20/05/2013
Eike ou Dantas : Privatizar ou Privataria ?
Do Conversa Afiada - Publicado em 20/05/2013
A Kátia, o Bresser e o Delfim são os que melhor defendem o Governo do PT.
‘MP é nova reabertura dos portos’, diz Kátia Abreu
Bruno Villas Bôas
A senadora do PSD-TO, presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), afirma que a MP dos Portos, aprovada no Congresso, pode reduzir em 35% o custo do transporte de grãos no país
Estados como Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Pará, Bahia e Piauí produzem 53% da soja e milho do país. São 54 milhões de tonelada de grãos. Mas apenas 14% dessa produção são embarcados por portos do Norte e Nordeste do país, como Itaqui, no Maranhão, e Belém, no Pará. O grosso da carga é transportada em caminhão até Paranaguá e Santos. Isso acontece porque não existe capacidade nos portos do Norte e Nordeste para embarcar grãos. Não houve licitação e investimento nos portos públicos. Com a lei e portos privados, isso muda. Somente um projeto de porto privado, em Belém, vai duplicar a capacidade de embarque de grãos na região Norte. A safra produzida no Tocantins pode deixar de percorrer 2 mil Km até o Porto de Santos e passar a percorrer 800 Km de distância até um porto privado em Belém, por exemplo. O custo do transporte desses grãos por rodovias vai cair em 35%. É uma diferença enorme.
NAVALHA
O PiG (*) ainda não se conformou com a retumbante derrota na MP dos Portos.
Como perderam irremediavelmente o Daniel Dantas, o Eduardo Campriles e o Pauzinho do Dantas.
Porém, o PiG tenta carimbar algumas manchas na vitória da Presidenta Dilma.
Uma das manchas é chamar o sistema de concessões de “privatização”.
Como se o que a Dilma e o Lula fizeram nas rodovias e ferrovias pudesse ser comparado à Privataria, essa, sim, a consumação do processo de privatização dos tucanos.
Foi a Privataria Tucana que deu a Daniel Dantas a exploração em forma de capitania do ancoradouro que existe na cidade de Santos.
Se dependesse do Eduardo Cunha, do Pauzinho e do Campriles, ele ficava lá o resto da vida sem ter botado um tusta no negócio.
Outra esperteza do PiG é opor o Eike Batista ao Daniel Dantas.
Toda vez que o nome de Daniel Dantas sai da caverna em que o PiG e a Big House o encerram, aparece, ao lado dele, como se fosse pecador dos mesmos pecados, o Eike Batista.
O PiG quer fazer do Eike Batista o Daniel Dantas do Lula.
Assim como, antes, opunha o Roger Agnelli ao Sergio Gabrielli.
O Agnelli, na Vale, era um jenio da iniciativa privada (?) e o Gabrielli, coitado, um comissário na Petrobrás.
O Anselmo Fróis e o colonista (**) dos muitos chapéus têm uma certa predileção pelo Eike, uma ideia fixa.
O de muitos chapéus, por exemplo, se considera o curador da obra da Lota Macedo Soares.
Depois de guardião dos bilhetes do Major Heitor Aquino, ele, agora, é o André Malraux do Aterro do Flamengo.
É o jogo maniqueísta que o PiG tenta re-aplicar.
Me dá um Daniel Dantas eu que te dou um Eike Batista.
Ou como disse alguém do Anselmo Fróis, como poderia dizer do de muitos chapéus: o Daniel Dantas é Chapeuzinho Vermelho e o Eike Batista, o lobo mau.
Como, no passado, o Agnelli era a reencarnação do Henry Ford e o Gabrielli, do João Gurgel.
Este ansioso blog já mostrou que Eike não é Dantas.
Dantas gosta de entrar nos negócios sem botar um tusta.
É a especialidade dele.
De montar teias societárias com a ajuda do PG e da Justiça, para desqualificar sócios e concorrentes.
Não é o jogo do Eike.
Assim como o sistema de concessão da Dilma e do Lula não se compara à deslavada Privataria que deu a telefonia ao Dantas e a malha ferroviária do Nordeste ao Benjamin Steinbruch.
Steinbruch arrematou o Nordeste em troca de um benefício fiscal: sem dinheiro novo, sem botar um tusta.
Deu no que deu.
A telefonia brasileira é um desastre ferroviário.
E a ferrovia Transnordestina um desastre telefônico: não anda por causa dos “aditivos” que o Steinbruch reivindica a cada ½ quilômetro.
Como sair dessa ?
A SECOM deveria prestar um serviço à sociedade brasileira – e ao Governo e aos partidos que apoiam o Governo, especialmente ao PT.
E esclarecer que a Dilma não faz Privataria.
Nem o Eike é o Daniel Dantas.
Mas, como se sabe, a SECOM, essa aberração que o Brasil importou do regime militar e do Mussolini, o que faz é engordar a Globo, com critérios absolutamente técnicos.
E o PiG se esbalda.
O Governo podia, ao menos, pedir à insuspeita Kátia Abreu para ir ao horário nobre defender a MP dos Portos.
Antes que os Eduardos o façam.
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
(**) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (*) que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.
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