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23/05/2013
JOAQUIM CAI NO CALDEIRÃO
Blog Palavra Livre 23/05/2013
Por Davis Sena Filho
Hoje,
em Brasília, durante 15 minutos, o herói da direita brasileira, juiz Joaquim
Barbosa, concedeu entrevista ao garoto-propaganda global e "bom moço"
da burguesia e da classe média brasileira, o "saltibanco" e
empresário Luciano Huck.
Huck
é o considerado pelos controladores do sistema de consumo e pelo cidadão
mediano brasileiro um self made man.
E o garoto da Globo sabe que se comunica com uma das classes
médias mais complexada, pedante e preconceituosa do mundo, e que, por
ignorância e arrogância, adere, sem raciocinar, aos valores e aos princípios de
uma burguesia que sempre vai barrá-la em seus bailes.
Porém,
esses pobres infelizes e vítimas de seus enganos jamais vão aprender que
nunca vão ser ricos e muito menos serão convidados para frequentar os salões de
nossa burguesia entreguista, subserviente, portadora de um gigantesco complexo
de vira-lata, ao tempo que herdeira legítima da escravidão.
Joaquim
Barbosa também tem esses valores fúteis, frugais, sedimentados em uma vaidade
vã e em uma prepotência e arrogância que não dignificam o exercício do Direito
e de seu cargo nomeado, que requer sabedoria e humildade, realidades que tal
cidadão não as possui e nunca as vai possuir.
O
condestável juiz se considera também um self
made man, ou seja, aquele que se fez por si só, o que não é
verdade. Huck, antes da fama, já era rico, e Joaquim teve todos os meios para
ascender socialmente, principalmente com a ajuda do estado brasileiro, onde ele
fez sua carreira e conseguiu chegar onde chegou ao ser nomeado pelo
ex-presidente Lula, que queria um negro no STF.
Joaquim
Barbosa é o legítimo filho do estado nacional, com a verve da UDN e o
palavreado agressivo de Carlos Lacerda. Picado pela mosca azul, trilha por
caminhos até então repletos de obstáculos, no que tange ao juiz ter as portas
abertas pelos figurões da iniciativa privada. Cientes da luta política que
travam com os governos trabalhistas do PT, a imprensa privada e seus aliados do
PSDB perceberam, rapidamente, que o juiz autoritário e sem educação no trato
com as pessoas poderia se transformar em seu Batman midiático, um símbolo da luta contra a
corrupção, e um instrumento de luta política contra aqueles que vencem, nas
urnas, as eleições presidenciais há onze anos.
Tal
juiz rasgou a Constituição, o Código penal e ignorou os autos dos processos
relativos ao mentirão, mesmo com provas contundentes, a exemplo dos recibos
apresentados pelos réus, que comprovaram que as transações eram regulares e
legais. Um dia esse juiz vai ter de responder por seus atos e injustiças,
constitucionalmente e na forma da lei.
Só
que o juiz Joaquim Barbosa, criador contumaz de crises artificiais tal qual seu
colega, juiz Gilmar Mendes, está resoluto em adiar propositalmente as questões
sobre o mentirão para 2014, ano eleitoral, a fim de favorecer o campo da
direita, como aconteceu com o julgamento do mentirão exatamente no decorrer das
eleições de outubro do ano passado.
Foi
uma estratégia açodada da direita para desgastar o PT e o Governo trabalhista,
bem como uma "arma" para atingir o ex-presidente Lula e a presidenta
Dilma, e, consequentemente, quiçá, conquistar dividendo eleitoral, fato este
que realmente não ocorreu, como comprova a eleição do petista, Fernando Haddad,
para prefeito da cidade de São Paulo.
Eis
que o Luciano Huck, o garoto-propaganda, o genro que os pais da classe média
rancorosa, consumista e ignorante querem para casar com suas filhas, resolve
fazer um "documentário" e um de seus personagens, ao que parece, é o
global e midiático juiz picado pela mosca azul, o "senhor da razão",
Joaquim Barbosa, o Batman encapuzado e o herói de uma classe média e de uma
imprensa alienígena que há pouco tempo o odiava, pois ele teimava em discutir,
e ferozmente, com até então ídolo dos reacionários brasileiros, o condestável
juiz Gilmar Mendes.
Só
que ninguém sabia ou imaginaria que as crises apopléticas, a falta de educação,
a gritaria e a total ausência de compostura do juiz temperamental eram
decorrentes, na verdade, de ciúmes, porque, ao que parece, Joaquim tinha inveja
de Gilmar, pois queria também ser paparicado e "idolatrado" pelo
sistema midiático de negócios privados pertencente à nossa burguesia herdeira e
saudosa da escravidão e da ditadura militar.
Luciano
Huck, um tucano alienado e que confunde seu programinha televisivo chamado de
Caldeirão com a dura realidade dos brasileiros despossuídos pela sorte ou por
décadas de abandono do estado burguês e patrimonialista, pensa, em sua “ingenuidade”
e ignorância política que os governos trabalhistas estão a brincar com as
realidades e as desigualdades brasileiras. Afinal, o dono do caldeirão se
informa nos jornais da TV Globo e nas publicações da Veja, da Folha e do
Estadão.
Por
seu turno, sem sombra de dúvida, não são órgãos adequados e confiáveis para
informar sobre o Brasil, porque simplesmente esses meios de comunicação se
recusam a mostrar o País, bem como não repercutem as conquistas sociais e
econômicas do povo brasileiro, que os ajuda a enriquecer, pois compra seus
produtos de péssima qualidade editorial.
Contudo,
torna-se imperativo que essa direita com cara de Miami entenda,
definitivamente, que o PT e seus governos trabalhistas fazem política de
estado, a exemplo da recuperação do salário mínino, das escolas técnicas, das
universidades, do Enem, do Bolsa Família, do advento dos PAC 1 e 2 e da
recuperação constante da infraestrutura do País, abandonada a décadas por
políticas irresponsáveis efetivadas pelos militares e pelos tucanos, que
venderam o Brasil e foram pedir esmolas três vezes ao FMI, de joelhos e com o pires
nas mãos, porque quebraram o Brasil três vezes. Simples assim.
Luciano
Huck, aquele "artista" que pensa, equivocadamente, que seu
"caldeirão" de enganos e fantasias é exemplo de cooperação e
solidariedade para com as pessoa necessitadas ou não, incorre em grave erro.
Tal capitalista, porta-voz de banqueiros por meio de comerciais, não passa de
um embuste, que tenta lograr simpatias às causas políticas e econômicas da
nossa "elite" perversa, que confunde o assistencialismo típico dos
conservadores com os programas sociais efetivados por políticos e técnicos
vinculados ao PT ou não.
Políticas
sociais e econômicas que mexeram, de fato, com as estruturas de nossa
sociedade, pois retirou da pobreza cerca de 30 milhões de pessoas e levou às
classe C e D mais de 40 milhões de pessoas, a fortalecer, a partir dessa
realidade, o mercado interno brasileiro, responsável maior pelo o Brasil não
sentir com tanta força e ênfase a crise internacional, que, desde 2008, abala
os países mais poderosos do mundo, tão apreciados e admirados pelos nossos
burgueses colonizados e subservientes aos ditames dos interesses estrangeiros.
O
neoliberalismo fracassou. As economias dos países desenvolvidos foram
"derretidas", os órgãos de espoliação internacional como o FMI, o
Bird, a OMC e a ONU estão, aos poucos, a mudar suas estratégias globais no que
concerne à economia, ao rígido controle do sistema bancário e às receitas
neoliberais que levaram à falência países de grande expressão como a Argentina
e que deixou o Brasil e seu povo em condições pré-falimentares.
E
a nossa direita, violenta, insensata e cínica, insiste em defender o que não
deu certo, o que não se justifica e o que não se aplica por razões tão óbvias
que não é necessário ser um economista genial para perceber que o neoliberalismo
era um sistema de pirataria e rapinagem, que desregulamentou a economia, bem
como foi um fracasso retumbante no que diz respeito ao que é humano, justo e
honrado.
Luciano
Huck é um playboy que está a "brincar" de ganhar dinheiro com a miséria,
a dor alheia ou simplesmente desejo e sonho de consumo de quem o assiste e vai
ser "premiado", por intermédio de seu assistencialismo barato que não
mexe nas estrutura, pois um paliativo.
Joaquim
Barbosa e Gilmar Mendes adoram esse mundo de fantasia, reprise dos parques de
diversões de Orlando (EUA), pois valorizam o status quo e a vaidade de se
considerarem acima dos mortais. O juiz Joaquim alcançou o Olimpo e entrou nas
graças da burguesia global. Esses juízes se transformaram em estrelas midiáticas,
sem quaisquer preocupações com a discrição, a reclusão e o silêncio, postura
obrigatória que qualquer juiz deveria ter.
Se
Joaquim Barbosa quer ser político, candidato ou ator, ou qualquer coisa que o valha,
que ele peça o boné e vai lutar pelo o que quer e deseja. A sua atuação no
mentirão foi lamentável, bem como as atividades "extracurriculares"
do juiz Gilmar Mendes, que envergonham o Judiciário. Não deve também esquecer
que o procurador-geral, Roberto Gurgel, "sentou" em processos que não
interessavam ao campo da direita, pois deixariam muitos de seus membros em evidência,
bem como, de forma antagônica, o PGR Gurgel fez questão de deixar público e
notório os processos que envolviam os políticos do PT.
Para
dar um único exemplo de tantos outros processos que povoam o imaginário
da
sociedade, os escaninhos do Judiciário e os noticiários a imprensa de
mercado,
até hoje o mensalão do PSDB não tem data para começar a ser julgado pelo
STF. E
tão cedo não vai ser lembrado pelas manchetes dos jornais dos barões da
imprensa corporativa. Afinal, o Supremo é composto por muitos juízes
conservadores e que adoram ser globais. Joaquim é o Batman; Huck é o
Robin. A direita seria capaz de lançá-los a uma candidatura
presidencial. O problema é o caldeirão, um dia,
entornar.
É isso aí.
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