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06/01/2015
A crise do modelo político brasileiro
Entre dia e sai dia e o TCU (Tribunal de Contas da
União) avança além das chinelas e interfere em decisões de políticas
públicas. No Congresso, qualquer muxoxo de bancadas reverte em vetos a
decisões do Executivo.
A ideia de que todo o poder emana do povo e cabe aos
eleitos exerce-lo há muito foi atropelada por um cipoal
político-jurídico que enfraquece radicalmente os detentores de voto. Não
se trata apenas do tal presidencialismo de coalizão, mas de uma
fraqueza institucional muito maior do presidencialismo.
Essas distorções transformaram em normalidade verdadeiras aberrações políticas e jurídicas.
Aceitam-se como normais vazamentos de inquéritos
sigilosos. O próprio Procurador Geral da República trata como evento
normal e incontrolável.
Aceitam-se que Ministros do STF atuem como empresários
junto a setores com interesses nos julgamentos do STF e do Conselho
Nacional de Justiça.
Aceitam-se que Ministros do TCU e PGRs guardem processos na gaveta, tornando os investigados reféns de suas decisões.
Qualquer factoide da mídia é imediatamente transformado
em representação, alimentando escândalos sem base - como ocorreu com o
assassinato de reputação do ex-deputado Gabriel Chalita, convalidado
pelo PGR Roberto Gurgel.
Esse quadro é agravado pela anomia política do governo federal, pela falta de afirmação do Ministério da Justiça.
Há algo de muito errado com o modelo político brasileiro.
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