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Do jornalGGN - seg, 30/12/2013 - 11:42
- Atualizado em 30/12/2013 - 11:42
Do site Tijolaço
29 de dezembro de 2013 | 07:38
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Autor: Miguel do Rosário
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O que está sendo preparado pelo governo, pelos partidos, pelas
organizações civis e pela mídia para que o passado não seja esquecido?
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A coincidência com ano eleitoral, Copa do Mundo, e prováveis
protestos de rua, nos dá a chance de forçarmos o Brasil a fazer o que
até hoje nunca fez: politizar o debate sobre o golpe de 64. Por que ele
aconteceu? Quem se beneficiou? Quem são os herdeiros do golpe?
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Seria um belíssimo presente à democracia brasileira, por exemplo,
se a Lei da Anistia fosse revista.
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Não para prender velhinhos, mas para darmos uma satisfação política a nós mesmos, enquanto povo.
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Não para prender velhinhos, mas para darmos uma satisfação política a nós mesmos, enquanto povo.
Não se anistia tortura. Não se anistia golpe.
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Sobretudo, é preciso lembrar à sociedade que o que vivemos não foi
nenhuma “ditabranda”. Vivemos um período de ruptura democrática,
truculento e sinistro, que abortou o sonho de milhões de brasileiros. O
golpe serviu para ampliar a desigualdade de renda, achatar o salário dos
trabalhadores, e esmagar as esperanças de setores organizados de
construir um país mais justo.
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Não há nada de brando no esmagamento do sonho de centenas de
milhões de cidadãos e na violação da normalidade democrática, com a
instalação de um regime militar de exceção que, paulatinamente,
aniquilou todas as liberdades no país.
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Não há nada de brando na ruptura brutal de toda uma série de
estudos e pesquisas acadêmicas e científicas em curso no país, nas
universidades, quase todas abandonadas por causa de uma repressão
estúpida e paranóica.
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O Brasil, especialmente a nossa juventude, precisa ser melhor
informado sobre o que aconteceu. A ditadura trouxe corrupção, miséria e
degradação institucional. A origem do sucateamento dos serviços públicos
está na ditadura. O problema da corrupção política também tem raízes no
período de exceção, porque era um tempo sem liberdade de imprensa, sem
instituições de controle e com chefes políticos exercendo cargos
administrativos importantes de maneira quase totalitária. Quem ousaria
acusar o diretor de uma estatal de corrupção, sendo o mesmo um coronel
ou general com poder de mandar prender o acusador por “subversão”?
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Precisamos conhecer melhor a história da construção do golpe. Como
ele foi gestado, como foi a campanha midiática que o preparou? As
passeatas que antecederam o golpe também merecem ser objeto de mais
estudo, até porque a mídia, a mesma mídia que apoiou o golpe, prossegue
até hoje tentando organizar protestos “espontâneos” para derrubar forças
populares.
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