14/12/2013
O Judiciário e o MP são petefóbicos, pois o PT é o problema deles
Por Davis Sena Filho
Eugênio José Guilherme de
Aragão, vice-procurador-geral eleitoral, afirmou à IstoÉ: “(...) Toda ação de
um ser humano é seletiva. Você tem de optar sempre. (...) Na verdade, um
procurador pode investigar um caso porque envolve pessoas importantes. Ou
porque o caso é mais grave. Ou porque irá prescrever logo se não for
investigado. O problema é que hoje não existem critérios objetivos nessas
escolhas”.
O procurador eleitoral nos
brindou com várias pérolas, que, no entanto, muitos brasileiros sabem ou
desconfiam como a banda toca pelos lados dos juízes togados e os procuradores
xerifes. A verdade é que Eugênio Aragão fez assertivas sobre as realidades de
promotores e juízes, a grande maioria filha da classe média tradicional e da
classe média alta. Como seres humanos que são, trazem consigo preconceitos e
intolerâncias de classe social, raciais, ideológicos e políticos. Ponto.
Muitos desses homens e
mulheres não conhecem as realidades sociais e as dificuldades econômicas e
financeiras do povo brasileiro, são politicamente conservadores e,
consequentemente, agem e atuam como políticos, porque todo ser humano, até os coxinhas
reacionários e alienados, que se dizem “apolíticos” e “apartidários” sabem por
instinto o que querem. E o que essa gente na quer é inclusão social, a independência
e autonomia do Brasil e a emancipação do povo brasileiro.
Eugênio Aragão continua: “(...)
A maioria dos integrantes do MP é formada por brasileiros de classe média, que
pensam como cidadãos de classe média, leem a nossa mídia e fazem parte dessa
corrente de opinião. (...) Nos debates internos, você pode notar que há, no
máximo, 30 ou 40 pessoas especialmente engajadas contra o PT. São petefóbicos.
Mas a maioria é silenciosa e não expõe. Está preocupada com a qualidade de seu
trabalho”.
Ledo engano, os petefóbicos,
como bem o define o procurador, são os que fazem estardalhaços publicitários e
tentam politicamente parar, irresponsavelmente, obras como as da transposição
do Rio São Francisco ou a da construção da Hidrelétrica de Belo Monte, dentre
inúmeras obras que foram paralisadas e depois retomadas no decorrer dos últimos
11 anos com prejuízos para o País e a população, bem como desgastaram o Governo
trabalhista, constantemente atacado pelos donos das mídias de mercado, que são
os magnatas bilionários da imprensa corporativa.
Toda pessoa com um mínimo de
discernimento sabe disso. Não tem como não sabê-lo. O resto é fingimento de
gente hipócrita e cínica e que manipula e tergiversa a realidade que se
apresenta para dar razão a seus propósitos políticos e econômicos
conservadores, de direita, e divorciados dos interesses do povo brasileiro. Só
isso. Há muito tempo afirmo que o MP e o Judiciário são os últimos redutos das
nossas “elites” carcomidas pelo tempo e corrompida por sua ganância e
perversidade.
Não existe a possibilidade
de tergiversar sobre esses fatos: A PGR (MPF), o STF e o STJ se transformaram,
institucionalmente, em casamatas ou fortificações dos interesses da burguesia e
dos partidos de direita e se dispõem a fazer o jogo político desses grupos
sociais, que controlam a economia brasileira há 513 anos e que consideram o
Partido dos Trabalhadores o inimigo a ser derrotado, destruído e aniquilado,
porque se atreveu a conquistar a Presidência da República e a governar de forma
republicana, a dar como primeiro passo cuidar dos mais pobres e dos que sempre,
gerações após gerações, foram abandonados pelos poderes públicos, pois sempre
voltados para atender aos interesses e aos desejos de nossas “elites”
patrimonialistas. (Grifos em verde negritado são do ContrapontoPIG). Lula e Dilma deram visibilidade aos que nunca tiveram voz e
força de reivindicação.
Governar é cuidar dos mais
pobres, dos mais fracos e dos que podem menos. É dessa forma que se alcança a
isonomia entre os cidadãos de uma nação. Isonomia é igualdade, ou seja, acesso
às oportunidades de crescer e se desenvolver. Justiça social. Ponto. A burguesia
e seus porta-vozes e representantes nas esferas estatais e civis lutam contra a
ascensão financeira e social das classes populares e se incomodam profundamente
quando tem de compartilhar ou conviver com pessoas desses segmentos, pois a
intolerância e o preconceito são o que movem os nossos burgueses e pequenos
burgueses e a mistura disso tudo é o combustível do ódio.
Eis que o juiz do STF, o
condestável e agressivo Gilmar Mendes dá outro piti, mais um para sua enorme
coleção de grosserias e de opiniões açodadas e descabíveis a um juiz que
deveria se calar quando vai decidir sobre o destino das pessoas, como o faz
todo juiz sensato para não influenciar o julgamento e não ser influenciado. O
substantivo ponderação ou o verbo ponderar são palavras que inexistem no dicionário
dele, o juiz nomeado pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso – o Neoliberal
I, aquele senhor que governou para os ricos, deveras incompetente, que vendeu o
Brasil e mesmo assim foi ao FMI três vezes, de joelhos e com o pires nas mãos,
porque quebrou o Brasil três vezes.
Sempre açodado,
politicamente defensor de causas antipopulares e ideologicamente de direita, o
juiz mais uma vez em sua magistratura já de triste memória gritou no plenário
do STF, com a fúria de sempre e a demonstrar sua vocação ditatorial. Gilmar
Mendes não age como juiz e, sim, como promotor. É a sua origem.
O magistrado, inconformado
com a opinião e a votação de colegas que querem o fim do financiamento privado
para campanhas eleitorais, afirmou categoricamente e sem um mínimo de ética que
a proibição de as empresas financiarem as campanhas dos partidos vai beneficiar
o PT, como se o partido estivesse no poder há 100 anos. Um absurdo! A total
falta de escrúpulo, pois se trata de uma mentira para inglês ou coxinha ver.
O condestável juiz, na
verdade, quer manter as coisas como estão, porque a direita partidária, à
frente o PSDB, o DEM e o PPS vai ser prejudicada, pois são os políticos
conservadores que representam o status quo, o establishment e a intimidade
deles com os homens do capital remonta à chegada de Pedro Álvares Cabral no
Brasil.
Balela e manipulação na
veia, mas a mentira tem perna curta e, sem sombra de dúvida, os juízes que vão
votar pelo fim do financiamento privado às campanhas eleitorais vão explicar
direitinho o porquê de os partidos serem financiados pelo poder público. É mais
democrático, isonômico e justo, porque elimina o favorecimento do candidato que
tem apoio do poder econômico e depois fica submetido aos interesses
empresariais, porque lhe deve favores. A direita ama o privilégio, como o
mentiroso ama a mentira.
O MPF e o STF se
partidarizaram e muitos de seus juízes e promotores fazem política ao invés de
defender a sociedade e julgar, de forma isenta, aqueles que porventura
cometeram malfeitos contra o povo. O que dizer então de promotores,
principalmente aquele do Ceará, que todo ano tenta sabotar o Enem, sendo que,
uma vez, ele pediu o fim do exame e deixou setores da sociedade brasileira desconfiados,
pois parecia que ele estava a defender os interesses dos cursinhos
pré-vestibulares e das escolas e faculdades privadas. É o ódio da direita à
inclusão dos mais pobres, bem como sua vocação para o sectarismo.
E os casos dos mensalões do
DEM e do PSDB, que foram propositalmente desmembrados e, consequentemente, os
processos tramitam de maneira lenta, a permitir que o mensalão tucano possa
prescrever e que o do DEM caia aos poucos no esquecimento, porque o
ex-governador cassado do DF, José Roberto Arruda, que foi preso e está solto pretende
disputar uma cadeira na Câmara Legislativa do DF.
Arruda responde a processo
em tribunal de primeira instância. Como seu processo foi desmembrado, o prazo
de seu término não foi definido. Não tem como. Se o ex-governador do DEM for
eleito, José Roberto Arruda vai poder recorrer à instância superior. Enquanto
isso, o “mensalão” do PT nunca foi comprovado, os processos não foram
desmembrados e políticos históricos do partido foram condenados à prisão. É a
Justiça do um peso e duas medidas e que para milhões de brasileiros não tem
credibilidade. Por uma reforma do Judiciário já!
O PT não conseguiu ainda
romper o status quo, porque mesmo a estar no poder setores como o Judiciário e
o Ministério Público Federal ainda são ocupados por pessoas contrárias a políticos
eleitos pelo povo e que estabeleceram para suas agendas políticas a
distribuição de riqueza e renda, assim como a inclusão social. Muitos desses
juízes e promotores não conhecem de fato a sociedade e muitos menos querem
saber como vivem as pessoas que estão em situação de risco, inclusive o
alimentar.
O Partido dos Trabalhadores
tem de voltar a ser estilingue e pedra, porque somente no papel de vidraça vai
ficar impossibilitado de efetivar o programa de governo e o projeto de País
apresentado ao povo nas eleições, que elegeu Lula e Dilma Rousseff. Os juízes e
os promotores profissionalmente são técnicos do Direito e não políticos eleitos
para soberanamente e constitucionalmente governar.
O STF e o MPF se
partidarizaram e quando podem criminalizam a política, com o apoio da imprensa
meramente de negócios privados, alienígena, pois de caráter entreguista e
totalmente sem compromisso com os interesses do País. A burguesia brasileira
morre de saudade da Guerra Fria, tempo em que se aproveitava da neurose
ideológica para perseguir a esquerda e calar seus políticos e militantes.
Porém, esse tempo acabou e vencer o PT somente por meio de golpe, o que não vai ser possível, como gostariam muitos togados e xerifes em plena vigência da Constituição e do estado democrático de direito. O Judiciário e o MPF são de direita e lutam no lugar dos empresários e dos partidos políticos conservadores para dominar o estado e evitar que governantes trabalhistas continuem no poder. Não foi assim com Getúlio Vargas, João Goulart e Leonel Brizola? O PT vence, mas tem de deixar de ser apenas vidraça, apesar dos procuradores e juízes petefóbicos, como afirmou Eugênio Aragão. É isso aí.
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