter que segurar os partidos menores em sua base aliada.
Por isso mesmo,ela tem dedicado parte do seu tempo a conversar com líderes partidários, do PR ao PDT, como começou a fazer antes do Carnaval, e deverá intensificar durante a Quaresma. A grande dificuldade de Eduardo Campos será exatamente encontrar aliados capazes de montar palanques fortes que carreguem seu sonho presidencial para além do Nordeste.
Como sempre, a fidelidade ou a pulada de cerca dependerão dos números da economia. E é no ano que começa na próxima semana que se decidirá quem ficará com quem na sucessão presidencial. Todos sabem disso.
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