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06/08/2014
Fernando Brito
Não creio nos números, que acho baixos demais – uma busca no Google por “tio de Aécio” dá muito mais – mas registro o que diz, hoje, o editor-adjunto de Mídias Sociais da Folha, Ygor Salles: “nada repercute (nas redes sociais)mais negativamente contra os candidatos ao Planalto que o caso do aeroporto de Cláudio (MG), construído em uma área desapropriada que era de um familiar do tucano”.
Segundo o levantamento de uma empresa, contratado pelo jornal, o Aecioporto já teve mais de 66 mil menções nas redes sociais. O caso da Lei Seca e a tentativa de censurar a internet teriam rendido menos de 4 mil menções negativas a Aécio Neves.
Um contraste fantástico contra os 13 a 1 negativos que os jornais impingem à Presidenta em suas chamadas de capa.
Segundo o colunista da Folha, duas razões teriam contribuído para isso.
A primeira, a de que Aécio “demorou para Aécio começar a dar explicações mais alongadas ao tema”.
Estranho, porque as explicações (que não explicam) são as mesmas desde o dia em que estourou o caso. O que demorou foi ele admitir que fazia uso privado do aeroporto.
A segunda é a de que “a campanha petista e os blogueiros que apoiam Dilma perceberam rapidamente o poder destrutivo da denúncia e bombaram o ‘aécioporto’ nas redes sociais”.
É mais plausível que a explicação seja aquela a que o próprio Ygor se refere, a de que “um candidato que prega a ética e boa gestão constrói um aeroporto que tem benefícios questionáveis à população, mas inquestionáveis para ele ou sua família”.
Tirante o fato de Ygor ter descoberto benefícios, mesmo questionáveis, em um aeroporto trancado a chave por quatro anos, parece que a coisa é por aí: o desnudamento da hipocrisia.
Resta saber que reflexos – registrados em pesquisas internas dos próprios tucanos, o que acabou levando Aécio a confessar o uso da pista – isso terá nas pesquisas eleitorais.
Ou melhor, que efeitos – ou falta de efeitos – elas atribuirão ao caso.
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