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09/02/2014
Os sabotadores internacionais de olho no Brasil
Tijolaço - 9 de fevereiro de 2014 | 13:55 Autor: Miguel do Rosário
Autor Miguel do Rosário
A gente tem de tomar muito cuidado com o noticiário econômico, porque o poder de destruição do capital internacional sobre a nossa economia, infelizmente, ainda é muito grande.
Hoje eu topo com matéria na Folha, falando do declínio da entrada de capital especulativo no Brasil. Ela traz gráficos alarmantes.
Como se diz por aí: alarmantes… só que não.
Esse dinheiro é especulativo. Não cai no bolso de ninguém. Gera renda apenas para algum bilionário instalado em Nova York. Em termos de capital estrangeiro, o importante é o dinheiro que vem com fins de permanecer no longo prazo, o investimento estrangeiro direto. Esse tem aumentado. É dinheiro para construir fábrica, para infra-estrutura, para capitalizar empresas nacionais.
Entretanto, o que me chamou a atenção e me fez decidir escrever sobre isso, foram alguns trechos da matéria da Folha.
Algumas semanas atrás, a ombudsman da própria Folha alertou o jornal para tomar cuidado com declarações pessimistas de gente do mercado, porque muitas eram movidas por interesse financeiro. Não foi ouvida.
Confira esses trechos. Primeiro, desancam o Brasil e sempre usando os termos “desconfiança”, “medo”. Não há nada de concreto, só subjetividade.
Em seguida, tecem loas ao México.
Repare porque eles elogiam o México: flexibilizou o mercado trabalhista e entregou seus campos de petróleo a empresas anglo-americanas.
Só que, quando você vai olhar a situação econômica do México, não é tão maravilhosa assim.
Há poucos dias, por exemplo, ficamos sabendo que o PIB do México, cresceu apenas 1,3% em 2013, contra 2,3% no Brasil. E isso sem distribuir renda, sem ampliar programas sociais, além de um problema de segurança terrível. O número de homicídios no México, na atual gestão, tão queridinha pelos mercados, aumentou em mais de 300% nos últimos 5 anos, assim como a quantidade de sequestros.
Quando alguém do “mercado” falar que está “otimista” com seu país, é melhor desconfiar. Pode até ser que ele esteja certo, mas apenas se o interesse pessoal dele coincidir com o do país. Se não for o caso, como está acontecendo no Brasil, ele automaticamente se converterá num pessimista.
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