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18/12/2013
Proposta tucana torna inviável o Mais Médicos
Do Brasil 247 - 18 de Dezembro de 2013 às 08:29
Ao lançar uma agenda com 12 pontos para
o Brasil, o senador Aécio Neves foi mais aplaudido quando se referiu ao
programa Mais Médicos, que foi lançado pela presidente Dilma Rousseff e
vem sendo apoiado pela população; senador disse que o PSDB permitirá o
trabalho de médicos cubanos no país, "mas eles receberão os R$ 10 mil,
porque não financiaremos uma ditadura a partir de um projeto de saúde";
proposta, na prática, jamais seria aceita pelo governo cubano, que não
permite a contratação direta dos profissionais e também atua para evitar
altos índices de desigualdade social
“Claro que vamos permitir a permanência dos médicos. Queremos médicos se não tivermos médicos suficientes, mas receberão aqui os 10 mil reais", disse o senador, referindo-se ao modelo de remuneração atual, em que os recursos são repassados pelo governo brasileiro a Havana e, depois, pagos aos médicos. "Não financiaremos uma ditadura através de um projeto de saúde”, disse Aécio, no momento em que foi mais aplaudido por seus aliados.
O problema é que a proposta tornaria o Mais Médicos praticamente inviável, uma vez que o sistema cubano não permite que os médicos exportados sejam remunerados diretamente por quem os contrata.
Quem explica é o jornalista Hélio Doyle, especialista no tema e em questões ligadas a Cuba:
"Cuba
é um país socialista e por isso, gostemos ou não, as coisas não
funcionam exatamente como em um país capitalista. Como é um país
socialista, há a preocupação de manter baixos os índices de desigualdade
econômica e social. Por isso nenhuma empresa ou governo estrangeiro
contrata trabalhadores cubanos diretamente, em Cuba ou no exterior
(nesse caso quando a contratação é resultado de um acordo entre
estados). Todos são contratados por empresas estatais que recebem do
contratante estrangeiro e pagam os salários aos trabalhadores, sem
grande discrepância em relação ao que recebem os que trabalham em
empresas ou organismos cubanos. Os médicos que trabalham no exterior
recebem mais do que os que trabalham em Cuba. Mas algo como nem muito
que seja um desincentivo aos que ficam, nem tão pouco que não incentive
os que saem." (leia mais aqui sobre o tema)
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