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27/12/2013
A verdade que a burguesia e a direita não querem ver e aceitar
Por Davis Sena Filho
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O Partido dos Trabalhadores é integrado por
vários grupos políticos, muitos deles de força ideológica socialista,
comunista, que se dividem em subgrupos considerados radicais. Eles desejam uma
solução política que ao menos domestique o capitalismo selvagem que viceja no
Brasil, um sistema econômico não filosófico, mas que apenas tem por finalidade
primordial favorecer o lucro em detrimento da maioria da população de qualquer
país.
Contudo, apesar de o PT ser um partido de
esquerda e, mais do que isto, ocupa majoritariamente e politicamente o espaço à
esquerda do espectro ideológico no Brasil, a agremiação política mais poderosa
da América Latina é, na verdade, um partido reformador e não revolucionário,
como muitos socialistas queriam, inclusive eu, o autor deste artigo.
O PT é um partido transformador, e,
consequentemente, apresentou nas eleições ao povo brasileiro um programa de
governo e um projeto de País que viabilizasse as mudanças esperadas há décadas
pela sociedade. Válido é salientar que desde o último governo do estadista
trabalhista Getúlio Vargas o Brasil e seus consecutivos governantes se
recusaram a mexer nas estruturas de um País agrário que foi edificado por
intermédio do trabalho escravo e que tem uma das "elites" mais
perversas e violentas do mundo.
Uma classe social abastada e que domina os
meios de produção e controla um sistema midiático, que desestabiliza até mesmo
governos trabalhistas, a exemplo de mandatários populares como Lula e Dilma
Rousseff, que ano após ano têm de enfrentar todo tipo de acusações, muitas
delas levianas, e denúncias vazias, que jamais são comprovadas, porque
similares a tiros na água, cujo propósito é apenas causar confusão à sociedade,
principalmente aos grupos sociais conservadores, como as classes médias alta e
tradicional, altamente sugestionáveis, além de serem reacionárias e
preconceituosas por natureza.
São grupos sociais conservadores e que ainda
não entenderam que o Brasil mudou, porque acreditam nos valores e nos
princípios de uma burguesia minoritária, colonizada há séculos, que igualmente
não conhece o poderoso País sul-americano, além de não se importarem com as
condições de vida da maioria do povo brasileiro. Equivocadamente, consideram-se
parte das "cortes", retratadas nos Estados Unidos e na Europa Ocidental.
São pequenos burgueses que sonham algum dia participar do baile dos ricos,
serem sócios de seus clubes, porque carregam em seus espíritos a vã esperança
de não serem barrados nas portas de suas mansões.
Equivoca-se, redondamente, a classe dominante
quando pensa em retrocesso político, a fim de eleger candidato conservador que
conquiste a cadeira da Presidência da República e comece a trabalhar em prol
dos interesses do establishment, e, por seu turno, continue a manter o status
quo intacto, como se o povo brasileiro não soubesse que com a ascensão dos
trabalhistas e socialistas ao poder a sua condição de vida não tivesse
melhorado, realidade esta que sem sombra de dúvida é notada por qualquer
pessoa, por mais alienada que ela seja. As condições de vida do brasileiro
melhoraram em todos os sentidos.
É evidente que tem muito trabalho a realizar
e, por sua vez, fazer com que o Brasil seja mais igualitário, solidário e
viabilize as oportunidades a todos os brasileiros, independente de suas origens
ou classes sociais. O povo deste País sabe disso e por causa dessa compreensão
a virtual candidata do PT é a favorita em todas as pesquisas até agora
divulgadas pelos meios de comunicação de direita e que efetivam há 11 anos
oposição sistemática aos governos populares do PT, que, como afirmei
anteriormente, são de caracteres reformistas e não revolucionários. Ponto.
Mesmo assim a direita brasileira é tão
reacionária, sectária e egoísta que luta, com todas suas forças, para que os
milhões de brasileiros mais pobres não se emancipem. Essa realidade acontece
porque somos uma sociedade patriarcal, casuística, autoritária e de passado
escravocrata, que impinge valores e conceitos terrivelmente bárbaros e de
conotação fascista, que estão enraizados na alma e na mente das classes médias
e ricas, sendo que a primeira é a caixa de ressonância dos grupos dominantes
deste País e por isto difundem tais condutas e pensamentos reacionários, que na
verdade visam, efetivamente, manter por tempo indeterminado o status quo e a
dominação social e econômica sobre os pobres e os trabalhadores.
A verdade é que o PSDB se chama Partido da
Social Democracia Brasileira. Mas quem é social democrata, por ser reformista,
é o PT. O partido dos tucanos é de direita, aliado à direita patrimonialista e
porta-voz dos conservadores nos fóruns públicos, a exemplo do Congresso, do STF
e do Ministério Público Federal. Esta poderosa direita tupiniquim, uma das mais
influentes do mundo, não quer reformas, como não as quis quando derrubou o
grande presidente trabalhista João Goulart, o Jango, e conspirou contra o
estadista Getúlio Vargas, até a sua morte trágica em 1954.
A direita brasileira é escravocrata e a
efetivação de simples reformas propostas pelos governos trabalhistas causa a
ela um sentimento de perda. Não a perda de seu dinheiro e do patrimônio
amealhado ou acumulado no decorrer de décadas ou até mesmo séculos. É um
sentimento mais profundo, que remonta historicamente o sentimento de posse e
domínio sobre seres humanos. É terrível e muito complexo enfrentar essas
questões tão enraizadas na sociedade brasileira, que atinge, inclusive, os
corações e as mentes da classe média de pele branca e valores morbidamente
capazes de deixar uma pessoa que preza a igualdade e a democracia com o queixo
caído, porque se trata de gente que, indelevelmente, é empregada dos ricos por
toda sua vida.
O PT e seus membros são diuturnamente
desqualificados e desconstruídos pelo establishment em forma de mídias,
notadamente a imprensa de negócios privados, setor este que sonega impostos e
deve muito dinheiro ao poder público. Essa realidade acontece porque o PT e
seus governos romperam os paradigmas estabelecidos há séculos pelas oligarquias
inquilinas da Casa Grande.
São "elites" que não conseguem
conviver com a igualdade entre as pessoas, porque se acham superiores, quiçá
pessoas tão "formosas" e "superiores" que se consideram
diretamente "escolhidas" por Deus para receberem todos os benefícios
e privilégios que a vida pode dar, mesmo se muito de suas riquezas e prazeres
são originários do trabalho duro dos trabalhadores brasileiros.
É inaceitável viver em um País onde campeia a
desigualdade. Para reverter este quadro lúgubre e nefasto, necessário se torna
concretizar ferramentas e instrumentos que viabilizem a ascensão social,
econômica e financeira dos pobres e dos desvalidos, bem como dos pequenos
empreendedores, pois são eles os responsáveis maiores pela criação dos postos
de trabalho no Brasil. Os governos trabalhistas de Lula e Dilma Rousseff estão
a investir pesadamente em educação, pesquisa, infraestrutura e também em saúde.
Entretanto, nada é divulgado nas mídias
mercantilistas e ditatorialmente controladas por magnatas bilionários que não
têm o menor compromisso com o Brasil e seu povo. O PT e seus aliados vão ter de
mostrar suas ações e realizações por intermédio do horário eleitoral gratuito,
bem como responder à altura toda denúncia vazia, acusações infundadas e ataques
ferozes que visam confundir para manipular a verdade e a realidade perante o
eleitor, que é o cidadão brasileiro.
O PT luta pela cidadania plena dos
brasileiros, mas está a pagar um altíssimo preço ao enfrentar o establishment,
retratado em instituições ainda "pertencentes" à Casa Grande, a
exemplo do STF, da PGR e de setores da Polícia Federal, além, evidentemente, da
forte oposição da imprensa de mercado e de partidos conservadores como o PSDB.
As reformas dos trabalhistas são as verdades que a burguesia e a direita não
querem ver e aceitar. É isso aí.
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